Tani lança EP “O que eu queria ter feito antes” com cinco faixas autorais e participações que valorizam a identidade preta e indígena

Nesta quarta-feira (24), às 18h, acontece o lançamento do EP “O que eu queria ter feito antes” da cantora, compositora, artesã e ativista negra, Tani Leal. O novo trabalho é um processo pessoal de (re) exis-tência na ancestralidade, de renascimento, de autocuidado e de cura, um grande estopim da sua carreira musical. Simultaneamente ao lançamento do EP, Tani lança seu primeiro videoclipe com a faixa “Aval”, ambos serão disponibilizados no canal YouTube Saturação(https://www.youtube.com/saturacao).

A poesia é a chave mestra das suas composições, revelando a intensidade da sua vivência na mesma medida em que ressignifica seus traumas. Seu processo criativo é intuitivo e livre, carrega todo o peso e leveza dos seus sentimentos. Tani já é considerada uma das potências musicais na região norte, uma (multi) artista impecável, que carrega a ancestralidade em sua trajetória e hoje apresenta seu conceito mais sólido no cenário artístico.

As participações especiais no clipe foram escolhidas minuciosamente, trazendo a valorização da identidade preta e indígena em um trabalho caprichoso que é majoritariamente construído com artistas não brancos. Tani traz nesse EP um processo transparente sobre acreditar cada vez mais no seu potencial artístico,na sua evolução profissional e na construção acerca do seu pertencimento como mulher negra na sociedade e na música, traz o desco-brimento da autoestima, o desapego da branquitude, e o florescer de si mesma.

Faixas do EP

O EP, traz cinco faixas autorais, Intro, a faixa de abertura traz uma leveza des-medida, o único instrumento presente é a sua voz, trazendo o que há de melhor nesse trabalho: o sentimento. A segunda faixa, intitulada Aval, mostra a força que há na sua vivência artística, relatando os processos de desprendimento da branquitude e o eu-lírico da canção demonstra as dores enfrentadas diante dos“nãos” já ditos pelo racismo e a vitória em superá-los no encontro com a ances-tralidade.

Já em “Linha de limite”, mostra seu lado mais vulnerável, a música exprime um sentimento de angústia que a síndrome do impostor instiga e explica como é viver na beira do precipício da ansiedade e da depressão – causadas, mais uma vez, pelo racismo estrutural. A faixa “O que eu queria ter feito” anda de mãos dadas com o nome do EP, tem um ritmo alegre, com muitas percussões e inspi-rada no ijexá afro-brasileiro, a música fala sobre o desapego com o que já passou e a esperança do amanhã. Já “Sorte”, é a faixa de encerramento, tem um ritmo animado, também com ijexá, fala sobre um amor outrora já correspondido, mas que perdeu a recíproca com o tempo.

Tani traz a religiosidade de matriz africana e a espiritualidade como um abraço em si mesma, no afeto, no cuidado, no próprio pertencimento. A música, a poesia e a espiritualidade, tudo se conecta nesse trabalho. Seu espelho, seus guias, sua fortaleza, a sua voz se tornam intensos e seu timbre ganha uma força descomunal.

Apoio e Ficha Técnica

O projeto foi selecionado no Edital nº 003/2020 – Carlos Lima “Seu Portuga” –, da Secretaria de Estado da Cultura do Amapá (Secult/AP). Os recursos para elaboração são provenientes da Lei Federal nº 14.017, de 29 de junho de 2020.

Equipe do EP:
Direção Musical: Anthony Barbosa; Produção Musical: Hian Moreira; Seleção de Musicistas: Anthony Barbosa; Composição Musical: Tani Leal; Parceria Musical: Anthony Barbosa; Melodias:Tani Leal e Anthony Barbosa; Baixo:Nitai Santana; Bateria: Hian Moreira;

Equipe Clipe – Música: Aval
Composição:Tani (@ttsereia); Direção musical: Anthony Barbosa (@thonny_barbosa); Produção Musical/mix/master: Hian Home Studio (@hian.homestudio); Direção:Saturação (@saturacao_); Roteiro:Tani e Saturação; Direção artística: Saturação e Cia. Casa Circo (@casacircoamapa); Atuação:Tani e Cia. Casa Circo; Assistência, logística e locomoção: Alexander Oliveira (@lynolvrex) e Graúda Gang(@grauda.gang); Câmera: Saturação; Edição e Finalização: Saturação; Direção de Fotografia: Saturação;
GRAÚDA GANG: Luciana Rodrigues (@eindige) e IrlanPaixão (@irlannnn); CIA.CASA CIRCO: Jones Barsou (@cofre_da_arte) Ana Caroline (@flordoar)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *