A STEREOVITROLA DECOLA

Texto de André Mont’Alverne, publicado no “Correio do Amapá” – Edição de 12.09.2010

Banda amapaense stereovitrola
A banda Stereovitrola viajou na quinta- feira,(09), com destino a São Paulo, onde fará alguns shows na capital e no interior, e de lá segue direto para o Festival Vaca Amarela em Goiânia no dia 16/09. Este Festival contará também com os renomados Lobão e Velhas Virgens.

A banda tem a mesma formação desde 2004: Rubens (bateria), Anderson (guitarra), Marinho (contrabaixo), Wenderson-Matrix (sampler e sintetizadores), Otto Ramos (órgãos) e Patrick Oliveira (guitarras, ruídos e vocais).

Em entrevista poucas horas antes da viagem, os membros da banda Ruan Patrick e Wenderson Matrix falaram ao Correio do Amapá. Patrick, o líder da banda revelou que com o tempo, a função de guitarrista e vocalista da stereo – como a banda é chamada pela maioria dos seus fãs – deixou de ser um hobby, já que a cobrança por mais shows cresce na mesma medida em que seus admiradores.

Todos os integrantes possuem outras atividades. Atividades estas que financiaram os 2 discos que a banda carrega no currículo, “cada molécula é um ser” de 2006, eleito o 6° melhor single independente do Brasil pela Revista Senhor F de Brasília neste mesmo ano, e o álbum “No Espaço Liquido” lançado em Outubro de 2009.

Rubens trabalha em uma gráfica, Otto é membro do Coletivo Palafita, Matrix, trabalha com informática, Patrick, é enfermeiro e professor, Marinho e Anderson também são professores.

Segundo o líder da banda Ruan Patrick, as músicas da Stereovitrola falam basicamente sobre o comportamento das pessoas, do cotidiano e do cérebro humano. “Elas nascem no meu quarto. Eu crio a melodia e a letra, e nos ensaios, cada membro da banda vai acrescentando idéias e tudo é discutido entre todos”. Patrick revela também que a tecnologia veio para popularizar a música, e ela é importante tanto para os verdadeiros músicos, que estudam e leem partituras, quanto para os adolescentes que estão trancados nos seus quartos tentando criar alguma coisa: “não tem como reclamar da variedade de elementos que estão ao alcance de todos com a evolução tecnológica” afirma.

Quando perguntado sobre as influências da Banda, Patrick diz que a Banda gaúcha Jupter Maçã, é uma influencia direta, assim como a música da década de 90. Vale acrescentar que o guitarrista Ruan Patrick, foi guitarrista da Little Big, uma banda que se tornou muito conhecida nos anos 90, e naquela ocasião ele não se preocupava em compor, uma vez que o repertório da Little Big era de covers na sua maior parte, e quando eram feitas músicas próprias, que tinham uma forte influência do manguebit, a responsabilidade ficava com o Antônio Malária (ex-vocalista da já extinta Little Big).

A banda Little Big deu certo até 2003, quando se dispersou, e pouco tempo depois em uma viagem pra Belém-Pa, Patrick teve o primeiro contado com a cena undergroud de Belém: “foi em Belém que eu tive o primeiro baque, quando eu vi o show da banda paraense Suzanna Flag e notei que o público cantavam a música própria da banda”.

Na volta, Patrick integrou, a convite, na banda B Sides. Ele diz: “lembro como se fosse ontem: o Marinho e o A.J. foram na minha casa e eu estava desesperado por não tocar mais em nenhuma banda e pela insegurança de compor, mas mesmo assim eu já tinha algumas músicas semi prontas, que posteriormente se tornariam parte do repertório da Stereovitrola”.

Em 2004 o A.J. saiu da banda, e a Stereovitrola ganhou a formação que permanece atualmente. Wenderson Matrix conta que com a saída do A.J., que tocava essencialmente músicas covers, a Banda se fortaleceu e focou um objetivo: tocar músicas próprias.

A resposta do público não demorou, e pouco a pouco as músicas foram se tornando cada vez mais conhecidas diante dos fãs de rock amapaenses. Hoje é comum o uso de camisas da banda nas ruas de Macapá, assim como pessoas cantando suas músicas nas apresentações cada vez mais raras.

