A covardia me deu a oportunidade de continuar

                                                                                        Por Darth J. Vader
Descobri o que me fazia tão infeliz quando escrevia os poemas, em minha adolescência, e o porquê destes serem tão melancólicos. Eu já havia aceitado que era lésbica e já sabia, de antemão, quão iria sofrer se abrisse a boca.
Um dia, porém, isso teve que acontecer, e o foi exatamente como o esperado: brigas diárias, preconceitos escarrados, indiretas fulminantes e a rotina de humilhações. Não me matei porque já tinha minha filha, mas confesso: tentei ainda uma vez depois que ela nasceu.
A covardia me deu a oportunidade de continuar. Ainda sim, preferia ficar só. Eu sofri e sofro com estas humilhações até hoje. Por isso, raramente me assumo no trabalho onde estou, mal falo com minha família, tenho horror a festas familiares e nojo de certas reuniões hipócritas que eles, graças a Deus, pararam de insistir a minha presença.
O importante agora é que, apesar da mágoa ainda pulsante, há pessoas que me amam por quem eu sou. São poucas, mas não tem problema. Quase cheguei ao estágio de não me importar completamente com aqueles que deveriam me amar, dizendo que se importam, mas eu ainda desconfio ser de verdade…#Prontofalei

Pálido ponto azul

Por Carl Sagan
Vista de uma distância cósmica, a Terra não parece ter nenhum interesse especial.
Mas para nós é diferente.
Este pontinho solto no espaço é o nosso lar. Somos nós.
Nele, todos a quem você ama, todos aqueles que você conhece, todos de quem já ouviu falar, todos os seres que já existiram, viveram suas vidas.
Toda a nossa mistura de alegria e sofrimento, milhares de religiões, ideologias e doutrinas econômicas, todos os caçadores e saqueadores, cada herói e covarde, cada criador e destruidor de civilizações, cada rei e camponês, cada casal jovem apaixonado, cada mãe e pai, cada criança esperançosa, inventor e explorador, cada professor de moral, cada político corrupto, cada superastro, cada líder supremo, cada santo e pecador de nossa história viveram aqui, neste grão de poeira suspenso num raio de sol.
A Terra é um palco muito pequeno em uma imensa arena cósmica. Pensem nos rios de sangue derramados por todos os generais e imperadores, para que, na gloria do triunfo, pudessem ser os senhores momentâneos de uma fração deste ponto.
Pensem nas crueldades infinitas cometidas pelos habitantes de um canto deste pixel contra os habitantes mal distinguíveis de algum outro canto, o quão frequentes são seus desentendimentos, o quão dispostos estão para matar uns aos outros, e quão inflamados seus ódios.
Nossas atitudes, nossa pretensa importância, a desilusão de que temos uma posição privilegida no universo, tudo isso é posto em dúvida por esse ponto de luz pálida.
O nosso planeta é um pontinho solitário na grande escuridão cósmica circundante. Em nossa obscuridade, em meio a toda essa imensidão, não há nenhum indício de que, de algum outro mundo, virá o socorro que nos salve de nós mesmos.
A Terra é, até agora, o único mundo conhecido que abriga a vida. Não há nenhum outro lugar, ao menos no futuro próximo, para onde nossa espécie possa migrar. Para visitar, sim. Para se estabelecer, ainda não.
Gostemos ou nao, a Terra é, por enquanto, o único lugar em que podemos viver.
Dizem que a astronomia é uma experiência que forma o caráter e ensina a humildade. Certamente não há melhor demonstração da tolice das vaidades humanas do que a imagem distante do nosso minúsculo mundo.
Para mim, ela revela a responsabilidade de nos relacionarmos mais gentilmente uns com os outros, para preservarmos e amarmos este pálido ponto azul, o único lar que conhecemos.
Carl Edward Sagan foi um cientista e astrônomo americano que teve um papel significativo no programa espacial americano desde o seu início. Foi consultor e conselheiro da NASA desde os anos 1950. Ele também foi um dos maiores divulgadores da ciência de todos os tempos ao apresentar a série Cosmos em 1980 e escreveu o romance de ficção científica “Contato”, que foi levado para as telas de cinema pelo diretor Robert Zemeckis (De Volta Para o Futuro e Forrest Gump).

