Vou…
Andei para Andrômeda
Não imagino porquê andei…
Talvez fugindo do Sol para exterminar minha sombra que um pouco engordou.
Fingi que fui Deus por milionésimos de segundos.
Acordei…levantei aos sobressaltos e derrubei o teu sapato tendo relações com a minha meia.
Os óculos a tudo viam….dependurados entre o espelho do quarto, e o terceiro peixe amarelo no Aquário.
Fingi fugir…embrulhei meus sonhos com um Ededron colorido , cheio de figuras de Duendes nús.
Recolhi o Sol , e em seu lugar plantei um vaso de Acácias magras…recém vindas de uma paixão com o Paticholin…
Olhei mais uma vez a mochila, dentro…chovia…
Fora a vida encardida, exausta do passar dos anos, assoava o nariz, e gemia.
Cantei o terceiro Cântico.
De uma Ária infame, em que as asas somem.
De mim apanho a mochila, arrumo a carcaça na qual dependuro o corpo, já torto, e sigo.
A alma abandono, sentada na calçada, defronte a uma rua sem saída, onde ela escolheu passar os últimos dias.
Aguarda pacientemente que sobrevoe um avião da Panair.
Luiz Jorge Ferreira