A Stereovitrola faz um som moderno, com composições inteligentes e arranjos bem elaborados, e já conseguiu a difícil tarefa de estabelecer um estilo próprio. Isto já foi mostrado em festivais em Belém e em Cuiabá, e isto pode ser notado facilmente no seu último e excelente álbum “No espaço Liquido”.

Segundo Patrick, os membros da banda estão ansiosos para gravar o próximo álbum, a fim de tentar transmitir em cd, a mesma atmosfera que a banda alcança nas apresentações ao vivo. Porém, com exceção da ajuda de alguns amigos, esses discos são custeados quase que inteiramente pelos próprios integrantes da banda.

O rock amapaense, que ultimamente vem ganhando espaço, tanto nas noites de Macapá, quanto nos diversos veículos que promovem a música alternativa pelo Brasil, também conta com outras bandas como: Godzila, Relis, Mini Box Lunar e Amaurose. Elas foram lembradas nessa entrevista. Patrick conta que, para fazer música, é importante ter uma biblioteca musical ampla e diversificada: “você precisa beber de várias fontes, porque se só ouvir muito determinado estilo ou banda, o máximo que você vai conseguir é soar igual” conta Patrick.

Os amapaenses apreciadores do rock and roll, de certa forma, estão indo junto com a Stereo nessa mini-turnê pelo Brasil, pois a Stereovitrola é a banda que segura as rédeas do rock amapaense e promete representar com autoridade o som alternativo do Amapá em terras distantes.

Experiências com as drogas

Tudo começou quando eu tinha uns 14 anos e um amigo chegou com aquele papo de ” experimenta, depois quando você quiser é só parar…” e eu fui na dele. Primeiro ele me ofereceu coisa leve, disse que era de “raiz”, da terra, que não fazia mal, e me deu um inofensivo disco do Chitãozinho e Xororó e em seguida um do Leandro e Leonardo. Achei legal, uma coisa bem brasileira; Mas a parada foi ficando mais pesada, o consumo cada vez mais frequente, comecei a chamar todo mundo de “amigo” e acabei comprando pela primeira vez. Lembro que cheguei à loja e pedi: Me dá um CD do Zezé de Camargo e Luciano.
Era o princípio de tudo! Logo resolvi experimentar algo diferente e ele me ofereceu um CD de Axé. Ele dizia que era para relaxar; sabe, coisa leve… Banda Eva, Cheiro de Amor, Netinho, etc. Com o tempo, meu amigo foi me oferecendo coisas piores: o Tchan, Companhia do Pagode e muito mais. Após o uso contínuo, eu já não queria saber de coisas leves, eu queria algo mais pesado, mais desafiador, que me fizesse mexer os quadris como eu nunca havia mexido antes. Então, meu amigo me deu o que eu queria, um CD do Harmonia do Samba. Minha bunda passou a ser o centro da minha vida, razão do meu existir. Pensava só nessa parte do corpo, respirava por ela, vivia por ela! Mas, depois de muito tempo de consumo, a droga perde efeito, e você começa a querer cada vez mais, mais, mais…Comecei a frequentar o submundo e correr atrás das paradas.
Foi a partir daí que começou a minha decadência. Fui ao show e ao encontro dos grupos Karametade e Só Pra Contrariar, e até comprei a Caras que tinha o Rodriguinho na capa. Quando dei por mim, já estava com o cabelo pintado de loiro, minha mão tinha crescido muito em função do pandeiro. Meus polegares já não se mexiam por eu passar o tempo todo fazendo sinais de positivo. Não deu outra: entrei para um grupo de pagode. Enquanto vários outros viciados cantavam uma música que não dizia nada, eu e mais outros 12 infelizes dançávamos alguns passinhos ensaiados, sorríamos e fazíamos sinais combinados. Lembro-me de um dia quando entrei nas lojas Americanas e pedi a Coletânea As melhores do Molejo”. Foi terrível!! Eu já não pensava mais!!!
Meu senso crítico havia sido dissolvido pelas rimas miseráveis e letras pouco arrojadas. Meu cérebro estava travado, não pensava em mais nada. Mas a fase negra ainda estava por vir. Cheguei ao fundo do poço, ao limiar da condição humana, quando comecei a escutar popozudas, bondes, tigres, MC Serginho, Lacraias, motinhas e tapinhas. Comecei a ter delírio e a dizer coisas sem sentido.
Quando saía à noite para as festas, pedia tapas na cara e fazia gestos obscenos. Fui cercado por outros drogados, usuários das drogas mais estranhas que queriam me mostrar o caminho das pedras… Minha fraqueza era tanta que estive próximo de sucumbir aos radicais e ser dominado pela droga mais poderosa do mercado: Ki-Kokolexo.
Hoje estou internado em uma clínica. Meus verdadeiros amigos fizeram a única coisa que poderiam ter feito por mim. Meu tratamento está sendo muito duro: doses cavalares de MPB, Bossa-Nova, Rock Progressivo e Blues. Mas o médico falou que eu talvez tenha de recorrer ao Jazz, e até mesmo a Mozarth e Bach. Queria aproveitar a oportunidade e aconselhar as pessoas a não se entregarem a esse tipo de droga. Os traficantes só pensam no dinheiro. Eles não se preocupam com a sua saúde, por isso tapam a visão para as coisas boas e te oferecem drogas. Se você não reagir, vai acabar drogado: alienado, inculto, manobrável, consumível, descartável, distante. Vai perder as referências e definhar mentalmente. Em vez de encher cabeça com porcaria, pratique esportes e, na dúvida, se não puder distinguir o que é droga ou não, faça o seguinte:
* Não ligue a TV no domingo à tarde;

* Não escute nada qu e venha de Goiânia ou do interior de São Paulo;

* Não entre em carros com adesivos “Fui…..”;

* Se te oferecerem um CD, procure saber se o indivíduo foi ao programa da

Hebe ou ao Sábado do Gugu;

* Mulheres gritando histericamente são outro indício;

* Não compre um CD que tenha mais de 6 pessoas na capa;

* Não vá a shows em que os suspeitos façam passos ensaiados;

* Não compre nenhum CD em que a capa tenha nuvens ao fundo;

* Não compre nenhum CD que tenha vendido mais de um milhão de cópias no

Brasil, e

* Não escute nada em que o autor não consiga uma concordância verbal

mínima. Mas principalmente, duvide de tudo e de todos.

A vida é bela!!!! Eu sei que você consegue!!! Diga não às drogas!!

Luis Fernando Veríssimo

O show “Raul, 21 anos sem luar” foi paidégua!

                                                               Por Elton Tavares
Numa quinta-feira à noite, onde em barzinhos sofisticados de Macapá a atração era a “corno music sertaneja, nós fomos ao Bar Prato de Barro, onde rolou o show “Raul, 21 anos sem luar”, um tributo ao rei do rock nacional, Raul Seixas. Lá, um maluco beleza, chamado Silvio Carneiro, simplesmente arrebentou. Também pudera, Silvio foi acompanhado por músicos brilhantes, os meus amigos Marquinho na percussão e Guido na guitarra, além da improvisada (e mágica) performance com a Rebecca Braga, quando ela subiu ao palco para cantar “A maçã”:

“Se eu te amo e tu me amas
Um amor a dois profana
O amor de todos os mortais…”
Foi demais, ficará na memória de todos. Não vi o meu amigo Pedro, mas o resto deles estava lá, curtindo uma noite sem moscas na sopa, os óculos escuros do Gino e muitos colírios. Não foi um dia em que a terra parou, mas sim uma noite que paramos para ouvir Raul Seixas encarnado em Silvio Carneiro. Foi um dos melhores roles de 2010.

Imaginem mais de 200 pessoas cantando em coro “Sociedade Alternativa” no final do show. Todos fazendo o que o diabo gosta, ouvindo rock and roll e tomando cerveja, muita cerveja. Foi paidégua! Enfim, valeu a ressaca que estou sentindo hoje. Por que vocês sabem, trabalhar de ressaca é para os campeões. Abraço Silvio, valeu praca!

Ah, só para finalizar com música, fiquem com esta aí em baixo, pois o memorável show ainda ecoa em minha cabeça.

 

Sociedade Alternativa – Raul Seixas/ Paulo Coelho

Viva! Viva!

Viva A Sociedade Alternativa

(Viva! Viva!)

Viva! Viva!

Viva A Sociedade Alternativa

(Viva O Novo Eon!)

Viva! Viva!

Viva A Sociedade Alternativa


(Viva! Viva! Viva!)

Viva! Viva!

Viva A Sociedade Alternativa…


Se eu quero e você quer

Tomar banho de chapéu

Ou esperar Papai Noel

Ou discutir Carlos Gardel

Então vá!

Faz o que tu queres

Pois é tudo

Da Lei! Da Lei!

