Crítica bem humorada do filme Tropa de Elite 2

Como já disse antes, achei o filme “Tropa de Elite 2” muito bom, mas como dou muita risada dos textos engraçados e inteligentes do site Zero Zen, não podia deixar de postar este aí:

Tropa de Elite 2, em tese, deveria ser mais realista do que seu antecessor. Porém, é, sem sombra de dúvida, o maior filme de ficção jamais feito no Brasil. Por quê? Simples. No momento em que o Capitão Nascimento senta o sarrafo em um político corrupto o público no cinema percebe que nada disso jamais vai acontecer na realidade…

A trama se passa 15 anos depois do primeiro filme. Agora, o Tenente-Coronel Roberto Nascimento (Wagner Moura) deixou o combate ao tráfico de drogas, nas favelas do Rio de Janeiro. Mesmo assim, continua frio e implacável. Em um incidente no presídio Bangu 1 ele espera que duas facções rivais briguem e eliminem o máximo de elementos antes de entrar em ação.

O problema é que seu sucessor no Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) Mathias (André Ramiro) comete um erro. Mata um perigoso bandido chamado Beirada (Seu Jorge) justamente na frente do Fraga (Irandhir Santos), um ativista dos direitos humanos. Ele aproveita para fazer um escândalo e força a saída de Nascimento do Bope.

Aliás, Fraga é casado atualmente Rosane (Maria Ribeiro), a ex-mulher de Nascimento. É realmente impressionante. Nem mesmo no Bope o sujeito está a salvo de um chifre. Sim, pelo que tudo indica, ao invés de faca foi guampa na caveira…

Para piorar as coisas, seu filho adolescente Rafael (Pedro Van-Held) acaba acreditando que o capitão Nascimento é um assassino e que os policiais só servem para matar gente pobre. Até parece que isso acontece em uma cidade pacífica e ordeira como o Rio de Janeiro… Quanta imaginação tem esse garoto.

De qualquer forma, para a população Nascimento se torna um herói depois do incidente em Bangu 1. Com isso, ele sai do Bope para se transformar em subsecretário de Segurança. Finalmente no poder, ele planeja erradicar o tráfico das favelas do Rio. Mas falar é fácil. Na teoria a prática é outra.

Lentamente o protagonista percebe que sua promoção à Subsecretaria de Segurança teve motivação política. Ele é apenas mais uma peça do sistema. O poder dos traficantes é substituído pelo poder das milícias. Criadas por policiais corruptos elas cobram dinheiro para garantir a segurança dos moradores das favelas. Com isso, gente como o Major Rocha (Sandro Rocha) aproveita para prosperar e se tornar amigos de pessoas importantes. Entre elas o ardiloso deputado Fortunato (André Mattos).

Claro que Nascimento percebe o golpe e parte para uma vingança tão alucinada quanto inconcebível. Em um depoimento na tribuna da Assembleia Legislativa do Rio, o protagonista chega a dizer que metade dos parlamentares, ali presentes, deveriam estar na cadeia.

E, acredite quem quiser, em Tropa de Elite 2 os políticos corruptos vão mesmo para a cadeia. Só mesmo no cinema. É muita ficção. Só falta o Capitão Nascimento acreditar em duendes. Moral da história? Não tá fácil pra ninguém. Mas para alguns a vida é bem menos difícil…

J. Tavares

(Tropa de Elite 2, BRA, 2010), Direção: José Padilha, Elenco: Wagner Moura, André Ramiro, Maria Ribeiro, Milhem Cortaz, Pedro Van Held, Seu Jorge, Irandhir Santos, Tainá Müller, Sandro Rocha, André Mattos, Fabrício Boliveira, Emílio Orcillo Neto, Jovem Cerebral, Bruno D’Elia, Dudu Nobre, Duração: 116 min.

