A conta: Naldo Maranhão prepara disco com reflexões sobre a pandemia

Por Marco Antônio P. Costa

Ao completar 50 anos de vida e 30 anos de carreira, o cantor e compositor Naldo Maranhão está preparando seu quarto disco. “A conta” tem um repertório de músicas que abordam a conjuntura política do país e a pandemia de covid-19.

Em Imperatriz (MA) desde o início do ano, Naldo contou que o contato com os lugares da infância o ajudou a produzir, a compor e o isolamento por conta do período que vivemos o fez aumentar a necessidade de compartilhar, de ser ouvido.

“Algumas das músicas já estão até tocando no rádio, porque com essa pandemia, todo esse isolamento, a carência que eu sinto, a necessidade é muito grande de me fazer ouvir, de compartilhar meus pensamentos a respeito disso e esse disco é muito voltado para essa pandemia, para esse momento que a gente está vivendo”, detalhou o artista.

“A conta”, faixa que dá título ao disco, foi feita em parceria com Joãozinho Gomes e é, na verdade, uma revisitação às músicas de protesto. Com ares épicos, a música questiona em verso se “terá chegado a conta?” e “quem vai pagar a conta dos homens celerados”.

No vídeo, a canção ainda está sem toda a produção de arranjos que irá receber ainda em estúdio. Mas o Portal SelesNafes.com antecipa aos seus leitores. Assista:

Nestes anos de carreira, Naldo Maranhão estabeleceu muitas parcerias em diversos estados e esse projeto também é uma oportunidade para acessar alguns retalhos dessa construção feita pelo artista.

As músicas estão sendo gravadas em Macapá, Belém, Imperatriz, Natal e Goiás, de acordo com o ritmo e a inspiração do músico. Por exemplo, o carimbó ele gravou em Belém, e a sanfona em Natal, e assim por diante.

Foto: Giordano Bruno – Duas telas produções

O cantor fez questão de deixar claro que não conta com nenhum apoio, seja do poder público ou iniciativa privada, mas que, por outro lado, parceiros de toda a vida têm sido fundamentais para ajuda-lo a gravar, arranjar e produzir as canções.

“Eu conto muito com a amizade, sabe? Fineias Nelluty, vários amigos que fazem as coisas dentro do mínimo para poder contribuir dentro do trabalho do irmão. Então, quero agradecer muito esses parceiros. O Oscar Nunes em Natal, Aluísio Júnior em Goiânia, meu amigo Joãozinho Gomes que também fortaleceu, Orivaldo Fonseca, que é um grande parceiro, Tomé Azevedo, toda a turma do Raízes Aéreas, esse pessoal que tem fortalecido o meu trabalho”, agradeceu Naldo.

Enquanto o disco não fica pronto – a previsão de lançamento é até o fim do ano – quem quiser conferir as músicas pode acessar as redes sociais do cantor, que tem postado as primeiras gravações e interage com o público que comenta sobre suas canções.

Fonte: SelesNafes.Com

Black Sabbá, Helder Brandão , Hélder Espírito Santo e Naldo Maranhão

Sobre Naldo Maranhão

No início dos anos 90, no tempo em que os jovens de Macapá despertavam de vez para a música regional, surgiu a banda Raízes Aéreas – grupo formado pelos músicos Naldo Maranhão, Helder do Espírito, Beto Oscar, Alan Yared, Helder Brandão, Black Sabbá, Hemerson Melo e Alexandre, sob a influência luxuosa de Antônio Messias.

Na época, foi o grupo de maior expressão, chegando com músicas próprias, talento e atitude – todos os elementos para o sucesso, e ainda a experiência de alguns dos integrantes em outras bandas alternativas de Macapá. Após o fim da banda, Naldo Maranhão despontou como compositor, fazendo sucesso dentro e fora do Amapá. Antes do Raízes Aéreas, o artista integrou a banda de rock Mizantropia.

Foto: Giordano Bruno – Duas telas produções

Com quase 30 anos de carreira e três discos gravados em sua trajetória solo (“Colheitando em mim mesmo”, “Feira Maluca” e “Várias Idades”), Naldo Maranhão possui muitos parceiros em suas composições. Entre eles estão Antônio Messias, Osmar Júnior, Fernando Canto, Rambolde Campos, Ademir Sanches, Black Sabbá, Rebecca Braga e Ademir Pedrosa.

Em 2020, Naldo lançou o videoclipe da canção “Princesa Africana” (composição sua com Clécio Luís), filmado na comunidade do Curiaú e assinado pelo cineasta Thomé Azevedo .

Este ano, a Secretaria de Estado da Cultua do Amapá (Secult/AP), por meio da lei Aldir Blanc, concedeu o prêmio “Maestro Siney Saboia” e  reconheceu Naldo Maranhão com um dos mestres da cultura local, com imensa contribuição para a música amapaense.

Como disse o Ronaldo Rodrigues (que também é o Ronaldo Rony): “A nau que veio do Maranhão” é um dos grandes da nossa música. Além de ser fã do cara, ele é meu amigo e está entre os gênios da MPA. Sucesso, querido Naldo!

Elton Tavares

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