O Conselho Regional de Enfermagem do Amapá COREN-AP notificou na última semana as unidades de saúde localizadas na capital do Estado e no município de Santana por descumprirem medidas de proteção e segurança aos profissionais de Enfermagem e pacientes suspeitos na ação contra a Covid-19 e as recomendações anteriormente encaminhadas as instituições.
Foram notificados os gestores do Hospital de Emergência Osvaldo Cruz, Hospital da Criança e do Adolescente , Pronto Atendimento Infantil, Hospital de Clínicas Alberto Lima, Hospital de Santana e Unidade de Pronto Atendimento da Zona Sul. A situação é grave também no único “Pronto Socorro de Macapá” (Hospital de Emergência), uma das instituições determinadas como uma das principais portas para o atendimento aos pacientes da Covid-19.
O Regional mantém ativamente as ações do Grupo de Enfrentamento da Crise – Covid-19 ( GEC) executada pelos Conselheiros Fiscais que, desde o dia 23/03 vem inspecionando e revisitando, algumas destas unidades de saúde que foram advertidas. Para a coordenadora do Grupo de Enfrentamento, “O alerta é para o risco de contaminação em massa dos profissionais de Enfermagem no estado caso não sejam tomadas medidas urgentes. Entre as determinações estão as melhorias na infraestrutura das unidades, no treinamento, organização e escalonamento das equipes e ações de proteção à saúde dos profissionais entre elas a correta e justa distribuição dos equipamentos de proteção individual (EPIs)”, afirmou a Coordenadora Dra. Ingride Reis.
Desde o dia 23/03, quando o Regional deu início ao atendimento alternativo via aplicativo Whatsapp e e-mails, o Coren- AP atendeu mais de 400 chamadas, dentre essas estão relacionadas a denúncias de falta ou insuficiência de EPIs. Também há reclamações sobre treinamento precário das equipes para se protegerem e para atenderem aos pacientes, desorganização das rotinas de trabalho, ausência de dimensionamento de pessoal, déficit de recursos humanos, desinformação e problemas de infraestrutura.
Faltam itens básicos no âmbito estrutural, como pias para lavagem de mãos, sabão e álcool a 70% e há problemas como goteiras, infiltrações e quantidade insuficiente de equipamentos adequados para atender aos pacientes da Covid-19. Devido à falta de EPIs, em algumas das instituições vistoriadas a estratégia foi adotar o racionamento dos equipamentos, principalmente das máscaras N95, indicadas para trabalhadores expostos a pacientes contaminados ou suspeitos. ” O Coren-AP aponta a negligência das administrações em relação à saúde dos profissionais e cobra a preparação e apoio às equipes de enfermagem, que enfrentam pela primeira vez a realidade de uma pandemia e que as condições de trabalho dos enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem diante da atual situação de tem sido a maior preocupação do Conselho Regional de Enfermagem do Amapá”. Disse a presidente do Conselho, Dra.Emília Pimentel.
O conselho exigi a viabilização imediata por parte dos gestores públicos e a readequação dos critérios de distribuição dos equipamentos de proteção e cumprimento das recomendações listadas na notificação no prazo de 48hs e que o não cumprimento o Regional irá tomar as providências cabíveis e informa ainda que estas notificações foram protocoladas na Promotoria Estadual da Saúde, Ministério Público Federal e Ministério Público do Trabalho para que as ações sejam acompanhadas. O relatório também foi encaminhado ao Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública (COESP), da Secretaria Estadual de Saúde.
O Regional ressalta ainda que, até o presente momento não foram respondidos as solicitações encaminhadas para a gestão pública estadual e municipal para que conjuntamente possamos solucionar problemas relacionados às deficiências apontadas no cenário de enfrentamento a Covid-19. Reforçamos que, continuaremos acompanhando, inspecionando, cobrando das autoridades providências urgentes.
Ascom/CORENAP