MULHER DE AREIA
ao longo da vida
lágrimas rolaram
ventos sopraram
se desmanchava
bem devagar…
era feita de areia
e não sabia
vieram as rugas
a memória se foi
os braços penderam
as pernas não se movem
o coração exposto
agoniza e sofre
dilacera e grita
sem haver quem ouça
sem haver quem sinta
forjada na dor
já não reage
já não resiste
se entrega ao mar
e se ergue nas ondas
que morrem na praia
Patrícia Andrade