Mapeando buracos de Macapá

                                                                                              Por Régis Sanches

Tenho um amigo que atualmente se presta a uma tarefa inglória: ele está mapeando os buracos da cidade de Macapá. O intrépido aventureiro já estabeleceu várias rotas e constatou que circular pelas vias da capital é um esporte radical, ou melhor, é um verdadeiro Rally.

Segundo o mapa preliminar – que não cobre nem 1% da área asfaltada da cidade – a situação é sinistra. E não seria má idéia a prefeita Helena firmar uma parceria público-privada para instituir, antes do Carnaval 2011, o “Rally de Macapá”.

Certamente, o evento seria o maior sucesso. Imagine o frisson da TV Globo transmitindo para todo o planeta a quebradeira dos carros com tração nas quatro rodas. Na voz de Galvão Bueno: “Incrível, neste momento, acaba de atolar no ‘buraco do Bob Góes’ o carro que liderava a prova”.

Este meu amigo me disse que há buracos tão grandes nas ruas de Macapá só comparáveis às crateras existentes na Lua. Ontem, tive a infelicidade de circular na garupa de uma motocicleta. Ao saber do mapeamento dos buracos, o condutor – que é clandestino – me informou que algumas das campeãs da buraqueira são: a Avenida 13 de Setembro, desde o Bairro do Trem até o seu final, e a Rua São Paulo, no Bairro do Pacoval.

Os cidadãos que vêem o seu rico dinheirinho evaporar nas oficinas da cidade por causa dos buracos aqui vai uma dica: mandem a lista da buraqueira para este colunista e conta, obviamente, para a prefeita Helena.

Brevemente, o portal WWW.brilhodefogo.com vai lançar um concurso: aquele cidadão que conseguir apresentar uma rota de, no mínimo 5 quilômetros, sem a ocorrência de nenhum buraco, vai ganhar um prêmio em dinheiro.

Estamos esperando apenas a conclusão do mapa dos buracos, a redação do regulamento e a captação das verbas de patrocínio. Enquanto isso, motoristas, motociclistas, ciclista e os pedestres já podem montar os seus roteiros. E enviá-los à prefeita Helena. Afinal, esta é uma “Cidade Forte!” Saudações ao prefeito Roberto.

Bomba-Relógio

                                                                                         Por Régis Sanches

“No momento, não tenho palavras, é difícil falar. O ponto comercial da loja é alugado e não contratei o seguro contra incêndio. Mas acho que esta cidade não tem infraestrutura alguma!”. O desabafo é da comerciante Adrivânia Martins, dona do Atacadão Paulista, cujo slogan da placa anuncia: “Vestindo Você na Passarela”.

A placa em questão não pegou fogo, mas o estoque de roupas da loja foi consumido por um incêndio no final da tarde do último domingo, 2. Os bombeiros chegaram em 30 minutos, e apagaram o fogo. Felizmente não houve vítimas, pois não havia ninguém no interior do estabelecimento.

O Atacadão Paulista está localizado na confluência da Rua Cândido Mendes com Avenida Mendonça Júnior – mais conhecida como “Rua do Canal” – no Centro Comercial de Macapá. Adrivânia Martins disse que mantém o negócio junto com o marido há 14 anos. A loja emprega cerca de 20 vendedores. Quanto ao sinistro, a empresária disse não saber calcular os prejuízos provocados pelo incêndio, cujas causas são desconhecidas.

Para quem não tem o hábito de percorrer o centro da capital amapaense, a “Rua do Canal” é aquela em que prosperam minúsculos restaurantes improvisados. É nessas barracas que os comerciários tomam café, almoçam e, já no início da noite, apreciam o “Churrasquinho de Gato” vendido a R$ 1,00. Os empregados do comércio elogiam o sabor e o baixo preço da comida. Mas reclamam do odor insuportável do fétido canal.

Imundícies à parte, o incêndio do Atacadão Paulista não foi o primeiro e nem será o último. “Todo o Centro de Macapá é uma imensa bomba-relógio”, diagnostica o tenente Silva, oficial do Corpo de Bombeiros que coordenou a operação de combate ao incêndio. Ele enumera pelo menos três problemas críticos: “As lojas são geminadas; a fiação elétrica é antiga e inadequada (com muitos “gatos”); e não há um único hidrante nem no Centro ou em qualquer bairro de Macapá”.