A Origem

Eu adorei o filme “A Origem”, mas esse texto, que critica o longa, é muito legal. Leiam:
A Origem
A Origem é uma daquelas obras feitas com o objetivo de provocar celeuma e discussão. É um sonho dentro de um sonho dentro de um sonho? Ou é uma metafora sobre qualquer coisa que o espectador tenha em mente? Nada disso, o diretor Christopher Nolan fez provavelmente o filme de assalto mais confuso da história do cinema…
Sim, o elogiado argumento de A Origem, escrito por Christopher Nolan não tem nada de complexo. É um filme sobre um assalto com direito a todos os clichês do gênero. Só que o furto vai ser realizado na mente da vítima. Na verdade, ao invés de roubar o grupo de larápios vai inserir uma ideia. É simples assim.
A trama começa quando Dom Cobb (Leonardo DiCaprio), um “extrator” de ideias que ainda estão dentro da mente das pessoas, tenta roubar o empresário Saito (Ken Watanabe). O plano fracassa e Dom descobre que no Japão os homens de negócio são realmente vingativos. Então precisa fazer um acordo se quiser continuar vivo para comer sushi em outro dia.
Saito quer que ele recrute um grupo de especilistas para fazer algo extremamente difícil: plantar uma ideia. O processo se chama Inception, daí o nome do filme. O objetivo é colocar uma ideia na mente de um executivo Robert Fischer (Cillian Murphy). Se tudo funcionar, esse pensamento deve destruir o império erguido pelo pai de Fischer, Maurice (Pete Postlethwaite), que está prestes a morrer.
Infelizmente, Dom parece reticente em aceitar a missão. Tudo por que essa habilidade em inserir uma ideia teria dado causa à morte de sua mulher, Mallorie (Marion Cotillard). Sim, Mal é interpretada pela mesma atriz que deu vida a Piaf. E, convenhamos, o casamento deve ter acabado por que ele não aguentava mais ouvir Je Ne Regrette Rien…
De qualquer forma, para atingir a mente do executivo, Dom Cobb continua tendo ao seu lado Arthur (Joseph Gordon-Levitt), que o ajudou em missões de extração de ideias. Porém, a dupla é incapaz de realizar sozinha uma missão tão complexa. Ele recruta então Eames (Tom Hardy), um falsário, que muda de aparência nos sonhos. Algo útil para enganar a vítima. Além disso é preciso garantir que todos estejam em um sono profundo. Por isso, Yusuf (Dileep Rao), um químico, que cria sedativos (certo, no Rio de Janeiro isso tem outro nome, mas deixa pra lá) é contratado para o projeto.
Por fim, surge Ariadne (Ellen Page). Esta é uma personagem curiosa, pois funciona como uma arquiteta de sonhos. Ela desenha na mente da vítima o sonho. E isso é que vai permitir acessar determinada área do subconsciente e plantar a ideia. Ariadne, diga-se de passagem, faz perguntas demais. Sempre interessada no passado de Cobb.
Nem é preciso dizer que o plano perfeito de Cobb vai por água abaixo e logo ele se vê obrigado a improvisar. Principalmente por que Mal está em seu subconsciente disposta a atrapalhar tudo. Com isso a equipe tenta plantar a ideia e retornar a salvo.
A Origem mostra que o Christopher Nolan sabe como reciclar clichês. Ou seja é a mesma coisa de sempre só que completamente diferente. A montagem trabalha em três níveis de sono diferente. Cada um com detalhes e problemas a serem enfrentados. Há, claro, o quarto nível de sono que é o do espectador no cinema…
P.S.1 – Muitas pessoas questionam o final do filme por ser aberto, por não haver uma explicação. Neste ponto, a ZeroZen é obrigada a concordar com o diretor. Explicação a gente dá para porteiro quando chega bêbado em casa às 5h da manhã.
(The Inception, EUA, 2010) Direção: Christopher Nolan. Elenco: Leonardo DiCaprio, Marion Cotillard, Joseph Gordon-Levitt, Ellen Page, Ken Watanabe, Cillian Murphy, Tom Berenger, Michael Caine, Lukas Haas, Tohoru Masamune, Tom Hardy. Duração: 148 minutos.

Amapá comemora Dia Internacional do Cinema de Animação

                                                                                          Por Alexandre Brito

Pelo terceiro ano consecutivo o Amapá comemora o DIA (Dia Internacional de Cinema de Animação), 28.10. No estado, três cidades receberão as mostras: Macapá, Santana e Itaúbal. Na capital a programação será realizada pelo FIM (Festival Imagem-Movimento) e pelo MIS-AP (Museu da Imagem e do Som do Amapá) e acontecerá no Teatro das Bacabeiras a partir das 16 horas.

O evento será composto por cinco mostras que atingem todos os públicos e primam pela acessibilidade:

• Mostra para deficientes visuais (classificação livre);

• Mostra para deficientes auditivos (classificação livre);

• Mostra infantil (classificação livre);

• Mostra nacional (classificação 12 anos);

• Mostra internacional (classificação 14 anos);

Essa diversidade toda reflete um momento especial do cinema de animação no Brasil. Ele vem crescendo consideravelmente e já conta com público expressivo, além de editais de financiamentos específicos e cada vez mais cursos e mostras. Prova disso são as mais de 400 cidades que compõem o evento deste ano. No dia 28.10, quando os relógios marcarem 19H30MIN (horário local), todos os estados do Brasil estarão olhando para a tela sensibilizada por imagens animadas. É simplesmente o maior evento simultâneo de audiovisual do Brasil.

Por trás da data, no longínquo ano de 1892, portanto três anos antes do cinematógrafo dos irmãos Lumierre, Émile Reynaud iniciou um mundo mágico: realizou a primeira projeção do seu teatro óptico no Museu Grevin, em Paris, sempre lá não é mesmo? Os franceses inventaram o cinema da animação, a fotografia e o cinema. Essa projeção foi a primeira exibição pública de imagens animadas (desenhos animados) no mundo. Foi para comemorar esta data que a Associação Internacional do Filme de Animação (ASIFA) lançou o evento, contando com o apoio de diferentes grupos internacionais filiados. Em 2010 o Dia Internacional da Animação está sendo realizado em 30 países.

Além das mais de seis horas de filmes inéditos no Amapá provenientes de diversos lugares do globo, a programação do DIA conta com refinado tempero local: na ocasião será lançada oficialmente a programação do VII FIM (Festival Imagem-Movimento), evento audiovisual com DNA amapaense que está, assim como o DIA, comemorando sete anos de existência.

Então temos um bom programa para o dia 28.10, com certeza não vai faltar animação a todos os públicos que comparecerem ao Teatro das Bacabeiras. Agende-se, porque outro evento desses, só ano que vem.

Serviço:
DIA – Dia Internacional do Cinema de Animação.
Data: 28.10.2010
Local: Teatro das Bacabeiras.
Hora: A partir das 16H.

A questão de fundo

Ontem (18) assisti o filme “Tropa de Elite 2”. Fiquei impressionado com o longa, pois dificilmente uma continuação é melhor que a primeira parte de uma história cinematográfica, este é o caso de Tropa de Elite 2. O filme mostra conflitos familiares e a realidade corrupta da polícia e poderes executivos e legislativos. Parafraseando o personagem principal, agora coronel Nascimento: “O sistema é foda” e não só no Rio de Janeiro. Sobre o filme, li este texto do jornalista e escritor Daniel Piza, que descreve exatamente o que achei de Tropa de Elite 2, leiam:

A questão de fundo
Tropa de Elite 2 não é apenas a continuação do antecessor; é também sua desconstrução. José Padilha parece ter feito uma coisa rara entre criadores brasileiros e dado ouvido às críticas que não caíram nem na exaltação emotiva do filme, nem em sua rejeição como “fascista”. No primeiro Tropa de Elite, o capitão Nascimento (Wagner Moura) jamais é contestado a sério e, apesar do estresse que o faz pensar em desistir de tudo, jamais contesta a si mesmo, seguro de que o Bope é incorruptível e tem a solução nas mãos e armas.
Agora no segundo filme, já tenente-coronel, trabalhando na Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, ele é contestado da primeira à última cena: contestado por seu filho, por sua ex-mulher, pelo atual marido dela, por ex-companheiros do Bope como Matias, etc. E se vê obrigado a rever seus conceitos, sobretudo a crença no grupo que treinou como um bando de Rambos e a redução do problema das drogas ao consumo de burgueses.
O filme é menos acelerado, embora continue sendo um filme de ação, e a narração em off de Nascimento – que no primeiro seria de Matias, até que as pesquisas prévias mostraram que o personagem mais forte era o de Moura – é mais expositiva e reflexiva, não mais um mero apoio às imagens. Em vez de incitar a polarização como no filme anterior, entre os que acham que a violência se combate com a violência e os que acham que ela é apenas “uma questão social”, desta vez o roteiro contempla graduações. Numa cena no começo, depois de sua equipe invadir Bangu 1 com a truculência habitual, o coronel é aplaudido num restaurante, obrigando as autoridades a ficarem do seu lado, e o off diz que “o povo pensa que bandido bom é bandido morto”, como se explicasse os aplausos da platéia às torturas feitas por Nascimento no primeiro filme – o que não elimina o fato de que o enredo endossava a atitude.
Aqui surge a principal ressalva ao segundo filme: embora afaste e até ironize as reações passionais ao anterior, retirando boa dose do caráter heróico de Nascimento, ele o faz alegando que o crime organizado mudou nesse espaço de tempo. O “sistema” agora se baseia em milícias, em supostos protetores “comunitários” que participam da vida das favelas e arrecadam dinheiro não só das drogas; e isso faz Nascimento entender que a solução do Bope – o extermínio de traficantes – já não dá conta da realidade. Não se trata mais de uma guerra territorial, e sim política.
Ok, é verdade que em governos como o atual, de Sérgio Cabral, a ênfase é outra, mais paternalista e midiática, mas daí a sugerir que não tinha nada disso antes, quando o Bope sabia o que fazer, vai boa distância. De qualquer modo, podemos conceder que Nascimento precisou desses anos de setor público para entender os limites do seu método.
Essa alegação cronológica levou o filme não apenas a ser menos chocante, mas também a assumir um tom didático, no off e nos diálogos – principalmente quando o deputado Fraga fala em palestras ou na Assembléia –, que fica excessivo e, no final, quase panfletário. Ao mesmo tempo, há clichês de filmes de ação, como as tomadas do caveirão invadindo a favela. O maior deles é a saída encontrada para personalizar a mudança de Nascimento: Fraga vem a ser o marido de sua ex, com quem o filho vive. Quando o rapaz vai parar na delegacia e começa a ver o pai como um fascistoide, ele vê sua impotência diante da complexidade da questão; depois, o rapaz vai parar no hospital. (Em todo filme de pancadaria, o protagonista tem como motivação a agressão a um familiar.) De resto, porém, o roteiro tem poucas cenas marcantes, ao contrário do anterior. Uma delas, breve até demais, é a da tortura da jornalista (Tainá Müller), alusão aos casos reais de Tim Lopes e de uma equipe de O Dia.
Outra, bem mais relevante, é a do sobrevôo de Brasília no final do filme. Habilmente o argumento vai levando a ineficácia do combate ao crime para a questão de fundo: os interesses e a impunidade da classe política. É um gesto corajoso, ainda mais em época eleitoral, e sugere que Padilha está pronto para fazer um filme sobre esses corruptos, adotando um realismo político também raro nas narrativas brasileiras. O sucesso de Tropa de Elite 2, que tem batido todos os recordes de público (e comprovado que o primeiro foi sim prejudicado pela absurda pirataria que o precedeu), pode ser atribuído em boa parte a essa crítica em tempo real aos políticos, dimensão quase ausente no anterior. E ao fato de, por isso também, ser um filme mais completo, que tem até momentos de humor. Toda maturidade, num país que resiste a ser sério, deve ser aplaudida.