Viva! Viva!

Viva A Sociedade Alternativa…


“-Faz o que tu queres

Há de ser tudo da Lei”

Viva! Viva!

Viva A Sociedade Alternativa


“-Todo homem, toda mulher

É uma estrêla”

Viva! Viva!


Viva A Sociedade Alternativa

(Viva! Viva!)

Viva! Viva!

Viva A Sociedade Alternativa

Han!…


Mas se eu quero e você quer

Tomar banho de chapéu

Ou discutir Carlos Gardel

Ou esperar Papai Noel

Então vá!

Faz o que tu queres

Pois é tudo

Da Lei! Da Lei!

Viva! Viva!

Viva A Sociedade Alternativa

Viva! Viva!

Viva A Sociedade Alternativa…


“-O número 666

Chama-se Aleister Crowley”

Viva! Viva!

Viva! A Sociedade Alternativa

“-Faz o que tu queres

Há de ser tudo da lei”

Viva! Viva!

Viva! A Sociedade Alternativa

“-A Lei de Thelema”

Viva! Viva!

Viva A Sociedade Alternativa

“-A Lei do forte

Essa é a nossa lei

E a alegria do mundo”


Viva! Viva!

Viva A Sociedade Alternativa

(Viva! Viva! Viva!)…

Show Baile com Os Cometas, os “Rolling Stones Tucujús”,

                                        Por Elton Tavares
Os Cometas se reunirão novamente e farão um show no Trem Desportivo Clube, no próximo dia 4 de setembro. O vocalista Humberto Moreira, baterista Valfredo e o saxofonista Espíndola são uma espécie os “Rolling Stones Tucujús”, pois foram os primeiros a tocar rock and roll e Jovem Guarda, em Macapá, nos anos 60 e 70. Também tocarão no show os músicos Zé Paulo (Guitarra Base) e Álvaro Gomes (Guitarra solo).

Não sou “expert” na história dos Cometas, mas escuto dos amigos e pais de amigos, desde que me entendo por gente, que eles arrebentavam nas “sedes” da antiga Macapá, como Esporte Clube Macapá, Aeroclube, Piscina Territorial, Trem, Santana e Manganês.

Foram integrantes do conjunto musical os senhores Assunção (falecido), Espíndola, Muscula, Augusto (falecido), Pedro Altair(falecido), Joacy Mont’Alverne (falecido), Walfredo, Aymorezinho, Luiz Almeida (falecido), Roberval, Nando, Humberto Moreira, Célia e Sebastião Mont’Alverne (estes dois últimos são pais do meu grande amigo Gustavo Monta’Alverne, o Guga). A eles, meu respeito e admiração.

Ah, é importante ressaltar que o show será mais uma produção da empresa Sônia Canto Produções, que, nos últimos meses, movimenta a cultura musical de Macapá. Vale à pena prestigiar.

Serviço:
Evento: Show Baile com Os Cometas.
Local: Trem Desportivo Clube, na zona Sul de Macapá.
Hora: 23h.
Valor: Mesas R$ 80,00 (para sócios do clube) e R$ 100,00 (para não sócios).

Raul, 21 anos sem luar

                                                                    Por Elton Tavares
O meu amigo, jornalista e intérprete, Silvio Carneiro, apresentará, no dia 2 de setembro próximo, na casa de Shows Prato de Barro, em Macapá, o show “Raul, 21 anos sem luar”. O evento é um tributo a Raul Seixas, pai do rock nacional.

Silvio possui um vasto repertório e eu garanto que o show terá mais de 2h de duração. Uma boa pedida para todos que apreciam a obra do “maluco beleza”. Prestigiem!

Serviço:
Show Raul Luar.
Local: Prato de Barro.
Endereço: Rua General Rondon, 2839, no Bairro do Trem, zona Sul de Macapá.
Ingressos: R$ 10,00.

Os ingressos são limitados, devido o tamanho do lugar e poderá ser adquirido antecipadamente na academia Mente & Corpo (Hamilton Silva, 2200, Trem) e no quiosque Brisa Jamaicana (Praça do Côco).

Quinteto Amazon Music

                                                                Por Elton Tavares
Hoje (19), a partir das 22h, tem Quinteto Amazon Music (sim, quinteto, pois entrou um trompetista foda na banda) no Bar Norte das Águas, no Complexo do Araxá, em Macapá. O grupo possui um diversificado repertório de Jazz, Blues , MPB, MPA e Rock, tudo instrumental, coisa fina!

A banda é formada por músicos consagrados na noite amapaense, além de também serem professores de na tradicional Escola de Música Walkíria Lima. Tudo regado a cervejas estupidamente greladas e tira-gostos apetitosos que só o Norte das Águas oferece. A Proposta da banda é suprir a carência de música instrumental no Amapá, desenvolvendo um trabalho de qualidade. Vale à pena conferir!

Serviço:
Show da banda Amazon Music.
Data: 19 de agosto de 2010 (Hoje!!).
Local: Bar e Restaurante Norte das Águas.
Covert artístico: R$ 3,00 (que não é nada para curtir o som dos caras).

Música

Bom, estou muito ocupado hoje e meio sem idéias para improvisar. Nesta quarta-feira calorenta, deixo a letra de uma música legal para vocês. Afinal, o Cazuza era fodástico. Abraços na geral.
O Nosso Amor A Gente Inventa – Cazuza
O teu amor é uma mentira
Que a minha vaidade quer
E o meu, poesia de cego
Você não pode ver
Não pode ver que no meu mundo
Um troço qualquer morreu
Num corte lento e profundo
Entre você e eu
O nosso amor a gente inventa
Pra se distrair
E quando acaba a gente pensa
Que ele nunca existiu
O nosso amor
A gente inventa
Inventa
O nosso amor
A gente inventa
Te ver não é mais tão bacana
Quanto a semana passada
Você nem arrumou a cama
Parece que fugiu de casa
Mas ficou tudo fora de lugar
Café sem açúcar, dança sem par
Você podia ao menos me contar
Uma história romântica
O nosso amor a gente inventa
Pra se distrair
E quando acaba a gente pensa
Que ele nunca existiu
O nosso amor
A gente inventa
Inventa
O nosso amor
A gente inventa

Domingo

Dia da semana que curtimos a ressaca, assistimos porcaria na TV, lemos e descansamos. Tem gente que come macarrão com a família. Para muitos, é dia de futebol no bar, para outros, dia de rezar, mas se você não tem algo razoável para fazer, domingo é um dia preguiçoso e chato para cassete.
Encerro a domingueira com um trecho da música “Domingo”, dos Titãs:
Tudo está fechado
Tudo está fechado
Domingo é sempre assim
E quem não está acostumado?
É dia de descanso
Nem precisava tanto
É dia de descanso
Programa Silvio Santos
E antes que eu confunda o domingo
Antes que eu confunda o domingo
O domingo com a segunda
Domingo eu quero ver
o domingo passar
Domingo eu quero ver
o domingo acabar
Domingo eu quero ver
o domingo passar
Domingo eu quero ver
o domingo acabar