E o efeito Bolsonaro não passa…

                                                                                   Por Darth J. Vader
Hoje (17) é o Dia Internacional de Combate a Homofobia. Como já escrevi aqui antes, todo início de semana é mais uma oportunidade de recomeçar, de tentar coisas novas ou melhorar o que foi feito. Podem chamar de efeito Pollyanna, mas pense positivo que as coisas podem andar melhor. Desta vez, a semana começou um pouco diferente…

Deparei-me com o assassinato de um rapaz de apenas 18 anos, ocorrido em Manaus (AM). Podia ter sido mais um dos tantos que vemos diariamente, mas este homicídio chama a atenção por conta de alguns detalhes. Vamos a eles:

– O rapaz de 18 anos, identificado como José Barroso, estava completamente nu, de costas;

– Levou 10 facadas no peito e no rosto;

– Sua cueca estava lá longe e um monte de camisinhas ali perto;

– Encontrado por populares em uma área conhecida em Manaus como Garden, sabidamente um ponto de encontro gay;

– A polícia não descarta, e esta é a primeira suspeita, da ação de homofóbicos…

Posso falar? Tô ficando cansada desse efeito Bolsonaro que não passa.

É certo que tivemos duas grandes vitórias nas últimas semanas, mas celebramos somente na hora.

Foi ao ar o primeiro beijo gay em uma telenovela. O Ibope do SBT foi às alturas e comemoramos a valer.

O reconhecimento do STF sobre a união homoafetiva ser uma entidade familiar, com direitos e deveres, é uma vitória, mas que ainda não foi perfeitamente entendida.

Decidi, portanto, devolver na mesma moeda: a religião. Bênçãos a todos os do Bem!

Meu comentário: Tenho poucos preconceitos na vida, como aporrinhação para que eu siga uma determinada religião ou com música escrôta, mas só isso. Tenho orgulho de ter muitos amigos homossexuais, pessoas íntegras e inteligentes, que pagam suas contas e contribuem para o bem da sociedade.
Elton Tavares

A exaltação da mediocridade e da futilidade

Por Hélio Doyle

A mídia adora espetáculos. Grande parte da população, no mundo todo, adora contos de fadas, desfiles militares e rituais solenes. Assim, está explicado o sucesso de público que foi a transmissão do casamento do príncipe com a plebeia, em Londres. Há dias que a imprensa vem preparando o clima para o casamento, como se fosse realmente um acontecimento importante para o mundo e como se a rainha da Inglaterra não fosse apenas uma rainha da Inglaterra. Manchetes ridículas, textos vazios, programas televisivos no nível de Caras até mesmos nos melhores canais. Aliás, parecia que a imprensa fez uma grande força para ser um pouco Caras.

Reis, rainhas, príncipes, princesas, duques, marqueses e barões são excrescências no mundo moderno. Monarquias deveriam ter ficado no século 19. Seus ritos e solenidades beiram o ridículo e lembram que nobres, ricos e privilegiados devem manter sempre distância em relação ao povo. Quanto mais solene o ritual, mais distância da plebe. Mas o príncipe está se casando com uma plebeia, dizem, embasbacados, os antigos e novos analistas de futilidades. Sinal dos tempos, realmente. E, afinal, a plebeia tem bastante dinheiro e vai saber se comportar.

Na badalada monarquia britânica, homens têm preferência sobre mulheres na sucessão real. Mulheres são inferiores, pois. Católicos não podem ser reis ou rainhas, nem se casar com eles. Exemplo de tolerância religiosa em um país que, anacronicamente, tem religião oficial. Déspotas, torturadores e assassinos são convidados de honra, desde que sejam reis. Vigoram o luxo e o esbanjamento, pelo jeito aprovados pela maioria dos súditos apesar da grave crise econômica e do alto desemprego. São os resquícios da espoliação colonial, do passado de exploração, opressão e assassinatos nos cinco continentes e ali mesmo ao lado, na Irlanda.

Mas o povo gosta de assistir a casamentos, ainda mais se for de um príncipe. O povo gosta de reis e rainhas, príncipes e princesas. Gosta de ver soldados marchando e cavalgando, gosta de bandas. Adora ver celebridades, mesmo que de longe, apertado num cercadinho com sujeitos armados e mal-encarados, de terno e óculos escuros, olhando feio como se todos fossem terroristas em potencial. E a imprensa e as televisões justificam a baixada de nível alegando que têm de atender a essas expectativas, têm de mostrar esse show no mundo todo.