10ª Reunião do Clube de Cinema

Salve, salve leitores do blog do MIS. Esse poste é pra divulgar a 10ª reunião do Clube de Cinema! Conforme a dinâmica que adotamos, o tema da próxima sessão será “extras de filmes”. Serão exibidas algumas cenas de bastidores de filmes seguidos de debates sobre “formas de fazer” audiovisual. Estamos agendando também uma palestra sobre a história das salas de cinema de nossa cidade. Então está marcado não vá faltar!

10ª Reunião do Clube de Cinema

Local: Auditório do MIS

Hora: 18:30

Dia: 16.10.2010

Cine Mairi estréia com documentário “Terra Deu Terra Come”

Cine Mairi – Foto: Sal Lima.
Neste sábado, 9, o Cine Mairi que funciona na Fortaleza de São José Macapá, dá início a sua nova temporada, tendo como filme de estréia a película “Terra Deu Terra Come”. Ele foi considerado pela crítica brasileira como o melhor documentário brasileiro, com um enredo cheio de encantos e surpreendente. Memória e ficção se misturam, de forma a tecerem uma história fantástica, que retrata um canto metafísico do sertão mineiro. A sessão será às 16h e a entrada é franca.

O Cine Mairi traz 12 novos programas, contendo filmes de comédias, ficção e documentários sobre a política brasileira, futebol e outros gêneros. A exibição será aos sábados, sempre às 16h, sendo um filme por sessão, nas categorias curta, média e longametragem.
O Prisioneiro da Grade de Ferro; Bola na Tela; Comédias Contemporâneas; Bicho de sete cabeças e O profeta das cores; Milagre em Juazeiro e Padre Cícero; Quase dois Irmãos e O prisioneiro; Os xeretas e A lasanha assassina; O Velho – a história de Luiz Carlos Prestes; Programa 99 Curta Criança; Programa 106 Os anos JK – uma trajetória política; Iracema; Uma transa amazônica; Carrego comigo e A pessoa é para o que nasce, são alguns dos filmes a serem exibidos durante a temporada.

A primeira temporada do Cine Mairi foi lançada no dia 12 de março deste ano. De lá para cá já foram exibidos mais de 40 sessões, com a exibição de 33 filmes e um público de 740 espectadores. Uma média de 18,5 espectadores por sessão. Quanto ao público, predominante 62,3% são de todas as idades; 21,31% são adultos e os demais se dividem entre crianças e jovens. O Cine exibe, principalmente, filmes da Programadora Brasil. São catálogos nacionais disponibilizados em pacotes trimestrais.

