Audiência Pública debate Hip Hop como instrumento para cidadania

Integrantes de grupos de Hip Hop do Amapá participaram, na manhã da sexta-feira (18), na Assembleia Legislativa do Amapá (Alap), da audiência pública com o tema: Hip Hop, o Movimento como ferramenta de transformação social. O debate foi proposto pelo deputado Pastor Oliveira (Republicano) e contou com a presença do secretário estadual de Desporto e Lazer, José Rudney Cunha Nunes, do presidente da Comissão do Hip Hop Amapaense, Carlos Augusto Paraense da Conceição, o Zulu; da secretária extraordinária de Políticas para Juventude, Priscila dos Santos Magno, Cirley Picanço, presidente do Conselho de Política Cultural do Amapá, coordenador de Desenvolvimento e Normatização de Políticas Educacionais, Cleibeton Souza e de lideranças do movimento hip-hop amapaense. “Nós fizemos essa audiência com a finalidade de mostrar que o hip-hop contribui no crescimento da sociedade”, justifica Pastor Oliveira, acrescentando que o objetivo também foi de parabenizar todos os envolvidos, os idealizadores desse movimento no hip-hop no Estado do Amapá e discutir políticas públicas. “Procuramos reforçar a relevância do Hip-Hop como meio de expressão artística, cultural e política, além de seu potencial para promover mudanças significativas nas comunidades locais, proporcionar a conscientização e incentivar a participação cidadã”, comentou.

Os relatos de competições sendo interrompidas pela Polícia Militar se tornaram um dos pontos de partida para o reconhecimento do Hip-Hop no Estado. Durante a audiência, foi apresentado um vídeo com depoimentos de superação de vida de várias pessoas através desse estilo.

De forma remota, o Rapper e ativista cultural Rafa Rafuagi, elogiou o movimento na participação das pautas fundamentais para construir uma política de fortalecimento do Hip Hop no Amapá e no Brasil, destacando o Amapá na elaboração do dossiê com mais de duas mil páginas onde foi o inventor nacional participativo da cultura Hip Hop. O documento foi entregue ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que estará analisando para reconhecer o Movimento Hip Hop do Brasil como patrimônio cultural e imaterial do País. “Esse reconhecimento é válido para todos os estados e municípios do Brasil. É um mérito da construção coletiva de milhares de hip hops”. Informou ainda que está previsto para o dia 04 de setembro às 11h30 no Palácio do Planalto a assinatura do Decreto Presidencial de reconhecimento e fomento à cultura Hip Hop. “O Brasil será o primeiro país do mundo a ter um decreto de valorização e fomento à cultura Hip Hop nacional”, destacou o rapper, acrescentando que o Amapá em breve será mais um estado a lançar a frente parlamentar em defesa do movimento.

Quanto à criação da frente parlamentar em defesa do Hip Hop, o deputado Pastor Oliveira informou que a modalidade foi incluída na Frente Parlamentar em Defesa do Esporte, Cultura e Lazer. O secretário da Sedel, Rudney Nunes, comentou que a cultura Hip Hop sempre foi marginalizada pela sociedade. “Em Tokyo 2020, o skate e o surfe foram incluídos como esportes olímpicos. E agora, em 2024, em Paris na França vamos ter o Break Dance, o que nos motiva a apoiar essa modalidade e ter possibilidade da participação de um amapaense na seleção”, comentou.

A audiência pública sintetizou a necessidade da aprovação de projetos voltados para esse segmento. “Não buscamos reconhecimento na Assembleia Legislativa, e sim legalidade, legitimidade para que leis que venham reconhecer essas ações nos permitam ingressar nas escolas com oficinas para podermos transformar a vida desses jovens e fazê-los cidadãos melhores”, frisou Carlos Augusto Paraense da Conceição, o Zulu.

A secretária estadual de Políticas para Juventude, Priscila Magno, elogiou a iniciativa da Assembleia Legislativa de abrir as portas e mostrar um pouco sobre o hip hop, disseminar a cultura que hoje é esporte. “Além de ser cultura, promoção de saúde e esporte olímpico, o movimento hip hop gera uma transformação social”, destacou a secretária.

Esse movimento cultural ganhou espaço no Amapá e hoje se configura como o segundo maior encontro de jovens da Região Norte que através da Federação Amapaense de Dança de Rua Original e outras instituições, se organiza para dar mais força aos apaixonados por esse estilo artístico que encanta e mobiliza multidões.

Vários eventos municipais e estaduais já foram desenvolvidos pelo movimento do Hip Hop no Amapá, movimento que já reúne mais de 300 pessoas. Para finalizar o primeiro grupo de Rap do Amapá, Clã Revolucionário Guerrilha Verbal (CRGV) fez uma apresentação.

Origem

Hip hop é um gênero musical com uma subcultura própria, iniciado durante a década de 1970 nas comunidades jamaicanas, latinas e afro-americanas da cidade de Nova Iorque. Configura-se como um movimento social e juvenil marcado pelo protesto e pela contestação que seriam características essenciais de todo movimento social que permite aos jovens desenvolver uma educação política e, consequentemente, o exercício do direito à cidadania.

Texto: Everlando Mathias
FOTOS: Olavo Reis
Dircom/Alap

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