Apóstrofos e Parenteses – Texto de Luiz Jorge Ferreira para Fernando Canto

Texto de Luiz Jorge Ferreira para Fernando Canto

Fernando Canto comprou um Camelo.
E eu comprei um Boteco perto da Lagoa dos Índios.
Uma coisa curiosa…coloquei um chuveiro com um cano bem alto…mas bem alto mesmo fora do Boteco no quintal, e deixei lá…

Fim de tarde na Lagoa dos Índios – Macapá (AP) – Foto: @max_rene

Todo mundo que soube do Camelo na cidade, e da inauguração do Boteco, me perguntava…
– Mas para quê você comprou esse Boteco perto da Lagoa dos Índios…
…sim…comprei porque Camelos gostam de água e bebem muita água…
E retrucavam …mas o Camelo vai beber água no Boteco…com aquele imenso lago na Lagoa dos Índios ali perto?


Não !…quem vai beber água no Boteco é o Fernando Canto…água engarrafada…amarela…e gelada….
E o chuveiro alto…esse é para o Camelo tomar banho… pois Camelo toma banho!
Por fim eu vim embora de lá…não sei que fim levou o Camelo…
Eu soube depois que ele se habituou a ir para o Curiaú, cruzou com vários animais e o descendente que predominou foi a Bathicaxará…e todo mundo me pergunta …
E o que é uma  Bathicaxará ?
Eu não sei dizer o que é uma Bathicaxará…

Os poetas Fernando Canto e Luiz Jorge Ferreira, em algum lugar do passado.

Sei que uma Bathicaxará veio do Camelo que o Fernando Canto comprou, pelas proximidades do Boteco que eu comprei, influenciada pela beleza da Lagoa dos Índios, talvez debaixo daquele alto chuveiro que eu coloquei para ser confortável a altura do Camelo, e é uma Bathicaxará.
O local desapareceu sufocado pelo tempo, asfalto e amnésia de seus imprevisíveis frequentadores…
O nome do Boteco ficou em alguns textos que os amigos criaram…
Bathicaxará?
Não….Kamello!

Osasco – São Paulo – 15.10.2022
*Obs.  O amigo escritor e poeta Fernando Canto, aqui homenageado, não bebe!

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