O coordenador do Cine Mairi, Thiago Cavalcante, acredita que o diferencial da nova temporada é a exibição das sessões no espaço das muralhas da Fortaleza de São José de Macapá. “O Cine Mairi é uma atividade cultural de suma importância para divulgar a produção cinematográfica brasileira. Além disso, desde que foi lançado, tem contribuído consideravelmente com o aumento de visitação da sociedade amapaense e também de turistas à Fortaleza de São José de Macapá. E esse é um dos nossos objetivos: conectar por mais tempo o cidadão ao nosso Patrimônio Histórico, mostrar-lhe o valor desta nossa riqueza, para a memória e a identidade da população amapaense”, destacou Thiago.

Iracilda Tavares
Assessora de Comunicação
Secretaria de Estado da Comunicação

Tropa de Elite 2

Estréia hoje (8), nos cinemas do Brasil, o filme Tropa de Elite 2. O longa promete imagens fortes como gente morrendo, tiros, porrada e bomba! E até o saco (aquele usado para sufocamento, tática de tortura vista no primeiro filme) está de volta. Mas tem mais: “Tropa de elite 2” toca em assuntos delicados. Fala não só de tráfico de drogas, mas de milícia, ligação da PM com traficantes, corrupção (não só na polícia, mas principalmente na política), e até conexão de chefe de Estado com bandidagem.

Agora,Wagner Moura (10 anos mais velhos) não é mais capitão e sim “coronel Nascimento” . O filme mostra também a relação de Nascimento com o filho (Rafael, interpretado por Pedro Van Held, o Artur de “Malhação”).

O ator Sandro Rocha, que no “Tropa de elite 1” foi o PM corrupto que soltou a pérola “quem quer rir tem que fazer rir”, volta em “Tropa 2” como um PM atuante e, ao mesmo tempo, chefe de milícia na Zona Oeste do Rio.

O Tropa de Elite 1 foi um sucesso de público e crítica, estou afim de ver qual é desta continuação. Vamos aos cinemas (isso se o “lançamento nacional” se estender a todos os cinemas de Macapá).

Curso de Atuação em Cinema e TV

Janisse Carvalho, além de talentosa, uma amiga querida.
O Museu da Imagem e do Som (MIS) inicia hoje (28) o “Curso de Potencialidade Criativa para Atuação em TV e Cinema”. A capacitação, que encerrará no dia 3 de outubro, será ministradada pela psicóloga e atriz Janisse Carvalho.O curso será certificado e será ministrado das 14h ás 17h, na sede do MIS, no segundo piso do Teatro das Bacabeiras. É mais uma oportunidade dos artistas da cidade se familiarizarem com linguagem cinematográfica.

O MIS auxiliará nos registro das performances dos alunos. O resultado dessas gravações irá iniciar a construção de um banco de imagens de atores do MIS.
“Esta proposta baseia-se na premissa de que, a linguagem teatral, inspirada nos estudos da bioenergética, biodança, teatro do oprimido e teatro de palhaços, apresenta-se como uma alternativa de sucesso para aprofundamento do autoconhecimento. O principal desafio na aplicação desse método no processo de qualificação para a apresentação em vídeo é reconhecer a possibilidade de realizar trocas democráticas de construção, interpelação e reflexão do saber em circulação no setting da apresentação”, explicou Janisse Carvalho.


Um museu de grandes novidades

Texto de Renato Flecha, publicado no Caderno Batuque, do jornal “Correio do Amapá” – Edição de 26.09.2010

Alexandre Brito, o administrador que fez o MIS funcionar
A promoção de cultura no Amapá acelera a passos largos e em todas as suas vertentes. Em 2010, o setor audiovisual do Estado ganhou força. O Museu da Imagem e do Som do Amapá (MIS-AP), que foi fundado em 2007, intensificou suas ações.

O Museu funciona no segundo piso do Teatro das Bacabeiras, no centro de Macapá, e tem como missão preservar, mapear e divulgar registros audiovisuais referentes à história e cultura do Amapá, por meio de ações de educação patrimonial, eventos que promovam elementos de nossa cultura e ações de formação de produtores audiovisuais.

