Poema de agora: Outubro – Joãozinho Gomes

Poeta Joãozinho Gomes – Arquivo pessoal

OUTUBRO

64 centauros se assentam agora
às rugas em meu rosto,
instauram templos de ouro
e oram em dúbio movimento
outubro e seus centauros de vento.
Estouro de touros dita
estrondos em meu peito,
estremeço e me meço, sou imenso!
Temo Nesso, mas o venço
em mim imerso; ou suspenso.
Outubro é bruto, mas o pulo
a versos, outubro é outro,
mas o sei o avesso, outubro é isso:
o meio, o fim, o começo.
64 centauros se assentam agora
às rugas em meu rosto,
à ágora das minhas agruras
à grua das minhas glórias, às
lágrimas que me aguam
como décadas que me devoram

Joãozinho Gomes

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