Em tais circunstâncias, o oficial-bombeiro afirma que os donos de lojas contíguas ao Atacadão Paulista deveriam erguer as mãos para os céus e agradecer. “Os comerciantes das lojas vizinhas tiveram muita sorte, pois o fogo só não se alastrou para os demais estabelecimentos porque o estoque das roupas estava entulhado”.

A ausência de hidrantes fez com que as duas viaturas dos Bombeiros fossem mobilizadas nas unidades da Zona Norte e Zona Sul da Cidade. No momento em que Camilo Capiberibe assumiu o governo sob o signo das mudanças, é preciso olhar com atenção especial para o Centro de Macapá.

Um incêndio já no segundo dia de 2011 é motivo de preocupação. Desta vez não houve vítimas porque era domingo. Mas poderá acontecer em qualquer dia da semana. E, sabemos que não podemos nem contar com o prefeito Roberto. Ele passa uma temporada compulsória em Brasília (DF) e a prefeita Helena não dá sinais de que está realmente preocupada em resolver este problema. Fica o alerta: onde há fumaça, há fogo. Hidrante neles!

Tiririca e a vingança dos abestados

Ao todo, 1,3 milhões de brasileiros elegeram Francisco Everardo, o palhaço Tiririca, como deputado federal de São Paulo. E parece que isso irritou muita gente. Everardo foi acusado de não sabe ler e escrever. Sim, essa é uma exigência da Constituição. Por isso, o deputado mais votado do Brasil precisou provar – de forma humilhante – que não era analfabeto. Mas o problema é bem maior do que isso…

Tiririca, ao ser questionado, fez o que era mais simples. Evitou aparições públicas e sumiu do mapa. Ele passou o mês de outubro em São Paulo, onde se reuniu com especialistas que fizeram todo tipo de teste para avaliar se ele sabia ler e escrever. Foram encontros reservados, aos fins de fins de semana e feriados. “A principal missão era avaliar o senhor Francisco Everardo sobre o ponto de vista global. Não só se ele era capaz de ler e escrever, mas como ele era capaz. Foram aplicados testes de inteligência”, diz a fonoaudióloga Ana Alvarez.

Inclusive, este talvez seja o detalhe mais importante, de acordo com uma das especialistas contratadas por Tiririca, o QI dele está na média. Na média brasileira, é bom deixar isso claro.

Vale notar que na hora de fazer o teste escrito para provar que não era analfabeto, o juiz ditou para Tiririca um trecho de um livro jurídico. Era um texto curto. Só que das dez palavras principais, Tiririca errou oito. Isto prova de forma inequívoca que Tiririca escreve como a grande maioria dos brasileiros. Ou seja, sem qualquer respeito à língua portuguesa…

E tem mais: Tiririca demorou oito minutos para escrever a frase completa. Teve dificuldades na hora em que o juiz leu “1932”. Foi preciso soletrar os números. “O resultado do ditado foi sofrível”, conta o promotor Mauricio Lopes. Na hora de mostrar seu talento para a leitura, foi mostrada uma página de jornal. Tiririca levou três minutos para ler o título e mais duas linhas. De novo, essa é mais uma prova que o QI de Francisco Everardo está no mesmo nível de seus eleitores.

Então por que implicar com o futuro deputado? Tiririca merece estar no parlamento. Afinal todas as classes sociais têm o direito de estar representadas. Por que os lorpas, os aparvalhados, os basbaques, os atoleimados, os bolônios, os pascácios, os sambangas, os pacóvios não teriam direito a ter um representante?

O Brasil é um país completamente preparado no tange ao quesito boçalidade. Somos autossuficientes em burrice desde nosso descobrimento. Então por que os nossos deputados precisam ter um QI 150? O nosso glorioso país é uma terra abençoada com toneladas e mais toneladas de burrice. É o nosso maior produto de exportação. Logo, por que criticar Tiririca se ele matou algumas aulas no colégio?

No fim das contas, o juiz concluiu que Tiririca sabe ler, apesar da dificuldade da escrita. Portanto, não é totalmente analfabeto, e por isso, pode ser deputado. “Ele terá dificuldades no que diz respeito a uma série de atribuições do seu cotidiano e terá naturalmente que contar com a ajuda de sua assessoria”, explicou o cientista político Humberto Dantas.

