Poema de agora: Vigília – Ricardo Iraguany

Vigília

Vejo a noite
Passando vagarosa
Como em câmera lenta
Enlouquecendo meu travesseiro
Que se contorce alheio em vigília
Vagando introspecto
Sem nexo aos olhos abertos

Sinto frio
Arrepiando o dorso exausto
E a solidão ecoando sonâmbula
As imagens em mantras
Os madrigais migrando
Entre a luz e a escuridão
Que não desmaia
A miragem de um arcanjo
Nesse deserto
Que o breu da noite esmiúça .

Ricardo Iraguany

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *