A “POLARIZAÇÃO MUSICAL: acabou a mamata sertaneja – Por Nelson Motta – @siganelsonmotta

Por Nelson Motta

A polêmica entre Anitta e um tal Zé Neto, que transbordou para Gusttavo Lima e outros sertanejos bolsonaristas, deflagrou a polarização musical na campanha eleitoral.

De um lado, a MPB em peso com todos os seus orixás, os roqueiros em massa (menos Roger), sambistas, funkeiros, pessoal do axé (menos Netinho), o pop multissexual, e do outro, sertanejos raiz, universitários e sofrentes velhos e novos, perdendo de lavada para “o outro lado”, como Bolsonaro chama todos que não são seus aliados.

“Acabou a mamata”, o sórdido slogan criado e multiplicado para estigmatizar artistas anti-bolsonaristas, acusando-os de usar a Lei Rouanet para enriquecer, agora volta-se contra os sertanejos bolsonaristas, contratados a peso de ouro por prefeituras de pequenas cidades pobres e carentes com verbas destinadas à saúde e educação. E, depois de toda a vergonha que passou no 7 de setembro, Sérgio Reis volta à cena para dizer que “isso não é dinheiro público, é dinheiro do público.” Mas é claro, cumpadi, é dinheiro dos nossos impostos patrocinando a festa dos artistas, sem concorrência ou qualquer fiscalização, sem nenhum beneficio à população além de entretenimento de baixa qualidade. Essa mamata acabou, véio!

Os TCEs, os TCMs, o TCU, os MPs estaduais e municipais e outros órgãos de controle caíram em cima dos contratos milionários, que seriam pagos com verbas de extração de minérios ou de petróleo, que só podem ser usadas para saúde e educação. Ou com verbas do orçamento secreto enviadas para prefeituras promoverem, na prática, “showmícios” durante a campanha eleitoral, proibidos por lei.

A diferença é que, na Lei Rouanet, as empresas podem destinar parte do dinheiro que pagariam em impostos para financiar produções artísticas. O Estado deixa de arrecadar, mas lucra com os empregos e impostos gerados pela indústria do audiovisual. Mas na abertura da porteira aos sertanejos, bancada com os impostos pagos por pobres, remediados e ricos, só eles ganham, quem perde de verdade são todos que trabalham duro para pagar impostos, e certamente não é para financiar mamatas caipiras. A têta secou”.

*Contribuição da amiga Alcilene Cavalcante.

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