Por Marcelo Guido
Um livro é pouco para dar título à obra tão bem explícita e sofisticada em termos gerais.
São 93 páginas, 30 poemas e 2 contos onde o leitor embarca em uma viagem, uma verdadeira ilíada pelo olhar simples e não menos contestador do autor, que em trovas, versos e frases retrata um dia dia comum, mas não menos fantástico de vários fatos do cotidiano.
Em realidades paralelas embarcamos como os meninos de infância perdida e responsabilidades ganhas, sentimos o gosto do amargo, o calor sol, o assoalho de pontes e a alegria da melhor ceia posta.
O texto em si é de fácil aptidão, sem os floreios no qual ditos grandes autores colocam em suas obras.
Júlio como poucos, consegue colocar quem lê dentro da história, detalhe importante, nem todos conseguem isso.
Não há como não se emocionar com João Carlos, que de venda em venda vislumbrava sonhar uma noite mágica pra ele. Aliás, todos já fomos assim.
Um poeta é um ser mágico, que com a sensibilidade ímpar, faz brotar versos onde meros mortais não conseguem, um contista coloca beleza na simplicidade e de suas mãos surgem histórias que em cabeças aptas a aceita-las as tornam inesquecíveis, talvez todo escritor procure isso. Se o autor não procurou, conseguiu de forma natural.
Minha maior impressão é que cabeça, sentimento , olhar , mãos, caneta e papel são um único ser, uma simbiose perfeita no qual gerou um livro extremamente didático.
” Cocadas ao Sol” é mais que um livro, é um convite à arte.
Parabéns ao Júlio que cumplicidade e destreza tal qual um ” Gabo”, abaixo do Equador conseguiu tocar corações e transformar realidades.
A obra é doce, versátil, amarga e com um ” q” de quero mais, linguagem fácil e instrutiva, não assustadora.
Recomendo com uma boa xícara de café e bons pensamentos a provar.
Serviço:
” Cocadas ao Sol ”
Lançamento: Sábado, 26 às 16h30
Local: Public Livraria ( Vila Nova Shopping).
*Marcelo Guido é Punk e Jornalista. Marido da Bia, Pai da Lanna e do Bento.