Documentário e livro vão contar histórias do movimento hip-hop em Macapá

Velha guarda do hip-hop de Macapá se reuniu neste sábado (20), na Praça da Bandeira — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

Por Taemã Oliveira e Jorge Júnior

A história do movimento hip-hop em Macapá vai virar livro e documentário feito pelos próprios envolvidos na cena entre as décadas de 1980 e 1990. A velha guarda do movimento se reuniu no último sábado (20), na Praça da Bandeira, no Centro da capital, e contou o que busca com as produções.

“O documentário surgiu da ideia de que não tem registro do hip-hop no estado. E nós como precursores do movimento break dance no Amapá buscamos contar a história do começo do movimento“, disse o assistente administrativo Aminadábio Brito.

Durante as narrativas, a mensagem que o grupo pensa em transmitir é a mudança social que a cultura vinda dos Estados Unidos causou na vida dos jovens amapaenses nas duas últimas décadas do século 20.

Historiador João Ataíde — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

“Hoje, depois de 30 anos, a gente tem noção do que fizemos. Aonde o poder público não chega, quem chega é o hip-hop. E a nossa geração deu certo: são doutores, comandante do bombeiro, delegado de polícia. E a gente tem noção agora de que se não fosse o hip-hop naquele momento nada disso teria acontecido. O hip-hop nos salvou“, explica o historiador João Ataíde, um dos autores do livro.

A intenção do grupo é lançar as obras até o final deste ano. Outro ponto que busca ser destacado é a dificuldade enfrentada por seguir um estilo de vida nada comum em um território federal que ainda buscava ser reconhecido como estado.

Assistente administrativo Aminadábio Brito — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

“A gente andava por Macapá e as pessoas nos viam assim meio que arredios. Na nossa época éramos discriminados, tivemos gravadores quebrados pela polícia, recriminavam nossa roupa, a forma como a gente dançava“, lembra Brito.

E em 2024, um dos elementos do hip-hop, a dança break será uma das competições nos Jogos Olímpicos na cidade de Paris, na França. O b-boy Sidarta Amorim, que há 11 anos participa da cena de dança de rua na capital, fica feliz em ver o reconhecimento da arte nos dias atuais.

Dança break será esporte olímpico em 2024 — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

“No momento em que eles estavam a cultura hip-hop ainda estava muito marginalizada e hoje essa imagem ela é quebrada e a gente pega isso e transforma em algo positivo, porque a essência do hip-hop foi sempre combater a violência, trazer a paz e pregar sempre o amor”, define Amorim, que também é estudante de filosofia.

Fonte: G1 Amapá

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