Por Elton Tavares
Em “O Centauro e as Amazonas”, Fernando Canto, dono de um realismo fantástico peculiar, cria narrativas que prendem a atenção do leitor ávido para o desfecho do causo. Os contos deste livro misturam um pouco do folclore e lendas nortistas, cotidiano amazônida e saberes da floresta, temperados com hilários personagens em sua maioria. Noutros, o autor beira à confissão sobre sua vivência e sua jornada.
O escritor, que é estudioso observador do seu mundo, nos apresenta personagens criados em seu multiverso para saltar do surreal para a nossa realidade. Bons exemplos são o Ditirambo, Pira e Versiculorum, entre outros surreais chegam a ser irônicos dentro de suas estórias.
Além disso, a obra possui uma variedade literária que promove um charmoso contraste do humor com a delicadeza e sabedoria de, por exemplo, “Caminhada”, “Tu a minha Espera” e “Poesia que não se Esgota”. Assim é Fernando Canto, um contador de estórias surreais dentro de contextos cotidianos, tudo isso com sua literária que é a surpresa, o final do conto, no que vai dar o en-Canto.
Acostumado a surpreender positivamente, vide seus outros quatro livros de contos anteriores, Fernando Canto segue eclético em “O Centauro e as Amazonas”, sempre como ficcionista de alto nível que usa a região amazônica como matéria prima. É isso.