Francisco Everardo toma posse em fevereiro, de terno e gravata. É a vingança dos abestados. A ZeroZen só discorda do futuro deputado em um único ponto. Ele disse durante a campanha “Vote em Tiririca. Pior que tá não fica”. Fica sim, Tiririca. Aliás, fica cada vez pior…

Primeiro o meu

                                                                                             Por Denise Muniz

No cenário em questão não estão em jogo uma marca de cigarros e um jogador de futebol. A atuação deste panorama está a cargo dos congressistas brasileiros e seus simplórios proventos. Mas, não obstante a disparidade entre os personagens, a Lei de Gerson se aplica impecavelmente à ocasião.
Sob a ótica do conhecido adágio popular “farinha pouca, meu pirão primeiro”, deputados e senadores estão compelidos na tarefa de articular o aumento de seus próprios salários. O assunto, levantado no início desta semana em toda a grande mídia, promete render polêmica, especialmente em tempos de indefinição do mínimo para 2011.
O percentual de reajuste ainda não foi confirmado, mas os parlamentares dão pista de quanto podem vir a pleitear, 17,8%, percentual correspondente a três anos de inflação, período em que os aspirantes (deputados e senadores) a melhores salários alegam estar congelados seus proventos, hoje estipulados em R$ 16.512,09 – além de benefícios como verba de gabinete e auxílio moradia.
Na ilharga do reajuste salarial legislativo, cogita-se alterar a correção dos vencimentos do presidente da República, que hoje ganha R$ 11.420,21, e dos ministros de Estado, da ordem de R$ 10.748,43.
Dilma Roussef agradece. Lula acha justo.
A questão deverá ser tratada na próxima semana. A urgência é justificada pela Constituição, que determina que os vencimentos do Legislativo tenham de ser reajustados na Legislatura anterior àquela que será beneficiada.
O impacto do reajuste dos salários dos congressistas não se limita aos cofres da Câmara e do Senado, já que os vencimentos dos deputados estaduais estão vinculados aos dos colegas federais, e os dos vereadores aos dos integrantes das Assembléias Legislativas. Também conforme a Constituição, um parlamentar estadual pode receber até 75% do salário de um federal, e os edis, até 75% da remuneração de quem está na Assembléia.
Enquanto isso… é só esperar pela votação do mínimo, hoje fixado em R$ 510. O que se observa, aliás, o que não se observa é a prioridade do bem-estar coletivo sobre o interesse pessoal.

Camilo Capiberibe será o novo governador do Amapá

O povo escolheu e Camilo venceu. Estou na torcida para que o Amapá melhore, MESMO. Este blog não fez campanha para ninguém, já basta o fato de quase toda a blogsfera local ser partidária. Não levantei bandeiras, quem me conhece sabe que não sou militante de cor alguma.

Tenho amigos que trabalharam dos dois lados. Aproveito para parabenizar os brothers que viraram bicho na campanha vencedora: Wendell, Luciano, Giuliano, Eduardo, Irineu, Caio, Alex, Jacinta e Bruno, meus parabéns pelo trabalho bem feito.

Ao governador eleito, tenho somente um pedido, faça valer a confiança depositada em você.
Elton Tavares

Debate decisivo?

                               Por Elton Tavares
Imagem – Portal Amazônia.

É hoje, logo após a novela Patetone, na Rede Globo (TV Amapá), acontecerá o debate com os candidatos ao governo do Estado, que disputam o segundo turno das eleições 2010, Camilo Capiberibe (PSB/PT) e Lucas Barreto (PTB).
Para muitos, quem se sair melhor no debate, vencerá o pleito. Bom, veremos. Só tenho uma certeza, levando em conta o horário político dos dois candidatos, o negócio será pesado.

Para ser sincero, já estou afim que esse período político acabe, já deu no saco! A blogsfera do Amapá está um nojo, cada um puxando a sardinha para o seu lado. O Twitter então, fofocada total.

Espero que vença o melhor. Assistam o debate, é bom para os indecisos definirem seu voto. Só não votem nulo ou branco, nunca! Abraços na geral.

Promessas

                                                                                            Por Elton Tavares

A política local e nacional estão pegando fogo. Bandeiras, cartazes, mantras numéricos, passeatas e promessas, muitas promessas. Ofensas, acusações, cores, carreatas e promessas, muitas promessas. Alianças, traições, acordos e promessas, muitas promessas.
Discursos acirrados, paixões, devaneios coletivos, fé, descrença e promessas, muitas promessas. Fofocas, fatos, brigas, brincadeiras e promessas, muitas promessas. Projetos, programas, lideranças e promessas, centenas delas.
Só espero que o vencedor (seja qual for) lembre que:

“A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte. A gente não quer só comida, a gente quer bebida, diversão, balé. A gente não quer só comida, a gente quer a vida como a vida quer. A gente não quer só dinheiro, a gente quer dinheiro e felicidade. A gente não quer só dinheiro, a gente quer inteiro e não pela metade. A gente quer saída para qualquer parte….”

*Trechos da música “Comida”, da banda Titãs – Composição: Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Britto.

Ereções 2010

No mais duro debate travado nesta campanha presidencial, a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra trocaram ataques neste domingo (10) e usaram estratégias diferentes. Enquanto a ex-ministra da Casa Civil acirrou as críticas, em especial à gestão do adversário no governo de São Paulo, o ex-governador se esforçou para conciliar propostas e ataques, nos quais acusou a rival de ser incoerente.

