Poema de agora: DESLUGAR – Ori Fonseca

Ilustração: fotografia UFPA de frente para o rio Guamá (Google).

DESLUGAR

Izabel, quem foi, quem foi que te viu
Lá no rio, sentada à beira do céu?
Lá no céu, sentada à beira do rio?
Onde eu rio de ouvir teu riso, Bebel.

Ei, Bebel, por que fugiste pro frio,
Onde abril te dá flores a granel
E o pincel te traz cores do Brasil?
E o Brasil será sempre a tua Babel.

Ah, sei lá! Tudo agora vai passando
Só deixando rastro do que era amar,
Um lembrar de um que nem se sabe quando.

Um desquando de desonde a esperar,
Num lugar e tempo onde estou morando,
Te esperando à beira do rio Guamá.

Ori Fonseca

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