Poema de agora: De Alma – Luiz Jorge Ferreira

De Alma

Senhores desculpem não é mais Natal…
Eu vou pedir licença para deixar debaixo desse toldo colorido chamado vida..
A minha alma, já sem vida…
Toda manchada de Outonos…toda molhada de Sonhos…toda riscada de Planos…ébria, e cansada de idas e vindas sem rumo…
Está é a minha alma…
Eu mesma não a reconheço…quis falar com ela, mas ela fala estranhamente por codigos e escreve usando hieróglifos.
Esta não parece ser a alma que ganhei alguns anos atrás ainda com sua voz em decibéis acima do silêncio…ainda com a sua tez…iluminada…
Ainda com o seu perfil Grego e sua pele macia qual a casca tênue do pêssego.
Não!
Não!


Não é minha alma.
Mas eu vou deixa-la aqui …
Eu vou deixa-la estendida
desde a Av. Ernestino Borges a beira do Trapiche.
Eu poderia esticar o braço direito até o Pacoval
e o esquerdo até a Fazendinha.
Mas não há tamanho neles para que eles alcancem essa distância.
Fico triste de dizer que ela ficou pequena…
a pequines de minha alma é coisa que me incomoda dentro do corpo ela bate do cérebro ao pé…
Bate e não se reparte…
Fica cada vez mais coesa…
Senhores não me olhem assim…
Alma não é exclusiva…
Alma não é Cascavel…
Alma não tem veneno…
Alma não tem passado, nem futuro.
Alma é indefinida.
Deixem -na aqui sob esse abrigo…a ilharga de flores perfumadas e luzes coloridas.
Eu quero ir embora…eu a deixo…
E vou…se eu sentir saudades eu volto.
E se ela sentir saudades de mim…diga que não fui
nem parti, apenas me escondi na memória, dentro do bolso puído da calça Jeans.

Luiz Jorge Ferreira

  • Poesia muito bem inspirada. Trata-se de um grande poeta com todas as caracteristicas de um grande escritor.Gostaria de conhecer mais criações deste maravilho e talentosa poeta.

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