minha morte de hoje em dia
esta manhã
morri na calçada
de um bairro da periferia
sem o perpétuo socorro
que a igreja prometia
sem a mão do amado
que até ontem me sorria
no último filme
da minha vida
vi o olho curioso
da maledicência
a mão sorrateira
do oportunismo
e o passo apressado
pro almoço ao meio-dia
esta manhã
morri sozinha
na calçada suja
de uma padaria
sem direito a vela
nem ave maria
Pat Andrade
4 Comentários para "Poema de agora: minha morte de hoje em dia – Pat Andrade"
Meu bem…. que poema hein?!? a nossa realidade. Beijos Pat, sua linda!
Lindo como todos que você escreve. Você é pura sensibilidade .
Aplausos de pé…para os Vivos…se hão!
Ave, poeta! Poememo-nos no teu texto. Bravo!