Parafraseando o poeta Cazuza, no MIS “eu vejo um museu de grandes novidades”. O Museu é aberto à visitação pública, de segunda à sexta, no horário comercial, de 9h às 12h e de 14h às 18h.
O responsável pelas ótimas ações do MIS é o diretor do Museu, o fotógrafo, jornalista e professor universitário, Alexandre Brito. Durante sua gestão, que iniciou em novembro de 2007, o administrador tem buscado realizar ações mais contundentes, que permitam ao MIS, se tornar um museu mais conhecido e, consequentemente, mais útil aos cidadãos amapaenses. O MIS é, dos museus existentes no Amapá, o único que disponibiliza seu acervo na internet, para que a cultura amapaense seja conhecida e minimamente pesquisada por qualquer pessoa que tenha acesso à rede mundial de computadores.
De acordo com Alexandre Brito, essas ações afirmativas passam, inevitavelmente, por um tratamento adequado do acervo, como: catalogação, digitalização e facilitação do acesso às fotografias, slides, vídeos, filmes e áudios que compõem a reserva técnica do MIS-AP. Segundo ele, as ações do MIS buscam cuidar da memória de nosso Estado e estimular a sociedade a conhecer-se melhor e a registrar suas práticas cotidianas como uma forma de valorização de seus saberes.
“E aqui estamos nós, buscando, diariamente, atingir essas metas. A tarefa não é fácil, mas também reconhecemos como extremamente necessária. Imagens e sons possuem a propriedade de carregar consigo muitas memórias. A preservação e difusão delas representam a possibilidade de levar às gerações futuras a chance de conhecer os modos de viver, fazer e pensar de seus antepassados”, explicou Alexandre Brito.
Enfatizou ainda, “Cuidar dessas memórias é uma das finalidades de um Museu da Imagem e do Som. Partindo da interação com essas lembranças, memórias ou registros audiovisuais, temos a oportunidade também de entender melhor nosso próprio presente, fortalecendo nossos laços e vínculos identitários e, ao mesmo tempo, adquirir maiores referências para agir ativamente no processo dinâmico da história e da cultura”.
Acervo
O acervo do MIS é composto por uma infinidade de suportes. Alguns deles estão em excelente estado de conservação e outros precisam de um cuidado especial, por estarem em processo de desgaste avançado. Por isso, é necessário que a digitalização aconteça da forma mais ágil possível. É nessa fase que a equipe está trabalhando nesse momento.
A prioridade estabelecida é para a digitalização das fotografias. Isso se justificativa pelo fato de ser ela o item do MIS mais procurado por pesquisadores e alunos dos ensinos Médio e Superior. Após essa etapa, o MIS iniciará a digitalização dos VHS, segundo item das demandas encaminhadas para o Museu.

O acervo do MIS se constitui de 13.000 fotografias impressas; 1.000 horas de vídeo em VHS; 150 horas em MiniDV; Películas super 8mm; Películas 35mm; Slides; Fitas K7; CDs; DVDs; Livros.
Projetos
Entre os projetos do Museu estão o “Histórias Daqui”, “Clube de Cinema”, além da “Digitalização de fotos históricas” do Amapá e Upload do acervo de parte do acervo para internet. O projeto Histórias Daqui busca gravar, com os artistas e moradores mais antigos do Estado, vídeos que possam registrar as memórias dessas pessoas a respeito do cotidiano da cidade e de suas memórias afetivas em relação à nossa cultura. Já o Clube de Cinema do MIS, que acontece em parceria com o Serviço Social do Comércio (SESC-AP), realiza reuniões quinzenais nas quais se projeta filmes para que o público possa refletir sobre cinema e vídeo. Esta ação busca estimular o estudo e a profissionalização dos produtores independentes do Amapá.
Eventos
Vários eventos foram realizados pelo MIS, entre os quais, cursos cinema e vídeo, curso de Fotografia, Produção, Direção, Roteiro e Iluminação para cinema e vídeo. Além das capacitações, o Museu promoveu o II Colóquio Amapaense de Fotografia e a I Maratona Fotográfica do MIS.
Resumo da ópera: o MIS é um espaço de criação, resgate e exposição cultural. Possui profissionais capacitados e comprometidos com o audiovisual local. Setor de grande relevância e eficiência, que ascende dentro de vários segmentos no Amapá. Faça uma visita ao MIS e conheça mais de nossa história, através de sons e imagens, uma verdadeira viagem no tempo.
As informações sobre o MIS estão disponíveis no blog do Museu, no endereço eletrônico: www.museudaimagemedosom.blogspot.com e e-mail para contato é: [email protected].

Oitava reunião do Clube de Cinema

                                                                                Arte: JJ

Hoje (18), tem Clube de Cinema no MIS, Teatro das Bacabeiras, segundo piso, a partir das 18:30. A tela receberá imagens dos títulos:
Metropolis;
O vaso;
O homem com uma câmera;
Entrada franca, apareçam!!

