Poema de agora: Ode a Raul e Nostradamus – Luiz Jorge Ferreira

 


Ode a Raul e Nostradamus

…As traças estão desaparecendo, e com elas os traços…os trecos…os troços …
…As nuvens brancas de algodão só se veem nas sutis pinceladas dos pintores clássicos dependuradas nas paredes carcomidas dos Museus.
Somem também as cutículas engolidas em seu desespero pelos famintos…
…enrolados em seus cobertores puídos de odor apodrecido, e cor putefrata…


Somem os acentos, os hifens, as reticências, os tremas, as apustemas, as aparências, o solitário bolor…se plastifica…
…se perde o amor entre cílios longos, unhas postiças e Cartões de Contato.
Some o olfato sob falsos narizes…
Multiplicam-se atrizes, extirpam varizes, e enxertam pernas e glúteos…
Não é só o Raul que está Maluco…
Maluco estamos todos nós…


…as virgens desaparecem atrás dos muros dos motéis, detrás das telas dos celulares pornográficos o gozo se faz a jato, e se cheira toda a felicidade, que o dólar possa comprar , as
fábricas de sonhos cabem no bolso, e o pequeno açoite da palmada foi criminalizado, extingue-se o alho, o colorau, a chicória e se elege os temperos Chineses…Japoneses…e Jupiterianos.
…se falece de coisas estranhas como


‘Onomatopeia Fulminante’ e se congela o corpo a temperaturas, sempre mais frias que um dia congelarão a alma.
A face de Cristo se desvenda vinda de nenhum retrato…
As máquinas dormem conosco ou ficam ao lado nos vigiando …
Um dia seremos pais de Gêmeos…metade carne, metade chip, metade reator.
Tomar a benção de Quem !
De Quem… ???

Luiz Jorge Ferreira

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *