Poema de agora: Consoantes – Luiz Jorge Ferreira

Consoantes

Fico alegre…feliz nunca mais…
Foram muitos amigos…
Criaturas criadoras a quem eu chamo de Pheras.
Eu olho os seus Quadros…
Eu canto as suas Músicas.
Eu declamo os seus Poemas.
Eu balanço a minha cabeça e meus olhos atônitos dançam um Tango.
Eu escuto o farfalhar do vento nas folhas de um Coqueiro…
E acho triste não ser chuva, coço os pés feitos para andar, que agora pouco saem do lugar, e estranham o futuro por ali abandonado, deixar o amanhã e vir ser apenas hoje.
Ali…onde a sombra dos tempos que passa pela sala, representa asas de mármore.

Estou atado aos dias que amarrei na memória.
As noites que aprisionei nos sonhos.
E o adeus que multipliquei em tantos…
Que agora vendo os amigos nos deixarem estranhamente apaticos a despedidas.
Esfrego em meus lábios punhados de urtigas…
Para inutilizar minha boca, e que ela não volte nunca a pronunciar a palavra…adeus !!!

Luiz Jorge Ferreira

*Osasco (SP) – 11.11.2021

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *