Falso arquiteto é indiciado após fazer vítimas no AP; em um dos casos ele recebeu R$ 50 mil – Égua-moleque-tu-é-doido!!

Print de conversa entre vítima e suspeito onde Marinho se apresenta como arquiteto — Foto: Alexandra Uchôa/Arquivo pessoal

Um falso arquiteto de Macapá foi indiciado pela Polícia Civil do Amapá em dois inquéritos, pelo crime de estelionato. De acordo com a investigação, Izael da Silva Marinho se apresentava como profissional formado, recebia adiantado e sumia antes de entregar o serviço. A defesa nega prática criminosa.

Além de ser suspeito em duas investigações, Marinho também foi indiciado em outros dois inquéritos concluídos pela 1ª Delegacia de Polícia Civil (DP) de Macapá. O trabalho foi encaminhado ao Ministério Público (MP) estadual, para que seja feita denúncia à Justiça.

Vítimas relatam prejuízos de até R$ 50 mil. É o caso da autônoma Alexandra Uchôa, de 34 anos. Ela contou que pagou a quantia sonhando com a construção da casa própria em um loteamento da capital, porém, continua vivendo de aluguel com as duas filhas.

“Paguei para ele R$ 50 mil, mas o prejuízo é muito maior porque ainda estou pagando aluguel, tive que pagar mudança, instalação de central de ar e outras coisas. Quero que se faça justiça e que eu tenha o ressarcimento do meu dinheiro corrigido”, disse Alexandra.

A autônoma registrou boletim de ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia (DP) em novembro, meses após contratar o serviço. Segundo a vítima, o Marinho prestou depoimento, junto com advogado, e teria alegado que não tinha começado as obras devido ao atraso na entrega de materiais.

Marinho também é investigado pela 9ª DP. O delegado Nixon Kennedy detalhou que o suspeito não tem registro no Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) do Amapá e mentia ao dizer que era proprietário de uma empresa de construção civil.

“A forma de agir é sempre muito semelhante. Ele se dizia arquiteto, com isso ele conversava com a vítima e mostrava conhecimento na área, o que parece até que ele tem. E sempre formalizava contrato com o contratante. Em todos os casos as vítimas antecipavam o valor, ele iniciava e depois abandonava. E agora ele se colocou em local incerto”, explicou Nixon.

Em outro print, Marinho fala que vai terminar os projetos arquitetônicos — Foto: Rita Torrinha/Arquivo Pessoal

Segundo o advogado Antônio Marcelo Marinho, que faz a defesa do suspeito, o caso se trata de uma relação comercial e uma possível quebra de contrato, não existindo o estelionato. Ainda de acordo com o defensor, os próprios contratantes pediram que as obras fossem paralisadas.

O advogado também afirma que em nenhum momento o suspeito se apresentou como arquiteto.

Aas vítimas dos dois inquéritos em andamento e, no entanto, contam o contrário. Em “prints” encaminhados por elas, em um aplicativo de mensagens instantâneas, as conversas demonstram que ele se dizia ser arquiteto e que ele mesmo assinava os projetos de arquitetura.

A segunda vítima é a jornalista Rita Torrinha, de 40 anos. Junto com o marido, ela pagou R$ 10 mil reais para a construção de duas suítes na casa da família. Depois de muito adiar o início da obra, Marinho fez apenas uma escavação do terreno antes de sumir, segundo ela.

A vítima, que é colega de profissão de Marinho, não desconfiou que ele praticaria o golpe. Ela pede justiça e alerta para que outras pessoas tenham atenção nesse tipo de caso.

“Quero reaver o dinheiro que perdi, mas principalmente, quero que ele pague por esse crime e que meu exemplo sirva para que outras pessoas fiquem mais atentas e denunciem. Sou jornalista, tenho como premissa investigar as coisas antes de agir, mas não desconfiei da pessoa que trabalhava ao meu lado”, relatou Rita.

Fonte: G1 Amapá

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