A preferida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas, também mirou a gestão de Serra nos ministérios do Planejamento e da Saúde no governo Fernando Henrique Cardoso. O tucano evitou criticas diretas ao mentor da candidatura de Dilma, mas retomou o tema aborto, dominante na primeira semana após a votação de primeiro turno, em 3 de outubro.
Os ataques mais duros foram trocados no primeiro bloco do debate da TV Bandeirantes. Dilma acusou a campanha do rival de promover “mentiras e calúnias” contra ela. Serra indicou que a petista busca a “vitimização” e questionou sua fé – um aspecto que promoveu mudanças no programa da ex-ministra no horário eleitoral obrigatório para atender o eleitorado religioso, que se afastava dela.
O tucano também afirmou que é atacado indevidamente por simpatizantes da petista. “São blogs com seu nome. Fazem ataque à família, amigos. É uma campanha orquestrada, que trata de ideias que não tenho”, disse.
Quando a temática parecia se inclinar para temas ligados a religião e saúde –assunto que fez Serra acusar a rival de ter “duas caras”-, Dilma se concentrou nas privatizações feitas durante a gestão tucana no Palácio do Planalto. Mais tarde, o segundo colocado nas pesquisas ironizou a adversária pelo tom inédito em debates por parte dela.
“Tenho que confessar que eu estou surpreso com essa agressividade, esse treinamento da Dilma Rousseff, que esta se mostrando como é de verdade”, afirmou.
Além das privatizações, a petista fez ataques nas políticas de educação e de segurança do governo Serra em São Paulo, Estado onde os dois tiveram votação próxima no primeiro turno. Dilma acusou o PSDB de ser favorável a privatizações e centrou suas perguntas e respostas nesse assunto nos segundo e terceiro blocos do encontro, que, de acordo com a Bandeirantes, teve picos de 6 pontos de audiência.
Privatizações e incoerência
Durante o segundo e terceiro blocos do primeiro debate do segundo turno das eleições presidenciais, Dilma e Serra trocaram acusações sobre privatização. A petista se esforçou para cravar a pecha no adversário, que viu incoerência da ex-ministra por ter elogiado a abertura do capital da Petrobras, feita no governo FHC.
A petista comparou a saúde financeira da Petrobras durante os governos FHC e Lula e sugeriu que Serra seria a favor da privatização da empresa. O tucano disse que a gestão atual aumentou a presença de capital privado no Banco do Brasil e privatizou dois bancos regionais. A petista preferiu concentrar as críticas nas posições de tucanos sobre a Petrobras e a exploração do petróleo do pré-sal.
“[A Petrobras] teve um processo de capitalização que arrecadou US$ 70 bilhões”, afirmou Dilma, sobre a recente operação conduzida pela estatal. “Vocês só conseguiram arrecadar US$ 7 bilhões”. Serra respondeu que “é só chegar a campanha eleitoral e o PT vem sempre com essa história”. Na votação de 2006, o assunto ampliou a vantagem de Lula, candidato à reeleição, sobre Geraldo Alckmin (PSDB).
“No caso de venda de empresas públicas, eles reclamam que venderam ações no governo passado, mas não falam do Banco do Brasil, que colocou [ações] em Nova York”, disse o tucano.
Dilma criticou o adversário por vender a Nossa Caixa, banco paulista que foi repassado ao governo federal. E levantou suspeitas sobre se Serra não faria o mesmo caso seja eleito presidente, ao comentar sobre programas educacionais que Serra terminou depois de assumir o governo deixado por Alckmin.
Políticas, ataques e aborto
Depois de dizer que quer uma política educacional na qual “professor não seja tratado a cassetete”, em ataque indireto ao rival, a petista questionou Serra com uma acusação. “Eu acho que a sua campanha procura me atingir por meio de calúnias, mentiras e difamações. Essas calúnias têm sido muito claras”, disse.
“Tenho visto o seu vice, Índio da Costa. A única coisa que ele faz é criar e organizar grupos, até aproveitando a fé das boas pessoas, para me atingir, em questões religiosas. Essa forma de campanha que usa o submundo é correta?”, questionou.
Serra começou com tom ameno, mas endureceu o debate aos poucos. “Me solidarizo com quem é vítima de ataques pessoais. Tenho recebido muito ataque e muita calúnia, até antes da campanha”, disse. “Mas nós somos responsáveis por aquilo que pensamos e aquilo que falamos. A população cobra programa de governo, mas cobra também conhecimento sobre os candidatos.”
Em seguida, o tucano acusou a petista de mudar de opinião sobre a legalização do aborto. O tema interessa a muitos dos eleitores que em 3 de outubro votaram na evangélica Marina Silva (PV) para a Presidência. A candidata verde somou quase 20% dos votos válidos e seu apoio é disputado pelos dois presidenciáveis.
“Na questão do aborto, você disse isso no debate da Folha, no UOL, que era a favor do aborto. Depois, disse que era contra. Isso não é estratégia de adversário”, disse. O tucano afirmou ainda que a petista “não sabe bem se acredita ou se não acredita” em Deus. “E depois vira uma devota”, disse, para depois emendar ataques a Erenice, demitida por suspeita de ilegalidades na Casa Civil.
“Seu braço direito organizou um grande esquema de corrupção. Você não tem nada a ver, é tudo alheio a você”, disse, em tom de ironia. Depois dessa resposta, Serra ouviu a adversária dizer, como fez em vários momentos do debate, que ele tem “mil caras”.
Depois disso, Dilma criticou Serra por acusar sua campanha de ter ligação com vazamentos de sigilos fiscais na Receita Federal. “A última mentira e calúnia contra mim: vocês diziam que a minha campanha tinha aberto sigilo fiscal. Hoje o juiz te denunciou e você é réu. Você se cuida, porque está dando os primeiros passos para entrar na questão da ficha limpa”, afirmou.
“Tem uma campanha contra mim. Você regulamentou o acesso ao aborto no SUS [Sistema Único de Saúde]. Eu concordo com a regulamentação. Entre prender e atender, eu fico com atender”, disse a petista.

A necessidade do Ficha Limpa

                                                                                       Por Wellington Silva

O Supremo Tribunal Federal (STF) tem em suas mãos toda a ansiedade do povo brasileiro em ver o projeto de autoria popular Ficha Limpa devidamente aprovado , sim porque a aplicação do projeto senão porá um fim ao menos colocará um freio de mão numa corrupção que mancha a imagem da política nacional.
A proposta de iniciativa popular apresentada à Câmara dos Deputados contou com mais de 1,6 milhões de assinaturas.

Seu texto original é bem mais severo do que a que vai a sanção do presidente Lula. Ele prevê o impedimento da candidatura de quem tiver sido condenado em primeira instância.

Políticos com a ficha suja argumentam que ele, o Ficha Limpa, impede qualquer “direito de defesa do ofendido”, entenda-se os confeiteiros do bolo, como se ofensa fosse somente o calhamaço de acusações e não a total falta de sensibilidade e comprometimento social do acusado para com a sociedade que jurou servir.
Segundo o site do Congresso em Foco, um quarto dos 513 parlamentares tem pendências judiciais no Supremo Tribunal Federal (STF).

Mister o Supremo refletir que a natureza humana tem muito mais inclinações ao vício, a coisas erradas, do que a retidão, a prática de atos nobres, principalmente nas esferas transitórias do poder político nacional. Evidente que há exceções, e boas exceções.

Diz o velho ditado popular :

– Se queres conhecer o fulano, dai poder a ele e verás até que ponto ele é imoral ou moral.

Temos a Lei de Responsabilidade Fiscal, não faz muito tempo aprovada, badalada e desrespeitada, para não dizer pisoteada por alguns.

Disse o Senador Pedro Simon, uma das reservas morais do velho MDB, hoje PMDB:

– Esse projeto está longe de ser o que queremos, mas vamos votá-lo sem modificações, para que possa valer logo.
Lula tem 15 dias para sancionar o projeto. Quem baterá o martelo para definir a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da Lei Complementar (LC) 135/2010, a chamada Lei da Ficha Limpa e o momento de sua devida aplicação legal é o STF.

O centro do debate e o empate de 5 a 5 no pleno do STF, sobre a aplicação da citada lei, deve-se a figura de Joaquim Roriz, do Partido Social Cristão (PSC), figura política que teve o seu registro indeferido pelo Tribunal Superior Eleitoral com base na Lei Complementar 135/2010 (Ficha Limpa)

O que é essa lei ?

Ela proíbe a candidatura de políticos condenados por órgãos colegiados (quando a decisão é tomada por mais de um juiz) e aumenta de três para oito anos e inelegibilidade de candidatos condenados pela Justiça.
Se não houvesse mobilização das entidades de classe, sindicatos, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, Associação Nacional de Imprensa, meios de comunicação, etc, o Ficha Limpa não teria sido votado tão rápido. Na Câmara dos Deputados ele ficou 222 dias para ser votado.
Foram favoráveis a aplicação do Ficha Limpa e consequentemente ao indeferimento (negativa) de registro da candidatura de Roriz, que renunciou em favor da esposa, os ministros do STF Joaquim Barbosa, Ellen Gracie, Ayres Britto, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski.

Votaram favoráveis ao recurso de Joaquim Roriz e de tabela pela inconstitucionalidade da Ficha Limpa os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e César Peluzo.

A bem da verdade, para a grande Nação brasileira a aprovação do Ficha Limpa, no STF, é mais que uma questão legal, é de sobremodo uma imperativa questão moral para o saneamento da vida política nacional.

Observando

                                        Por Elton Tavares
Melhor do que tomar partido, de forma impulsiva, é observar. Aprendi isso a duras penas, o velho e difícil truque de escutar mais do que falar. Neste período político, as paixões tomam conta de muitos, pois as palavras saltam de suas bocas (e escritos de suas mãos) antes mesmo destes raciocinarem com bom senso.

Nestes tempos, alguns ficam efusivos, outros renegam seus passados recentes. Existem ainda aqueles que trocam de lado como trocam de roupa. Eu prefiro observar e continuar trabalhando direito, pois sou profissional e não partidário.

Sobre a atual situação do Pleito 2010, espero realmente que vença o melhor para o Amapá. Sobre os lados, tenho amigos nos dois, então prefiro me manter neutro e torcer para que vença o melhor, sobretudo, de forma limpa, prevalecendo a vontade do povo. Ah, ta bom, de vez em quando a gente tira um sarro aqui e ali, faz parte da coisa.

Aos que tiram barato da política, concordo desde que seja de forma inteligente e não falaciosa, pois se fosse tudo sério, não teria graça alguma. Sobre os xiitas apaixonados, cuidado.

Principalmente os pseudojornalistas, que deveriam somente informar e nunca manipular.Não digo para se calarem diante das coisas erradas, não, isso nunca. Falo dos que desvirtuam os fatos para puxar a sardinha para si, esses sim são crápulas.

Dia desses, li, em algum lugar que não lembro, a seguinte citação: “No mundo sempre existirão pessoas que vão te amar pelo que você é…, e outras…, que vão te odiar pelo mesmo motivo…, acostume-se a isso… com muita paz de espírito…”.


Bom, é isso. Abraços na geral!