Marabaixo pode virar patrimônio cultural e imaterial em 2018, prevê estudo do Iphan

Marabaixo é caracterizado pelos cantos e pela dança que narram a luta e a fé dos negros (Foto: Gabriel Penha/Arquivo G1)

Por Jéssica Alves

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) iniciou estudos para registrar o marabaixo, manifestação tradicional da cultura do Amapá, como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. A primeira parte do levantamento foi encerrada em julho e a previsão é que o processo seja concluído em 2018.

A historiadora e chefe de registros do Iphan em Brasília, Marina Lacerda, explicou, em entrevista à Rede Amazônica, que o reconhecimento do marabaixo como patrimônio imaterial é uma forma de valorizar a cultura amapaense divulgando a tradição para todo o país.

“É uma forma de manter viva a tradição amapaense e mostrar a variedade cultural brasileira, pois nosso país é diverso e cada manifestação cultural representa a singularidade de cada estado em um país plural e rico culturalmente”, destacou.

O marabaixo é caracterizado pelos cantos e pela dança que narram a luta e a fé dos negros durante a urbanização da capital em paralelo com o avanço do cenário histórico-cultural. A manifestação chegou a ser tema da música “Marabaixo”, de Luiz Gonzaga.

Turistas também assistiram apresentação de um grupo de marabaixo (Foto: Érica Favacho/G1)

A canção conta a desocupação das famílias negras de parte da orla de Macapá para lugares mais afastados da cidade nos anos 1940, a exemplo do bairro Julião Ramos, atualmente chamado de Laguinho.

A possibilidade de registro do marabaixo como patrimônio foi anunciada em 2015 pelo então ministro da Cultura, Juca Ferreira, que ao receber o pedido avaliou os aspectos históricos e sociais da arte de quilombolas que povoaram o estado. O julgamento foi feito juto com o Conselho Nacional do Patrimônio. A inclusão do marabaixo como patrimônio nacional foi proposta na Comissão de Cultura da Câmara pelo deputado federal Nilson Cabuçu (PMDB).

Chefe de registros do Iphan em Brasília, Marina Lacerda, Amapá (Foto: Reprodução/Rede Amazônica)

De acordo com o ministério, os bens culturais e imateriais se caracterizam pelo saber popular através de crenças, ritos, práticas, além de manifestações musicais, plásticas e literárias. Estão nessa lista do MinC diversas manifestações, como o Círio de Nazaré, no Pará, o frevo pernambucano, a capoeira, a Feira de Caruaru e o samba do Rio de Janeiro.

“O trabalho está muito avançado, passou pela primeira etapa e agora estamos finalizando para e seguir com o registro,. Acreditamos que em 2018 e possível que o marabaixo seja registrado, avaliando sobre a pertinência ou não do registro”, reforçou Marina Lacerda.

*Com informações da Rede Amazônica.

Fonte: G1 Amapá

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