Chico, Besouro e o Bem Amado

                                                                                            Por Wellington Silva

Depois de vermos tanta baboseira nacional, finalmente, eis que surge, muito comentadas no meio intelectual e nas massas, duas fantásticas produções cinematográficas para salvar a nossa ruinzinha imagem perante a comunidade internacional:A vida de luz e pura caridade cristã de Chico Xavier e a bela construção histórica da vida cultural dos capoeiristas e candomblecistas no recôncavo baiano, liderados por mestre Besouro, escolhido pelos Orixás para cumprir a sagrada missão de libertar da opressão toda uma cultura de resistência afrodescendente.
O primeiro, Chico Xavier, por mais que fosse uma produção de poucos recursos, em todos os níveis, por si só já seria uma bela obra justamente pela abordagem histórica daquele que foi em vida encarnada o Grande Luzeiro do espiritismo no mundo, de origem muito pobre, escarnecido e incompreendido por alguns e depois amado por uma grande multidão de brasileiros oriundos de todos os cantos do País.
Creio que Nelson Xavier, que brilhantemente interpreta Francisco Cândido da Silva Xavier, estudou profundamente todas as características gestuais de Chico, sua forma simples e angelical de comunicação, seu simples vestuário, costumes e hábitos.
O ator Tony Ramos, um mestre da dramaturgia brasileira, encarna um pai ateu desconsolado pela perda repentina e prematura do filho, filho que foi vítima do disparo acidental de uma arma de fogo, arma acidentalmente acionada por seu melhor amigo.
Ao seu lado contracena Cristiane Torloni, atriz que desempenha com muita competência e comoção o difícil papel de uma mãe sofrida com a perda irreparável do filho. O destino encarregara-se de cruzar o caminho do casal com o de Chico. O casal inicialmente vê o conhecido médium com muita resistência e desconfiança e custa a crer na autenticidade das cartas enviadas pelo filho desencarnado. As evidências são tão irrefutáveis, incontestáveis, que o casal depois resolve, numa decisão inédita da justiça brasileira, absolver o réu.
A comparação da assinatura do morto, assinada na carta psicografada por Chico Xavier, com a assinatura da sua carteira de identidade, é autenticada como verdadeira por especialistas. E assim Chico vai espalhando sua luz, libertando pessoas do mal e ao mesmo tempo contraindo perseguições de um padre que insiste em dizer que sua obra é do Satanás, assim como Jesus foi perseguido e acusado por sacerdotes exploradores da fé de obreiro do inferno.
A vida de Chico Xavier é um filme para crentes, descrentes, desesperançosos, pessoas angustiadas por algum motivo, para a família, para alguém em busca de respostas, enfim, a vida de Chico é um exemplo de caridade e amor para a humanidade.Besouro também é simplesmente fantástico. Dotado de bem elaborados efeitos visuais especiais, conta com apoios de peso tais como o da Petrobrás, Bradesco, Odebreth, TAM. Logo na abertura, a narração de Mauro Gonçalves emociona.
A luta de Besouro se passa no recôncavo baiano, em 1924, época em que estava proibida a exibição, organização e “ajuntamento” de capoeiristas e candomblecistas. Qualquer manifestação desse tipo sofria a imediata repressão coronelista da época.
Discípulo de mestre Alípio, Besouro, ágil e veloz na capoeira como um besouro, muito jovem é predestinado a provocar solitariamente o coronelismo e a combater seus abusos e excessos praticados contra seu povo. Através de efeitos especiais fantásticos, no filme Besouro recebe a força dos Orixás, de Iemanjá, Ogum e de seu próprio mestre desencarnado, mestre Alípio, covardemente assassinado pelos capangas de um coronel.
Besouro, portanto, é um filme para os amantes da capoeira, das artes marciais, dos cultos afros e de toda a beleza e magia que compõe o rico mosaico de nossa cultura brasileira.
A vida de Chico Xavier e Besouro são duas obras excelentes, que podem ser referenciadas em qualquer canto do mundo como Made in Brasil, aprovadas pelo Inmetro, por assim dizer, sem enganação. Tropa de Elite tem um outro foco: mostra a realidade da violência do tráfico, sem apelação, e o envolvimento de mauricinhos e patricinhas da elite carioca. Mostra principalmente o enraizamento da corrupção na polícia convencional e a ação independente do BOPE para combater todos esses vícios. É por essas e por outras que todos aguardam com ansiedade o lançamento nacional do Tropa de Elite II.
O que continua pegando muito mal para nossa imagem são as pornoporcarias e a violência da violenta avacalhação explícita da imagem do Brasil mostradas em produções de filmes de muito mal gosto. Produções que insistem em ganhar uma premiação que nunca chegará, sim porque lá fora qualquer mesa julgadora sabe discernir perfeitamente o que presta e o que não presta. E o que não presta nem vai a julgamento ou nem concorre a nada.
Será que não estaria na hora, com tantos recursos técnicos disponíveis e muito desperdício com baboseiras, de começarmos a focar seriamente nossa história, a começar por Tiradentes, ou que tal o descobrimento do Brasil, que já havia sido descoberto pelos tupis guaranis a muito tempo ?
O certo é que, enquanto muitos países estão focados em excelentes produções cinematográficas, com forte viés histórico, não tão caras assim, como os tailandeses, coreanos e indianos vem ultimamente fazendo, boa parte da produção cinematográfica brasileira ainda vive envolvida com temáticas de muito mal gosto, repetimos.
Se o cliente pode adquirir, através da Loja Submarino, o Bem Amado, obviamente louco de saudades para ver o autêntico Bem Amado com Paulo Gracindo e Lima Duarte, gênios/mestres/atores principais da fantástica obra de Dias Gomes, o primeiro, intérprete inimitável de Odorico Paraguassú e, o segundo, intérprete inimitável de Zeca Diabo, pergunto: Porque então, a própria Globo, associada com produtores e patrocinadores, não faz recortes bem elaborados da novela O Bem Amado para compor o filme O Bem Amado ?
Não consigo ver o Bem Amado sem o autêntico Odorico, brilhantemente interpretado pelo saudoso Paulo Gracindo, repito, e o Zeca Diabo, sem a interpretação fantástica de Lima Duarte. Não consigo ver o Bem Amado sem as autênticas Cajazeiras e o autêntico Dirceu Borboleta, o saudoso Nezinho do Jegue, e toda a beleza nostálgica que foi o autêntico Bem Amado. Se não for original, fica tudo muitíssimo sem graça, como um pouco sem graça está o humor brasileiro sem vermos na TV os arquivos do gênio nacional do humor, Chico Anysio, e de Jô Soares, criador do Viva o Gordo.
Gosto do humor popular do Casseta e Planeta, Pânico na TV e do QCV.Seria muito bom ressuscitar e repassar os bons e velhos programas humorísticos como a Escolhinha do Professor Raimundo ou a Praça é Nossa com Costinha, Rony Cócegas, Vera Verão, e tantos outros grandes talentos esquecidos. Seria um laboratório para muitos com audiência garantida justamente pela expressão de nostalgia e criativa e inteligente capacidade humorística dessas saudosas ou lendárias figuras do bom humor brasileiro.