Show de Ana Martel

Amanhã (11), quem sobe ao Palco da Esquina, na Casa de Show Copacabana, é a cantora e compositora Ana Martel, primeira artista amapaense a gravar um CD com incentivo da Lei Rouanet.
O Show “Sou Ana” foi apresentado em outubro de 2009 no Teatro das Bacabeiras com grande sucesso de público, para lançamento do CD.
A carreira
Foram mais de 25 anos de carreira até gravar o primeiro CD. “Se tivesse feito antes, talvez não ficasse tão feliz como estou agora”, revela Ana. As razões pela demora na gravação do primeiro trabalho são diversas. “Tem os percalços normais de todo mundo que mora no Norte do Brasil, no Amapá, que tem problemas de toda ordem e não consegue sobreviver da arte. Isso é fato. Mas, também tem a questão pessoal. Eu estava sempre em transição com relação à minha própria arte, se eu gostaria de fazer um CD só como intérprete ou um trabalho mais autoral”, explica.
O primeiro parceiro musical de Ana Martel foi o artista amapaense Zé Miguel, que musicou o poema “Óleo sobre tela”, feito pela cantora em homenagem à comunidade quilombola do Curiaú. A partir daí outros poemas e letras foram nascendo para novas parcerias. Ana Martel resolveu então criar suas próprias melodias. “Estudo violão para aperfeiçoar minha melodia. Tive que aprender a tocar para poder guardar aquilo que eu pensava”, conta ela. O processo criativo de Ana começa com o canto, que depois é adaptado para os acordes do violão.
O CD
A música que dá nome ao CD “Sou Ana”, nasceu de um poema feito pelo compositor acreano Sérgio Souto em homenagem à cantora, que ganhou melodia de Enrico Di Miceli. Duas músicas são de Joãozinho Gomes e Val Milhomem e dos paraenses Marcelo Siroteu, Ubiratan Porto e Paulinho Moura. Mais oito canções compõem o álbum. Dessas, sete são de sua autoria, letra e música, e uma é fruto de parceria com Zé Miguel.
O diretor musical Luiz Pardal foi fundamental na decisão do repertório mais autoral. Ele foi ouvindo, conhecendo e gostando do trabalho da compositora. No final definiu o repertório junto com ela, mas recomendando fortemente que suas músicas permanecessem no disco. Com todas as canções gravadas, o CD agora está em fase de mixagem.
“Sou Ana” foi todo feito com contrabaixo acústico e cordas. “E eu queria que ele soasse bem artesanal. As caixas de marabaixo estão límpidas. Não tem nada eletrônico”, explica a artista. O público pode esperar um repertório versátil, como a cantora se auto-define: “é um CD que é a Ana do Amapá, da Amazônia, uma pessoa versátil que canta de tudo”. Ana Martel conta com participações especiais das cantoras Andressa Nascimento, de Roraima e Patrícia Bastos, do Amapá.
Repercussão
Após o lançamento do CD Ana foi convidada para cantar no Sarau do Largo dos Inocentes, maior projeto de música amapaense para execução pública, realizado desde 2008 pela Confraria Tucuju no Centro Histórico de Macapá. Em seguida a cantora recebeu convite para participar como artista e palestrante no 21º Festival de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, em Juiz de Fora – MG. Evento realizado em julho deste ano.

A Fé Guerreira de Bi Trindade

Nesta, quarta-feira (04), o cantor e compositor Bi Trindade apresenta o show “Fé Guerreira” na Casa de Shows Copacabana. O repertório mistura músicas conhecidas e outras inéditas que fazem parte do novo CD de Bi Trindade em parceria com Manoel Bispo, que será lançado ainda este ano.

Com uma história musical de mais de 30 anos, o artista foi um dos fundadores do Grupo Pilão, em 1975 junto com os irmãos Fernando e Juvenal Canto. Pilão inovou a música regional trazendo para o repertório do grupo “ladrões” de marabaixo e canções populares.

Bi que também é professor de francês, aliou as duas profissões e ajudou a divulgar a cultura amapaense em território europeu. Ele fez versões das famosas músicas “Tajá”, de Fernando Canto e Osmar Júnior, “Tarumã”, de Osmar e “Cante Comigo”, de Rambolde Campos que serão apresentadas no show Fé Guerreira.

Bi Trindade é o segundo artista a mostrar sua arte no Projeto Palco da Esquina que está reunindo o melhor da música amapaense toda quarta-feira. Semana passada Amadeu Cavalcante inaugurou o espaço com o show Sentinela Nortente que lotou a Casa de Show Copacabana. Estão agendados para o mês de agosto, Marcelo Dias (11/08), Ana Martel (18/08) e Nivito Guedes (25/08), na sequencia Juliele, Patrícia Bastos, Zé Miguel, Beto Oscar, Helder Brandão, Enrico Di Miceli, Joãozinho Gomes Rambolde Campos e muitos outros que já confirmaram participação no projeto.

O show Fé Guerreira terá a produção musical do maestro Manoel Cordeiro e a produção executiva é de Sônia Canto Produções. Acompanham Bi os músicos Fabinho (guitarra), Helder Melo (contrabaixo), João Batera (bateria) e Nena Silva (percussão).

SERVIÇO:
Data: 04/08/10
Local: COPACABANA – Avenida Mendonça Furtado, esquina com a Rua Odilardo Silva.
Horário: 22:30h.
Valor da mesa: R$ 80,00.
Vendas pelo telefone 8111-0695 / 9149-9536.

