A “Síndrome de Hardy Har” (minha crônica sobre reclamões e pessimistas) – *Do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”

Crônica de Elton Tavares

Lembram-se do Hardy Har Har? A hiena que era puxa saco do Lippy, o leão. Pois então, tem muita gente que sofre de “Síndrome de Hardy Har Har”. O personagem, ao contrário de todo o resto de sua raça, que vive rindo de tudo, é infeliz, uma figura negativa em todos os sentidos. Hardy ficou famoso pela frase: “Oh dia! Oh azar! ”

Conheço muitos Hardy Har Hars, alguns são invejosos, outros fofoqueiros e ardilosos, mas todos têm algo em comum, são insatisfeitos. Essas pessoas acham que suas felicidades sempre dependem de outra ou de outro lugar. Nunca estão 100% com a vida, vivem doentes ou acham que merecem muito mais do que suas pífias existências lhe oferecem.

Sempre se acham a vítima, suas histórias parecem novelas mexicanas regadas a lágrimas por tudo. Não satisfeitos, ventilam sua infelicidade aos quatro cantos, se queixam para amigos, colegas de trabalho e família. Haja saco para aturar os Hardy Har Hars.

Eles sempre foram mais felizes no passado, “antes é que era legal, pois eu era isso, eu fazia aquilo”.

 Pôtaqueparéu!

Ah, os Hardy Har Hars são sempre coadjuvantes ou figurantes da história. Alguns tem até talento, mas se escondem, com a desculpa de descrição. São aqueles que sempre dizem amém. São abestados, pois derrotam a si mesmos.

Ah, são ótimas escadas para os mais espertos. Eu prefiro ser tipo o Lippy, o leão que sempre dizia: “Hardy, sorria! A esperança é a última que morre!”.  E a hiena: “É, mas morre”.

Tanta gente passando por dificuldades reais, com muita dignidade e você, Hardy Har Har, enchendo o saco de todo mundo com suas pequenezas. Portanto, se tens saúde, emprego e família, por gentileza, se toque.

Tenho um conselho para os Hardy Har Hars, saibam separar tiros de festim dos de metralhadora. Voltem a ser hienas (no bom sentido, claro) e a sorrir. Parem com as lamúrias e vivam suas vidas. Os supostos algozes podem não ser os verdadeiros vilões que foram pintados. Pensem nisso.

*Texto do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria, lançado em setembro de 2020″.

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