Sétima reunião do MIS

Hoje (4) acontecerá a sétima reunião do Clube de Cinema. O tema da sessão é “Curtas-metragem de Jorge Furtado”. A projeção começa as 18:30h. Quem tiver disposto a ver filminhos legais e participar de uma troca de idéias sobre cinema é só ir até o Museu da Imagem e do Som (MIS), que funciona no segundo piso do Teatro das Bacabeiras. Prestigie!

Fonte: http://museudaimagemedosom.blogspot.com/

A Origem

                                       Por Elton Tavares
Hoje (15) assisti ao filme “A Origem”. Uma verdadeira viagem. A película fala de sonhos dentro de sonhos, em níveis distintos, uma doideira interessante. O filme mistura elementos de outra obra prima, Matrix. Além de sacadas geniais de arquitetura, tudo isso amarrado a efeitos especiais fascinantes. Enfim, é DO CARALHO! (palavrão faz parte do que entendo por liberdade de expressão, risos).

O filme desenvolve a idéia de compartilhamento de sonhos com as outras pessoas, nesse papo, segredos podem ser compartilhados ou desvendados. A Origem mostra que os sonhos podem ser maravilhosos ou um pesadelo horripilante, assim como na vida real, depende muito das nossas próprias paranóias, escolhas e atitudes.

Além de realidades paralelas, muita ação e tecnologia, o filme fala de demônios interiores do personagem principal, Cobb (Leonardo DiCaprio), que é atormentado por lembranças, culpa e remorso pela morte da esposa, que o ameaça, em seus sonhos, durante o desenrolar da história. É, assim como nossos fantasmas cotidianos.

Apesar do Cine Imperator ser um cineminha escrôto para cassete, o filme vale o sacrifício. Eu gostei e recomendo. Assistam e tirem suas próprias conclusões.

Ficha técnica:
A ORIGEM (Inception, EUA / Inglaterra, 2010).
Gênero: Ficção Científica.
Duração: 148 min.
Elenco: Leonardo DiCaprio, Marion Cotillard, Joseph Gordon-Levitt, Ellen Page, Ken Watanabe, Cillian Murphy, Tom Hardy, Tom Berenger, Michael Caine, Lukas Haas.
Compositor: Hans Zimmer.
Roteirista: Christopher Nolan.
Direção: Christopher Nolan.