Poema de agora: Black Bird que pousou no jardim – Jaci Rocha

Black Bird que pousou no jardim

Pássaro negro
Sobre meu jardim
A madrugada não quer sair
Entranha-se, junto às chuvas que caem…

-Sobre mim-

(Ainda assim, é bom saber que sou teu lar)

A chuva cai

Me perco nessa solidão mansa
Do dia que ainda não nasceu
E sinto que sou parte mistério
Dessa calmaria que abraça encontros

Dos amantes que se beijam
Do farfalhar das folhas que se desprendem
E o som das pedras que recebem gotas de água
Minha insônia pede que eu sinta o instante…

Os ventos do norte trazem mensagens de calma …

Paira no ar a confissão não dita
Sou parte da concreta mobilidade
Gente que sendo gente
Se expande, agora …

O cheiro da noite invade
Acaricia e acalma
Mistura-se às uvas do meu paladar
O tic tac do relógio não assusta:

No presente momento
O tempo não existe
Existe apenas eu, a madrugada
Este poema

E o Black bird que pousou no jardim.

Jaci Rocha

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