Sonora Brasil

Por Juliana Coutinho – Ascom/Sesc/AP
O Projeto Sonora Brasil, formação de ouvintes musicais, através da obra de Cláudio Santoro e Guerra Peixe, traz a Macapá nesta terça-feira, 03/08, o “Quarteto de Brasília”, com música erudita contemporânea. A apresentação será no auditório da Escola SESC, às 20h. Entrada Franca.
Sonora Brasil
Cumprindo a missão de difundir o trabalho de artistas que se dedicam à construção de uma obra de fundamentação artística não-comercial, o Sonora Brasil consolida-se como o maior projeto de circulação musical no Brasil. Em 2010 são 340 concertos, com ação que possibilita às populações o contato com a qualidade e a diversidade da música brasileira, e contribui, de forma significativa, para o conjunto de ações desenvolvidas pelo SESC com vistas à formação de platéia. Para os músicos, é uma experiência única, pois difunde nacionalmente seus trabalhos, além de possibilitar a troca de experiência com a população.
Música Brasileira no Século XX – Obra de Claudio Santoro e Guerra Peixe
Dois compositores que cumpriram importante papel na estruturação das bases da música erudita contemporânea no Brasil a partir da relação que mantiveram com o Movimento Música Viva, com o objetivo de estudar e difundir o dodecafonismo, técnica de composição que em 1939 representava a vanguarda musical na Europa.
Quarteto de Brasília
Criado em 1986, o grupo é considerado um dos mais importantes do Brasil nesta formação, e tem como característica a ênfase no repertório de compositores brasileiros. Em sua trajetória de quase 25 anos já se apresentou em vários estados no Brasil e em países das Américas, Europa e Ásia. Seus quatro integrantes participam ativamente do movimento musical de Brasília, tanto como músicos, quanto como professores dos principais centros de formação musical, e todos, em maior ou menor grau, conviveram profissionalmente com Santoro e Guerra Peixe.
Composto por:
– Claudio Cohen (violino)
– Ludmila Vinecka (viola)
– Guerra Vicente (violoncelo)
– Glêsse Collet (violino)

Ecléticos e pseudo ecléticos

Por Elton Tavares
Todo mundo gosta de música. Eu sou movido a som, escrevo, tomo banho, acordo e durmo ouvindo música. Pode ser um som nostálgico como o Legião, politizado como Chico Buarque, besteirol como Júpiter Maçã, romântico como Kid Abelha, non sense como Velhas Virgens, enfim, eu gosto de música legal (o que EU acho legal, claro). Será que sou “eclético”? Talvez. Odeio quando as pessoas me dizem: “Eu sou eclético”, gosto de tudo. Como assim?

Eles usam o termo para mascarar a falta de direcionamento de suas preferências. Para mim, música tem que ter mensagem, tem que ter letra. Salvo os ótimos instrumentais e músicas clássicas , que são exceções dessa regra particular. Resumindo, eu não entendo os “pseudoecléticos”, que se escondem atrás das palavras “sou eclético”, para escutarem qualquer coisa.

Eu não culpo quem não gosta de música boa, que se diz “eclético”, só para ouvir todo o tipo de porcaria que a indústria de massa os empurra goela abaixo. Afinal, a maioria dessas pessoas não tiveram acesso aos livros, filmes, viagens ou qualquer outro canal cultural que refine suas percepções sonoras.

Eu tenho pena dos que são “ecléticos” por opção, que tem a oportunidade de escutar, Rock, Jazz, Blues, Samba, Reggae ou Música Popular Brasileira (MPB). Mas preferem pular na doideira do Brega, Pagode, Zouk, Axé ou Sertanejo (esse último deve ser a trilha sonora do inferno). Acho incrível alguém inteligente, viajada e estudada gostar dessas coisas, mas é o que mais tem por aí.

Para os que acharem que sou uma espécie de xiita musical, não, não sou. Eu era antes, mas hoje em dia, até prestigio eventos com trilha sonora de gosto duvidoso. A contra gosto, é verdade, mas aprendi que amizade está acima das minhas antipatias.

Mas ainda prefiro barzinhos à boates, bandas à djs e gente doida à gente eclética (risos). Claro que isso é a MINHA opinião e cada doido tem suas próprias viagens. Abraços ao meus amigos “ecléticos”, continuo achando que eles não gostam de música e sim de qualquer som que embale uma bagaça.
Em Macapá, tem metaleiro que dança sertanejo, dance e axé, tem cantor que era rock e virou brega, entre outros absurdos. Noite dessas, os amigos me fizeram ir a uma “quinta sertaneja” e na semana seguite a um “pagode”, cruzes! Estou perdendo o controle (risos). Parei por aqui, prefiro ser o bom e velho Godão, o chato musical. Esse “admirável mundo novo” não faz a minha cabeça (risos).