Poesia de agora: Solidão – Jorge Herberth

Solidão

A rosa do deserto
Era amorosa flor
Charmosa
Um doce
Nunca solitária

Na areia quente
Ou frio noturno
Flor de amor sofisticado
Estilosa
Como peça
Da tecelagem de kyoto
Coração
Desenhado à unha
Fio a fio

Flor amor
Alinhado
Por suaves mãos
Como um papel de kyoto

Impressão oriental
De libido
Desenhada
Na fibra dos sentimentos

Minha rosa do deserto
Fusão de energia e dor
Tem um amor por companhia
É ilustre
De fabril delicadeza
Que nem o cravo percebeu

A rosa do deserto
Fincou espinhos
Delicados
Como seu perfume
No coração
Da seda
De Kyoto

Rosa açucena casou, morreu
No universo
De amálgama e mágoas
Das dores
Ausência
Solidão milenar
Do amor das flores

Jorge Herberth

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