Prazer, sou Bernadeth!

Bernadeth Farias

Será que consigo resumir quase 50 anos em duas laudas? Vamos lá!

Cheguei ao mundo em um dia de muita chuva: era uma sexta-feira do dia 31 de janeiro de 1975. Amo quando a Mamãe me conta a história do dia do meu nascimento. Papai saiu de casa ainda na madrugada debaixo de uma chuva intensa (em Santana) para ir em busca de um táxi que a levasse para maternidade, em Macapá (já nasci trazendo esse BO para eles, kkkkkkkkkk).

Sou a 8ª de uma família de 10 filhos (Manoel, Mário, José, João, Benedito, Jacira, Jacirema, Jacirene, Benedita e Bernadeth), e a caçula das 5 mulheres. Recebi o nome de Bernadeth (uma escolha do Papai Benedito) em homenagem à Santa Francesa Bernadette Soubirous (talvez isso explique meu interesse desde pequena por estudar a língua francesa, rsrsrsrs).

Nasci com uma enfermidade na pele que a única forma de aliviar as feridas era tomar benzetacil todos os meses. Imagine uma criança recebendo aquela agulhada. Até hoje tenho trauma dessa injeção.

Mas, como eu não era uma criança boba nem nada, eu me alimentei até os 6 anos do mais poderoso alimento do mundo: o leite materno. E aí passei a ter o que chamam de “saúde de ferro”.

Mamãe conta que aos seis anos, quando ia me deixar na Escolhinha, eu puxava o peito dela pra fora pra mamar antes de eu entrar na sala.

Dos 6 aos 14 anos nunca adoeci, não gripava, nada de febres, dores. Aliás, eu era uma moleca “atentada”. Jogava bola na rua, pulava amarelinha, brincava de elástico, tomava banho na chuva, pira esconde, quebrei a cabeça dos meninos na escola, era encrenqueira (nada de levar desaforo pra casa). Mas, também era muito estudiosa (Papai não aceitava que a gente tirasse menos de 10 nas provas), extremamente religiosa (fui catequista) e trabalhadora (gostava de cozinhar, limpar casa e a Mamãe lavava e passava roupa pra fora e eu ia com a trouxa na cabeça deixar a roupa na casa das clientes da Mamãe. Tinha tanto equilíbrio que nem segurava a trouxa na cabeça). Hoje pra eu me manter no salto, tem horas que dá uma desequilibrada (kkkkkkkk)

Aos 15 anos, arrumei meu primeiro emprego como aprendiz. Daí não parei mais. Aos 18 anos saí de casa para morar, pasmem, sozinha.

E a partir daí iniciava a vida adulta: trabalho, faculdade, boletos, amores, desilusões, conquistas, alegrias, e por aí vai.

Até os 30 anos foram muitas adversidades e realizações: o sonho de ser mãe veio (o nascimento do meu amado filho JOAB), a compra da casa própria (financiada em 20 anos, claro kkkkk), a compra do carro próprio (um celta 2 portas, rsrsrs), e a dedicação e o amor ao trabalho que sempre sonhei.

Mas, nessa idade a gente ainda busca mais né? Então, pedi demissão da televisão (por onde trabalhei por 16 anos) para ir em busca de novos desafios. E os desafios vieram, as novas conquistas chegaram. E, com a maturidade, veio o encontro com o que chamo de AMOR desta e de todas as outras vidas: meu anjo JOB. (E com ele espero em Deus envelhecer)

Já até a chegada dos 40 anos foram muitos sonhos alcançados, mas as conquistas vieram também com renúncias pessoais. Então, as 24 horas do dia eram “insuficientes” para tantas responsabilidades, compromissos e demandas. E, mesmo com sinais do corpo e da mente, não parei.

E quando digo não parar é não parar mesmo: ritmo frenético no trabalho, tentando conciliar casa, responsabilidades de mãe, mulher e filha, atividade física, viagens, estudos.

Mas, a vida é cheia de surpresas. Quase chegando aos 50 anos, a vida me disse: ei, dê uma parada, respire, seu corpo e sua mente estão te cobrando. E é assim que chego a este novo ciclo: tomando a decisão de respirar, me priorizar, mantendo a serenidade no trabalho e na vida pessoal. Minha família e meus amigos sabem o que estou falando.

Por isso, neste dia toda minha gratidão a quem segurou e segura minha mão nesta jornada (impossível listar aqui, porque graças a Deus sou rica de amor e de amigos).

A Deus toda honra e glória por me guiar e me proteger nessa caminhada de quase 5 décadas de vida! Só tenho gratidão e amor no meu coração.

Ano que vem eu “cinquentarei!”

Bernadeth Farias
31 de janeiro de 2024

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