Discos que Formaram meu Caráter (Parte 55) – Def Leppard …“Hysteria” (1987) – Por Marcelo Guido

Por Marcelo Guido

Salve moçada que curti o bom e velho Rock and roll, o viajante das letras, riffs esta de volta, e já estaciona sua nave muito louca trazendo na bagagem mais histórico e inquestionável super disco que com certeza mudou a minha vida e também a de muitos de vocês, sem muito lari –lari vamos conversar sobre:

“Hysteria”, o quarto trabalho dos caras do Def Leppard, palmas pra ele.

Então estamos agora nos anos 80, e o hard rock estourado no mundo inteiro, era em propaganda de cigarro, bebida e ate em absolvente intimo feminino, realmente parecia que a brilhantina tinha ficado mais pesado.

Neste contexto, bandas do mundo inteiro se aventuravam e faziam bons sons e discos excelentes, e o Def  Leppard estava surfando e bem os bons momentos que seus excelentes trabalhos já haviam proporcionado, meu destaque vai para o excelentíssimo “Pyromania” de 1983 (prometo revisitar esse, ele também é formador), sendo assim a banda excursionava a valer e usufruía do seu prestigio por varias partes do mundo.

Integrantes assíduos do movimento NWOBHM , “New Wave of British Heavy Metal” (A nova onda do heavy metal britânico, literalmente) , os caras nunca esconderam que o objetivo era nada mais nada menos que estourar nos EUA, o que gerou uma certa antipatia lá pelas bandas da terra da Rainha, uma ilha tão legal que já tinha nos dado o Queen e Iron Maiden  por exemplo, mas a molecada queria estar no epicentro da coisa, ou seja fazer sucesso na terra do Tio Sam era sim um sonho a ser alcançado.

Assim sendo, deixaram o velho mundo e com seus penteados marcantes chegaram com tudo nas paradas americanas que já fervilhava neste novo som. A MTV era novidade e um dos primeiros clipes de Heavy Metal foi nada mais nada menos que “Photograph”, presente no já citado “Pyromania”, que desbancou nada mais nada menos que “Beat It” do Michael Jackson, este formador disco, vendeu milhões de copias no seu seu ano de estreia, sendo apenas superado por “Thriller”, que quem manja de som sabe do que estou falando.

 

Mas então, muito sucesso nos EUA, e um fracasso comercial na Inglaterra, os caras eram adorados nas américas e nem cheiravam o top 10 no velho mundo, coisa de inglês.

Neste contexto, os rapazes foram desafiados a nada mais nada menos, converterem o novo disco que ainda seria gravado em uma espécie de “Thriller” do estilo, ou seja pelo menos 7 musicas do disco teriam que estourar nas paradas, oque era de fato muita responsabilidade, sendo assim depois de toda pompa e promoção, os caras se mandaram para a Irlanda e se deram a trabalhar.

Mas nem tudo eram flores e trabalhos, como se é de praxe muita onda também rolava, isso começou a atrasar as coisas e o clima foi ficando pesando, era gente desistindo e o processo criativo ficando caro, os caras desistiram de vir ao Brasil no primeiro Rock In Rio em 85, cederam o espaço para o geniais bichos do Whitesnake, e a gente sabe a história.

Para piorar, na virada do ano o baterista Rick Allen, conhecido como “The Thunder”, sofreu um grave acidente de carro, resultando na amputação de seu braço esquerdo, que merda para um baterista. Seria o fim, mais estamos falando de Heavy Metal porra, e a turma se recusou a mudar de baterista e o cara se superou.

Sendo assim entram em estúdio quatro anos depois de estourados e ficam na historia da musica com lagrimas, superação e muita onda este verdadeiro marco na longa trajetória do heavy metal. Vamos a ela:

Dissecando a bolacha:

O disco começa com “Women”, vai para “Rocket”, chega em “Animal”, “Love Bites”, “Pour Some Sugar on Me”, “Armageddon It”, “Gods of War” “Don’t  Shoot Shotgun”, “Run Riot”, “Hysteria”, “Excitable” e “Love and Affection”.

Primordial em todas as musicas, excelente em tudo com letras marcantes que falam em vitória, paixões, lutas diárias. Misturadas com a mais pura vontade de fazer realmente um disco foda, Joe Elliot no vocal, Rick Allen na bateria, Phil Collen e Steve Clarck nas guitarras e Rick Savage no baixo, fizeram historia e reconstruíram as bases do estilo.

Já em 88 venderam 3 milhões de copias, arrebentaram com tudo na ilha do príncipe Charles e chegaram com tudo nas terras do Pato Donald.

O objetivo inicial de fazer um super disco foi alcançado, esta bolacha esta listada em as 200 obras definitivas do Rock and Roll of Fame. E ela tem que estar obrigatoriamente na tua estante se tua inda sonhar com uma medalha de foda.

“Hysteria”, apareceu para mim nos anos 90, e ainda hoje esta presente na minha vida, sem duvida alguma me fez olhar com mais seriedade para o rock and roll por ser um disco profundamente respeitado.

O Heavy Metal passou a ter outra cara depois dele e por isso é um disco singular e atemporal mesmo quase 40 anos de seu lançamento.

O Def Leppard como banda nos ensina ter o orgulho exato da excelência no que se faz, e que nenhum desafio é grande que não possa ser superado.

Menção honrosa para versão nacional de “Love Bites” feita pelo Yahoo.

Uma puta banda, um puta disco. Recomendo ouvir no máximo e foda se a surdez.

Marcelo Guido é Jornalista, pai da Lanna e do Bento, maridão da Bia. 

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