Dia do Jornalista – Por Dulcivânia Freitas – @DulcivaniaF

A querida jornalista Dulcivânia Freitas, em uma redação de jornal em 1996 – Belém (PA) – Foto: arquivo pessoal da Dulci.

Por Dulcivânia Freitas

Já que hoje é Dia do Jornalista, #tbt de uma redação raiz de jornal em 1996, em Belém . Essa é do tempo que não tinha Google, e a gente fazia apuração in loco, e só ficava no computador pra escrever mesmo, e no sábado a noite tínhamos síncope se não encontrássemos o jornal do domingo em alguma esquina da cidade. E bote escrever viu, eram páginas e páginas, e numa ligeireza que nem sei como era capaz. Só os entendedores entenderão. Acho que por isso me dei bem nas provas discursivas do concurso da Embrapa. E na redação raiz produzíamos tudo do nosso quengo mesmo, tendo como base a apuração de outrora, claro.

Do tempo que eu pensava que assessoria era um setor só pra agendar entrevista, nem imaginava que jornalista não tinha folga no feriado, me espantei com a jornada especial, e ainda pensava que jornal era somente um meio de informação. Sabe nada inocente.

Hoje vamos de SEO, hiperlink, multimídia, postagem quase em tempo real nas redes pessoais e corporativas (de certo mesmo jornalista agora é notícia também), mas uma coisa jamais muda: ser jornalista é saber hierarquizar, saber apurar e possuir uma compreensão aguçada do contexto. Em tempos de salários cada vez mais aviltantes na média, ataques (com nuances de fascismo) às atividades voltadas ao pensamento, reflexão e criação, mais do que nunca é importante ter noção da importância do jornalismo profissional.

Infelizmente não temos Conselho, sindicatos sempre com pouca representatividade e poder de mobilização, mesmo assim parabéns a esta categoria que ainda, no geral, precisa enxergar-se como classe trabalhadora e provedora de um insumo fundamental à democracia: a circulação de ideias e pensamentos plurais.

Meus parabéns e saudação aos colegas de ontem e de hoje. E deixo as boas-vindas aos meus primos da nova geração, que se enveredam agora pela melhor profissão do mundo, nas palavras do admirável Gabriel García Márquez. beijos!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *