Poema de agora: Devaneios do ocaso – Pat Andrade

Devaneios do ocaso

no domingo à tarde
pinto o cabelo distraída
enquanto imagino
rabiscos pelas paredes
da casa abandonada

sentada no batente da porta
não me arrisco a fazer planos
ou pensar no passado

já não sei se realmente
sou resistente à dor
ou se fico por dentro
cada vez mais triste

quem souber
por favor
não me diga

prefiro mil vezes
a obscuridade da dúvida
do que a intimidade
vulgar da certeza

Pat Andrade

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