Homenagem, despedida digna e muito amor familiar #Familia

Na última quarta-feira (2), no Dia de Finados, fui com minha família ao município de Mazagão Velho, a cidade mais antiga do Amapá. Lá, às margens do Rio Mutuacá, espalhamos as cinzas de minha avó Perolina Espíndola Penha Tavares, nossa amada “Peró”, que partiu em 2021 (vítima da Covid). Na época da passagem de nossa matriarca, não teve velório, por conta das restrições da pandemia. Ontem sim, foi um dia de despedida digna, gratidão e muito amor familiar. Uma cerimônia simples, mas linda e emocionante.

Fomos em comboio, passamos por Mazagão, cidade natal de minha avó e de seu marido, vô João, também falecido e seguimos para Mazagão Velho. Vovó, inclusive, foi a primeira dama da cidade, quando o vovô foi prefeito do Mazagão, antes de ser preso no Golpe de 1964.

Lá eles namoraram, casaram e constituíram família. Meu pai, Zé Penha e meus tios Maria e Pedro, nasceram no Mazagão. Os filhos mais novos do casal, Socorro e Paulo, nasceram em Macapá, onde minha família paterna é uma das pioneiras. Meu vô partiu em 1996 e meu pai depois dele, em 1998.

Mas a família Tavares preserva a dignidade, o respeito e a amizade, fundamentais para a vida, aprendidos no Mazagão e trazidos para a capital amapaense.

Fomos eu, Bruna (minha namorada), meus tios Sanzinha (irmã da vovó), Maria, Pedro, Paulo (filhos da Peró), Dacivone e Lúcia (esposas dos meus tios Paulo e Pedro) e primos Maurício, Silvana, Adriano, Pedro Júnior, Ana Paula e Elder.

Antes de espalharmos as cinzas da vovó e lançarmos flores ao Rio, fizemos orações e alguns de nós falamos sobre a gratidão em relação à Peró, que era realmente só amor para com todos ali.

Vó Peró e minha sobrinha Maitê Tavares – Foto: Elton Tavares

Perolina partiu com 94 anos. Teve uma vida longa e feliz. Venceu inúmeras situações tristes e complicadas em sua jornada, sempre com altivez e serenidade. Foi uma dama sábia. Vovó foi um exemplo de pessoa bem sucedida, mulher extraordinária, uma pessoa sensacional, ponderada, discreta e bem humorada. Sempre teve muita força em toda sua delicada forma de existir.

Aquele dia foi uma experiência linda, repleta de amor, saudades e gratidão pela luz e amor que a Peró sempre emanou aqui, com sua existência inesquecível e a bondosa força que tanto nos ensinou.

Todos nós sentimos saudade todos os dias. Nosso amor vem das vidas passadas, atravessou esta e com certeza a próxima. Seguimos aqui, certos do amor que recebemos e que sempre honramos. Agradeço a todos pelo dia de ontem. À Peró, dedico este texto. Um beijo em ti, vovó. Estejas tu nas estrelas ou em qualquer lugar, além do meu coração. Amo-te, pra sempre. Até a próxima vez!

“Dedique-se a conhecer seus pais. É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez” – Trecho do poema Filtro Solar, de autor desconhecido. Isso também serve para seus avós ou afetos em geral. Esse texto é uma memória afetiva de uma reunião porreta de minha família.

Fotos, filmagem e edição de vídeo: Bruna Cereja.
Texto: Elton Tavares

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