Desvalido
Aquela alma atormentada
Penava em grande sofrimento
Perambula a esmo
Era puro lamento
Vivia tão solitária
No meio da multidão
Ninguém se importava
Se ela dormia no chão
Olhava a sua volta
Era muita riqueza
Pessoas bem vestidas
Vivian na realeza
Trajando trapos a mendigar
Por um prato de comida
Mas no colo da madame
A cachorrinha ia bem vestida
Não recebia sorrisos
Eram sempre os maus-tratos
Lhe viravam os rostos
Quase que de imediato
Á noite era pior
À cidade adormecia
Ela sobre papelão
Sem lençol o frio padecia
Mas era nessa hora
Que seu coração aquecia
Falava com Jesus
Sua melhor companhia
Todo noite confiante
Entoava longa prece
Pedia pelo milagre
Pelo qual confiante agradece
De sessar seu sofrimento
Ir para o outro plano
Poder ser luz
Viiver com povo mais humano
Na presença de Jesus
Leacide Moura