Poema de agora: RESTOS – Ori Fonseca

 


RESTOS

Mendigo compaixão de porta em porta;
Esmoleiro de amor, estendo a mão
Com meu chapéu vazio, clamando pão
Pra uma fome que não pode ser morta.

Hoje, cada resto de amor me importa,
O pão dormido do carinho é são,
Cada sobra de afeto é a refeição
Que me mantém vivo e me reconforta.

O amor que ninguém quer eu não recuso,
Reviro latas e reciclo dores,
E reaproveito todos os sabores.

Paixões apodrecidas as reúso..
Os carinhos de que ninguém fez uso
Eu tiro das lixeiras dos amores.

Ori Fonseca

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