Presépio de Papel
Eu perdi de ter fama
E agora nessa cama
Brinco de ser Papai Noel
Dou para as pernas cãibras
Para a insônia… Multidões de carneirinhos trotando devagarinho para saltar sobre os ponteiros dos Segundos.
Desenho monstros alados sobre as rachaduras desalinhadas da parede..
E separo presentes que não conheço para crianças que não esqueço correndo comigo em ruas que não sei quais.
Sou um imortal …mortal dos sonhos de esperança.
Criando a morte da fome…alegrando a tristeza da cara com uma careta surpresa.
Quero jogar Ping Pong com outro Papai Noel…
Mas só tem eu, o outro ainda sou eu vestido de mim.
A neve não cai, mas eu a crio com a saliva que sopro para cima até sentir sede.
Quando o silêncio a mim envolve , afino o meu coração para que pulse em Dó Sustenizado…
Então eu danço com a criança que fui …danço uma Ciranda destas que se rodopia até cair…
É quando acordo com o trem freando bruscamente na Estação…
A tabuleta diz estranhos deem meia volta e voltem…
Desconhecidos sigam em frente… se identifiquem para a solidão.
Solitários e Sonhadores…
Poeta e Papais Noéis…
Lamentavelmente …não há cura.
Luiz Jorge Ferreira
1 Comentário para "Poema de agora: Presépio de Papel – Luiz Jorge Ferreira"
Fantástico