Poema de agora: Reticências Flutuantes… – Luiz Jorge Ferreira

Reticências Flutuantes…

Anjos caducos de cabelos grisalhos e nariz aduncos…
bocejam… sentados sobre suas asas no banco da Praça.
A Oeste dos cachorros que magros…emagrecem…e envelhecem.
Algum deles viu Deus?

Eu me aproximo trazendo na mão um verso.
Por nada mais me interesso.
Os anjos não falam com palavras, falam por olhares…tenho que chegar mais perto.
Olho em seus olhos.
Doutro lado…doutro lado…doutro lado…
Esta o passado.
Como os cachorros…emagrece em silêncio.
Não há como trazê-lo de volta.

Os anjos não escutam quando falo versos.
Prestam atenção quando bato palmas.
Imaginam que o meu movimento das mãos,
e ensaio de um vôo sem asas.
Ou sou eu querendo expulsar minha alma.
Para aqui fora junto a eles…envelhecer também…
Quanto a ver Deus…
….nem cogitar !

Luiz Jorge Ferreira

*Do Livro ‘ O Chalé ‘.

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