A monarquia britânica tem de se manter para garantir seus negócios e seus privilégios. A rainha não tem poder de verdade, mas ajuda a compor um sistema de poder. É a cara da Inglaterra, uma atração turística que ajuda a economia do país. Festas como o casamento de sexta-feira ajudam a defender o trono diante dos aventureiros republicanos e a arrecadar milhões de libras com o grande espetáculo. A monarquia britânica hoje é uma marca – que andava desgastada – e um bom negócio. O casamento foi uma estratégica mercadológica bem-sucedida.

O casamento real mostra como a futilidade e a mediocridade se impõem até mesmo em um país considerado avançado e moderno, e se espalham pelo mundo com a ajuda de uma imprensa tão fútil e medíocre quanto.
SEGUE ABAIXO A OPINIÃO DO ROCK AND ROLL SOBRE A FAMÍLIA REAL…
TRADUÇÃO

SEX PISTOLS – DEUS SALVE A RAINHA
Deus salve a rainha
O regime facista
Eles te fizeram de idota
Uma potêncial bomba de hidrôgenio
Deus salve a rainha
Ela não é nenhum ser humano
Não existe futuro
No sonho Inglês
Não conte o que você quer
Não conte o que você prescisa
Não existe futuro
Não existe futuro
Não existe futuro para você
Deus salve a rainha
Nós queremos dizer isso, cara
Nós amamos nossa rainha
Deus salve
Deus salve a rainha
Por que os turistas são dinheiro
E nossa figura
Não é o que parece
Oh Deus salve a história
Deus salve seu louco desfile
Oh Senhor Deus tenha misericórdia
Todos os crimes foram pagos
Quando não se tem futuro
Como pode haver pecado?
Nós somos flores
Na lixeira
Nós somos o veneno
Na sua máquina humana
Nós somos o futuro
Seu futuro
Deus salve a rainha
Nós queremos dizer isso, cara
Nós amamos nossa rainha
Deus a salve
Deus salve a rainha
Nós queremos dizer isso, cara
Não existe futuro
No sonho Inglês
Sem futuro
Sem futuro para você
Sem futuro para mim

Descubra a sua verdade

Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos.

Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada.

Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade.

Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo.

Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.

Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada “dois em um”: duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava.

Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.

Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.

Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto.

Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.

Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade.

Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas.

Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente.

Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém”

(John Lennon)

Papos De Rocha

“Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.” – Oscar Wilde.
“Quando falares, cuide para que suas palavras sejam melhores que o silêncio.” – Provérbio Indiano.
“Seja leal para consigo mesmo. Não altere o seu comportamento apenas para contentar os outros.” – Yogaswami
“Fuja do elogio, mas tente merecê-lo.” – François Fénelon.
“Se está ruim para malandro, imagine para otário” – Cartola.
“A criatividade caminha junto com a falta de grana” – Artur Távola.
“Trabalhar de ressaca é para os campeões” – Fred Fagundes.
“Bons amigos não são aqueles que surgem para separar a briga, mas sim os que chegam na voadora”.- Autor desconhecido.
“Todo mundo que é genial nunca é descrito como normal” – Rita Lee.
“O ódio dos fracos não é tão perigoso quanto a sua amizade.”- Marquês de Vauvenargues.
“Cuidado com a fúria de uma pessoa paciente” – John Dryden.
“O neurótico constrói um castelo no ar. O psicótico mora nele e o psiquiatra cobra o aluguel” – Jerome Lawrence.
“Noventa por cento do que escrevo é invenção. Só dez por cento é mentira” – Manoel de Barros.
“Experiência é o nome que nós damos aos nossos próprios erros” -Oscar Wilde.
“Se uma pessoa te enganar ela merece uma surra, se esta mesma pessoa voltar a te enganar quem merece a surra é você” – Provérbio chinês.
“No Brasil, a Justiça é singular. E a corrupção é plural” – Fogovivo.
“Diplomata é um indivíduo cuja cor predileta é o arco-íris” – Millôr Fernandes.
“As adolescentes geralmente confundem canto de foda com conto de fada” – Ernani da Silva.
“O homem faz tudo para ouvir o tilintar das moedas, o estalar das palmas e o gemido das mulheres” – Chalaça.
“Um filho, numa mulher, é uma transformação. Até uma cretina quando tem um filho melhora” – Nelson Rodrigues.
“A corrupção não é uma invenção brasileira, mas a impunidade é uma coisa muito nossa” – Jô Soares.
“Uma mentira pode dar a volta ao mundo… enquanto a verdade ainda calça seus sapatos” – Mark Twain.
“Se meus inimigos pararem de dizer mentiras a meu respeito, eu paro de dizer verdades a respeito deles” – A. Stevenson