Poema de agora: Boa Noite minha saudade – Luiz Jorge Ferreira

Boa Noite minha saudade

Pai vai mimi, feliz
Por uma tia cristã que se recupera do Avc, por filho, pela vida…que jovializa o passado.
Coisa mais bonita…
Pela noite.
Pelos cães que ladram na rua cada um em um tom.
Pelos gatos que miam em desacordo com o silêncio, que acordo quando coço os cabelos, brancos da neve malina do mesmo Time.
…que abrigam os pensamentos que só são meus quando não os penso em sua totalidade.

Pai vai mimi, feliz
Por filhos, por dogs, pela vida pacifica dos livros na estante…
Coisa mais bonita…
Estórias…Histórias…
homens e mulheres que as criaram os quais não conheci, mas sei o nome, vagam em seus jardins de letras, vogais, virgulas, e consoantes, sobre as quais escondo os pés dentro de um par de meias.

Pela noite
Pelos cães que ladram na rua cada um em um tom.
Pelos gatos que miam em desacordo com o silêncio que acordo quando coço os cabelos
…que abrigam os pensamentos que só são meus quando não os penso em sua totalidade…como letras datilografadas…
…passam a ser da cidade que antes de mim já dormiu…

Passam a apostar corrida com a eternidade que se posta toda prosa e não poesia, se estou a pé e quero atravessar a Avenida, parece ter o tempo de uma vida.
E se estou no mesmo farol mas dentro do carro indo ao trabalho, leva incríveis 60 segundos que para mim representa o tempo eterno de criar o Universo, e varias reencarnações.
Papai vai compor uma canção de gritos, desunidos e uníssonos como os emitidos pelas crianças na ante sala da Vacinação.
Na cavidade única das quatros que possuo dentro do coração.
Há sempre som, por certo tempo.
Pai toca um acorde que não lhe acorda a alma.
Com sua mão menos ágil que quando a usava para ritmar frevos, ou desenvolver Baiões… está com o tempo espremido em uma marmita que aposto que a engule bem antes que o trem nesse vai e vem ultrapasse a sombra da lua que sobrevoa os degraus do trilho como se catasse mal me quer bem me quer, folha por folha, uma de sombras opacas, outra verdadeira…
Lá ou aqui adiante…
Os sonhos entram pela janela embaralham os chinelos, e a gente com eles não podem correr.
… Pai vai mimi.

Luiz Jorge Ferreira

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