Poema de agora: Sangue sobre Brinquedos Azuis – Luiz Jorge Ferreira

 


Sangue sobre Brinquedos Azuis

O oceano não é longe
Eu não o enxergo…mas o amo
As vezes ele repleto de planos e sonhos se deixa vazar pelos meus olhos, e trás seu sal até a minha boca que se atordoa e esboça um ui…muito tímido
Eu quase me afogo mergulhando tímido em seu interior.
É lá que encontro comigo , me abraço, me finjo, me ignoro, e dissipo a vida, como quem atira fora caroços de uva,
e na verdade são vidas presas aos seus extinguives dias..
Porque de noite ninguém vive…só reproduz sonhos em outros sonhos, pura magia em que o maior truque é a inconsciência, que grava tudo.

Tenho um mar em mim.
E um deserto incrédulo ao derredor.
Tenho um vôo atônito sobre as cordilheiras de picos congelados, e nelas um bando de Condores fazem com seus olhos ágeis, selfies da minha chorosa cara.

…as tartarugas do quintal batem em Morse, agradecimentos, eu os recebo, e meço a extensão de um coletivo abraço.
Eu lhes jogo fatias de mangas, nacos de laranja, e folhas de alface.


Temos vidas paralelas, uns a tem curtas, outros longas, e disso ela não sabe…
Nem do Oceano de tristeza que carrego em meu coração.
Triste com o mundo destroçando suas crianças sob balas, explosões, e baionetas.
Cristo lamenta…e se lembra quando no sopé dos montes reunia crianças, e lhes distraía imitando com assovios todos o cantar dos pássaros que elas conheciam…


Hoje lhes dá a mão e as guia em farrapos a outra dimensão, elas vêm que ele chora…
Todos os seres na superfície da terra choram..
Um sou eu, outras as minhas Netas que imaginam Deus um pássaro Blue, outros as tartarugas que me olham
ansiosas por um the end.

Luiz Jorge Ferreira

*Do Livreto…Poderia não ser verdade, mas é…

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