Craque Neto – Crônica de Marcelo Guido

Crônica de Marcelo Guido

Cria do Guarani, do berço sagrado nomeado Brinco de Ouro de campinas José Ferreira Neto ou simplesmente Neto, vestiu muitas das maiores camisas do futebol brasileiro, mas cravou seu nome na história como uma dos maiores jogadores do Corinthians.

Pelo Timão conquistou um paulistão de 97, a supercopa de 91 e o maior de todos os seus títulos com o manto alvinegro o brasileirão de 90. Meio campista dos bons, chegava sempre ao ataque, tinha um faro seguro em direção a grande área adversaria  , uma técnica incrivelmente apurada e sua maior arma era sem duvidas a bola parada. Neto conhecia como poucos o apreço da bola com o gol em uma falta.

Sua raça em campo era algo descomunal, não tinha lance perdido ou bola impossível, seus recursos não eram escassos dentro das quatro linhas, valoroso não se escondia no jogo e deixava seus companheiros sempre a vontade com passes de precisão cirúrgica.

Em 1990, só não fazia chover, fez do Pacaembu sua casa, sua morada onde fazia repousar quase que em todas as oportunidades a criança nos fundos das redes.

O temperamento explosivo o acompanhou por toda a carreira, sendo em confusões com técnicos ou muitas vezes com a própria torcida, assim foi no Palmeiras, São Paulo, Santos , Galo e também no Bangu. Mas não esquecemos que na mesma proporção existia um talento.

Talento esse que sobrou nas fases finais do brasileirão de 90, quando com dois tentos contra o Atlético Mineiro um a os 30, outro aos 40 da etapa final classificou o Corinthians , contra o Bahia, na Fonte Nova , mais uma virada , Neto em uma chapada espetacular de falta garantiu a vitória alvinegra que foi assistida pela fiel corintiana, que o abraçou como xodó e ídolo eterno. O Timão estava na final.

Neto como artista da bola que era, conseguiu um feito que só os Deuses do futebol e seus caminhos tortos  escritos pelas linhas retas das áreas teriam como conceber, dois gols de bicicleta perfeitos um pelo Guarani contra o Timão e um pelo Corinthians contra o Bugre.

Um torcedor dentro de campo, um quase atleta, seus problemas com a balança eram uma constante, mais um jogador de excelência, que colocava a seu favor a raça, a categoria, o sangue e a paixão pela camisa.

Faltou a Copa de 1990, um dos melhores do campeonato nacional ficou de fora , mas em 91 vestiu a 10 canarinho na Copa América, além da medalha de prata em 88 em Seul.

Também campeão Paulista pelo tricolor, onde desafiou a lógica ao marcar um gol olímpico em um clássico contra o Palmeiras,  mas eternizado como principal jogador do primeiro brasileirão do Corinthians.

Neto era um fiel corintiano dentro das 4 linhas, a torcida sabia que podia contar com ele, e ele não decepcionaria, pôs todos sabiam que dentro daquele peito batia um coração alvinegro.

Foram 184 gols anotados em toda a carreira, 5 títulos, a honra de vestir as maiores camisas do estado de São Paulo, de um dos maiores de Minas e uma das mais charmosas do Rio,   muita contribuição para o bom futebol, esta entre os 10 maiores da historia do Corinthians e com certeza na memoria de todos que gostam do esporte bretão.

Craque Neto é sem duvidas um imortal do futebol.

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