AO PRATO
És devorador natural de vidas
Desde a vida natural na placenta
Que alimentou tua evolução lenta
Pra outras criaturas serem comidas.
Todas as carnes são tuas preferidas,
Porque tudo que vive te alimenta,
E tua fome com nada se contenta,
E de sangue são feitas tuas bebidas.
Mas, eis que um dia toda a gula some,
Não há mais proteína que te alimente,
E teu metabolismo é quase ausente.
Deixas de ser a fera que só come,
O prato fundo que matou tua fome
É o prato onde és servido finalmente.
Ori Fonseca