Poema de agora: Picasso – Affonso Romano de Sant’Anna

Picasso

Picasso
erra
quando pinta
e erra
quando ama.

Mas quando erra
erra
violenta e
generosamente,
erra


com exuberante
arrogância,
erra
como o touro erra
seu papel de vítima,
sangrando
quem, por muito amar, fere
e sai ovacionado
com banderilhas na carne.

Pintor do excesso
e exuberância,
Picasso
é extravagância.
Ele erra,
mas nele,
o erro
mais que erro
– é errância.

Affonso Romano de Sant’Anna

*Contribuição de Fernando Canto.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *