Diretor Kleyton Canuto (PB) lança o curta Platô! no 11º FIM


Um dos convidados do 11º Festival Imagem-Movimento é Kleyton Canuto, roteirista e diretor do documentário de curta-metragem Platô! (2012), que será exibido na Mostra ÔXE!, dia 22 de novembro, na Biblioteca Pública Elcy Lacerda às 18h. 

Ator, produtor, diretor, pesquisador em audiovisual e participante do coletivo Moinho de Cinema da Paraíba, Kleyton foi colaborador no Festival Comunicurtas (PB) e é participante ativo nos movimentos sociais e culturais do Estado e região. 

Platô!  tem recebido grande reconhecimento através de diversas premiações em festivais na Paraíba, Pernambuco, Pará e Ceará e conquistado o público ao explorar de forma muito bem humorada a figura do platô, função responsável pelo bom andamento de parte de um set de filmagens, como isolar as ruas, garantir o silêncio no entorno, entre outros. Em produções de baixo(íssimo) orçamento, o platô acaba acumulando funções que em produções maiores não seriam de sua alçada, um coringa do set. 

Usando uma estética que mistura documentário e ficção, o filme mescla depoimentos de profissionais da área de cinema, como diretores, produtores, fotógrafos e diretores de áudio, com situações fictícias – que não por isso quer dizer que sejam de mentira – vividas pelo protagonista Pablo Giorgio (que interpreta ele mesmo). Há também a fala de ex-platores que ditam as agruras sofridas por quem exerce essa profissão.

Platô! é um curta que fala sobre um lado não muito conhecido do cinema, e trás isso para uma linguagem e entendimento acessíveis, utilizando a comédia. Há também uma forte carga metalinguística. É um filme que fala de outros filmes, e ao mesmo tempo é real e ficcional, demonstrando como esse profissional é imprescindível para a realização de um filme. 

“O cinema paraibano sempre se destacou pelo seu viés antropológico através da sua narrativa documental. No entanto, nesta última década, novas formas de narrativas e novas linguagens alçam o audiovisual paraibano para uma singular forma de olhar. Com temáticas de gênero, cultura popular, realismo fantástico, história e memória, e inquietudes do ser. A ‘Mostra Ôxe! de Cinema Paraibano’ apresenta um olhar da Paraíba pelos paraibanos e suas nuances.”, destaca Kleyton.

Assessoria de comunicação FIM
Contato: (96) 98106-5536 / (96) 98115-0976 / (96) 98118-3510 

Mais de 300 filmes serão exibidos em festival audiovisual no Amapá

Por Fabiana Figueiredo, do G1 Amapá

Mais de 300 filmes serão exibidos no 11º Festival Imagem-Movimento (FIM), em Macapá. Os vídeos foram enviados por produtores de todo o país até o mês de setembro, quando encerraram as inscrições dos materiais audiovisuais para exibição na edição 2014 do evento. O FIM vai exibir parte das produções no período de 1 a 7 de dezembro. Os demais trabalhos serão apresentados ao público em Mostras em Movimento, desenvolvidas durante o ano inteiro. Na programação de dezembro, constam ofertas de cursos, debates e festas.

A programação do 11º FIM foi lançada na terça-feira (28), na ocasião do Dia Internacional da Animação, no Museu Sacaca. As atividades vão acontecer na Biblioteca Pública Elcy Lacerda, na Praça Veiga Cabral, na Baixada Pará, no Centro de Difusão Cultural Azevedo Picanço, no Museu Fortaleza de São José de Macapá e no Espaço Caos Arte e Cultura.

Em 2014, dois cursos serão oferecidos gratuitamente para os admiradores do audiovisual: “Produção de Cinema Independente: Execuções e Interações” e “Dramaturgia, poética e técnica do som para audiovisual”. Eles serão realizados no fim de novembro, para que o público possa participar das mostras de filmes. Nos anos anteriores, os cursos eram ministrados simultaneamente à exibição das produções.

Os produtores do festival informaram que foram inscritos 374 filmes no FIM. Somente parte deles será apresentada durante a programação do fim de ano. Como é um festival permanente, com atividades durante o ano inteiro, a organização informou que os demais vídeos serão exibidos a partir de janeiro de 2015 nas Mostras em Movimento, que fazem parte do calendário do FIM.

A organização informou que o 11º FIM registrou recorde de inscrições de trabalhos.

Confira a programação:

Dia: 22 de novembro
Mostra Cinema Paraibano
(Recorte da produção contemporânea do cinema paraibano)
Hora: das 19h às 21h
Local: Biblioteca Pública Elcy Lacerda

Dias: de 24 a 27 de novembro
Curso “Produção de Cinema Independente: Execuções e Interações”
(Modelos de produção audiovisual independente de baixo orçamento – ministrado por Kleyton Canuto)
Investimento: R$ 30
Hora: das 15h às 18h
Local: Biblioteca Pública Elcy Lacerda

Dias: de 24 a 28 de novembro
Curso “Dramaturgia, poética e técnica do som para audiovisual”
(Importância do som na narrativa audiovisual. Prática com equipamentos profissionais – ministrado por Aron Miranda e Renato Vallone)
Investimento: R$ 30
Hora: das 19h às 21h
Local: Biblioteca Pública Elcy Lacerda

Dia: 1 de dezembro
Mostra de Abertura Oficial do 11º FIM
(Exibição de vídeos inscritos, participação do contador de histórias Joca Boboca e atrações musicais)
Hora: 19h
Local: Praça Veiga Cabral

Dia: 2 de dezembro
Mostra em Movimento
(Exibição de vídeos inscritos, a céu aberto)
Hora: 18h30 às 20h30
Local: Baixada Pará

Dia: 3 de dezembro
Mostra Miscelânia
(Exibição de vídeos de diversas estéticas, formatos e gêneros brasileiros)
Hora: 19h
Local: Centro de Difusão Cultural Azevedo Picanço

Dia: 4 de dezembro
Mostra Apocalipse
(Exibição de vídeos impróprios para menores de 16 anos, com cenas destinadas ao público adulto)
Hora: 19h
Local: Centro de Difusão Cultural Azevedo Picanço
Classificação Indicativa: 16 anos

Dia: 5 de dezembro
Mostra Memorabilia
(Exibição de vídeos da produção audiovisual documental brasileira)
Hora: 19h
Local: Centro de Difusão Cultural Azevedo Picanço

Dia: 6 de dezembro
Piquenique, Mostra na Muralha e Roda de Conversa
(Fim de tarde com atrações musicais, mostra de cinema em tela gigante e roda de conversa com convidados do FIM)
Hora: 17h
Local: Museu Fortaleza de São José de Macapá

Dia: 7 de dezembro
Mostra Mousikê e Festa de encerramento do 11º FIM
(Atrações musicais, intervenções artísticas e mostra de videoclipes)
Hora: 18h
Local: Espaço Caos Arte e Cultura

No Amapá, juiz protesta contra corrupção no meio de avenida (via @g1ap)

Por Cassio Albuquerque
O juiz Reginaldo Andrade realizou um ato solitário no meio da Avenida Fab, contra a corrupção na manhã deste sábado (15). A manifestação em uma das vias mais movimentadas do Centro de Macapá, foi uma forma de chamar a atenção da sociedade e lembrar os desafios que o país ainda enfrenta nestes 125 anos da Proclamação da República, comemorado no dia 15 de novembro.

Entre carros, ônibus e motocicletas, o magistrado montou uma espécie de gabinete na via, que fica em frente ao Fórum da capital e discursou sobre os escândalos políticos envolvendo o governo estadual e federal.

Para ele o ato não se trata de uma manifestação ou protesto e sim de uma ação afirmativa para lembrar a sociedade que a República é aquilo que é público, a “coisa pública” da qual denominou.

“O único poder que foi mantido para proteger a coisa pública foi o judiciário. Estamos banhados de escândalos que são descobertos diariamente pela Polícia Federal e Ministério Público, onde muitos deles são de conhecimento do governo. Muitos podem achar que o judiciário calou-se diante disso, mas pelo contrário, nós fazemos apenas o que o povo pede para a gente fazer através de uma petição dentro de um processo legal. O povo teve a oportunidade de fazer o julgamento sem recurso dos corruptos nos dias 2 e 26 de outubro [eleições gerais 2014], mas o que muitos fizeram foi reeleger essas pessoas“, alertou.

A ação do juiz teve apoio da procuradora-geral de justiça Ivana Cei, que reforçou o poder de decisão da população para reverter a crise política no estado e no país.

“Infelizmente no Brasil está ocorrendo a massificação da corrupção. Isso é muito triste e significa que se o povo não brigar, ele estará dizendo sim para o representante dele roubar e fazer o que quiser com a coisa pública”, explicou.

O ato chamou a atenção de curiosos que passavam pela Avenida FAB. A estudante Joyce Silva, disse que muitos não lembram a importância da Proclamação da República.

“Tem muita gente que nem lembra da data, só sabe que hoje é feriado. Então a gente deve ter consciência dos nossos direitos e lutar por um país melhor”, concluiu a estudante.

Fonte: G1 Amapá

Secult lança banco de dados para cadastro e informações de agentes culturais

A Secretaria de Estado da Cultura (Secult) lança nesta sexta-feira, 14, o Sistema de Cadastramento de Artista, que tem como finalidade organizar em um banco de dados as informações dos agentes culturais dos mais diferentes segmentos. A ferramenta também dará acesso às informações sobre projetos, programações e processos em andamento na Secretaria. 
Este cadastro é um marco na forma de fazer gestão na cultura do Amapá, proporcionando comodidade, agilidade, acesso e transparência. Ou seja, um verdadeiro mapa da cultura e agentes, produtores e fazedores de cultura, onde artistas poderão anexar informações sobre suas obras e criações, que estarão à disposição não somente da gestão, mas também de outros agentes produtores no âmbito público ou privado, garantindo aos artistas uma maior inserção no mercado Cultural amapaense.
O lançamento do Sistema de Cadastro será às 15h, na Biblioteca Pública Elcy Lacerda.

Mais informações: (96) 99162-4707 (Jerfferson Costa – Secult)

Reserva Biológica do Lago Piratuba é alvo de incêndios, no Amapá

Por Paula Monteiro, do Portal Amazônia
A Reserva Biológica do Lago Piratuba, localizada no extremo Leste do Amapá, apresentou na última semana vários focos de incêndios em imagens de satélite monitoradas pelo Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, Prevfogo do Amapá. Brigadistas e equipes do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela unidade de conservação,  aguardam o apoio de um helicóptero  para sobrevoar a área e, assim, dimensionar as causas e os estragos do incêndio, a partir desta terça-feira (11).

A Reserva é considerada berço ecológico por ambientalistas, pois abriga diversas espécies de peixes, tartarugas e aves migratórias. Uma equipe de 28 pessoas do ICMBio já está na Reserva. A área vai receber mais 21 brigadistas do Prevfogo do Amapá para combater o incêndio. “Não temos muitas informações sobre a situação do incêndio, pois precisamos primeiro sobrevoar a reserva. Só depois disso poderemos avaliar as causas e proporções do fogo. Caso seja necessário, enviaremos mais brigadistas para dar apoio na ação”, informou o técnico da Prevfogo do Amapá, Leozildo Benjamin.

O biólogo do ICMBio e um dos chefes da Rebio Lago Piratuba, Eduardo Marques, afirmou que apesar de ainda não saber as causas do incêndio que atinge a área, disse que é comum o incêndio ter causa criminosa em reservas ambientais, pois a  deficiência de fiscalização permite a atuação de pescadores e agricultores ilegais que utilizam os incêndios para entrar no local e descampar o terreno. “Um incêndio de causas naturais não é comum no cerrado amapaense. A falta de fiscalização eficaz propicia a entrada ilegal na área e facilita os incêndios”, disse.

Em 2012, um incêndio criminoso de grande proporção, com mais de 50 focos, atingiu a Reserva Biológica do Lago Piratuba e destruiu 25 mil hectares da área, correspondente a 8% da Reserva que possui fauna e flora exploradas por pescadores clandestinos. Em 2013, a reserva não apresentou nenhum incêndio considerável.

A Reserva Biológica do Lago Piratuba existe desde 1980 e tem 357 mil hectares de extensão, integrando o Corredor de Biodiversidade do Amapá – correspondente a 72% da área do Estado que é considerado o mais preservado do País.

Crime ambiental

O Direito Ambiental diz que causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua localização, implica em pena – reclusão, de um a cinco anos.

A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de Conservação será considerada circunstância agravante para a fixação da pena. Se o crime for culposo, não há intenção de provocá-lo, a pena será reduzida à metade. Mas se o crime for culposo, quando há intenção, a pena é de detenção de seis meses a um ano e multa. “As causas do incêndio serão investigadas posteriormente por peritos especializados no assunto e pedidas pelo ICMBio”, finalizou Benjamin.

Festival de cinema oferece cursos de audiovisual, em Macapá

Por Paula Monteiro, do Portal Amazônia
O Festival Imagem-Movimento (FIM) de 2014 alcançou 374 filmes inscritos em sua 11º edição e, além de exibir produções, também vai oferecer cursos sobre produção e narrativa da sétima arte, na capital. O curso ‘Produção de Cinema Independente: Execuções e Interações’ será realizado de 24 a 27 de novembro e o curso ‘Dramaturgia, poética e técnica do som para audiovisual’ acontecerá no período de 24 a 28 do mesmo mês. Serão disponibilizadas 20 vagas para cada curso.

O FIM
Os cinéfilos de plantão terão um “prato cheio” para curtir o melhor do cinema, na capital. O Festival Imagem-Movimento (FIM) de 2014 alcançou 374 filmes inscritos em sua 11º edição. O evento contará, ainda, com cursos, palestras, debates e a famosa mostra na muralha da Fortaleza de São José de Macapá, em frente ao rio Amazonas. O evento acontece de 1º de dezembro a 7 de dezembro.
A primeira atividade do festival acontecerá às 19h do dia 28 de outubro, data em que acontece em todas as capitais do Brasil, a mostra Dia Internacional da Animação (Dia). Em Macapá, o evento acontecerá no Museu Sacaca, que assina a realização da mostra local junto com o Fim. Na ocasião, o festival lançará sua programação completa com locais, horários e datas de todas as atividades, incluindo o prazo para inscrição nos cursos.
Os dois cursos programados para este ano são: “Produção de Cinema Independente: Execuções e Interações” e “Dramaturgia, poética e técnica do som para audiovisual”. Eles serão realizados na semana anterior ao festival para que o público possa participar tanto dos cursos quanto das mostras, pois a programação deste ano não terá atividades simultâneas.

Macapá sedia encontro de filosofia na Amazônia

Por Paula Monteiro, do Portal Amazônia

O ensino da filosofia no ambiente amazônico será um dos temas do ‘II Encontro Amapaense de Filosofia: Filosofia com a Amazônia’, que ocorrerá no período de 16 a 18 de dezembro, no campus II da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), na capital. O evento é uma organização do colegiado de Filosofia e estudantes do curso e este ano incluirá a submissão de trabalhos científicos. A inscrições seguem até a próxima terça-feira (11) pelo blog encontroamapaensedefilosofia.blogspot.com.br

O evento tem por objetivo abrir um espaço de diálogo e debate que colabore na qualificação da prática do filosofar e do ensino da filosofia no âmbito da Amazônia, contribuindo para a formação dos futuros professores e profissionais da área.

Uma das atrações é a presença do pesquisador Paulo Margutti Pinto, doutor em Filosofia pela Universidade de Edinburgh e referência em estudos sobre filosofia brasileira. Foi professor titular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e dedicou-se aos estudos nas áreas de lógica, filosofia da linguagem e filosofia no Brasil.

A programação constará com palestras, mesas-redondas, minicursos, apresentações de comunicações e atividades culturais. No encerramento, haverá o Café Filosófico “Políticas Públicas para a Amazônia”, na Casa Fora do Eixo.

Um Bando de Sonhos e Ideias para o Turismo

Por Fernando Canto

Muito se tem falado a respeito dos novos caminhos para o turismo amapaense, de situações que possam favorecer o desenvolvimento da atividade por meio de novos insumos e capital investido pelos setores público e privado. Porém, é bom lembrar que esse processo de desenvolvimento ganha mais impulso quando se investe em atividades paralelas e úteis para a sua aceleração. O que será de uma cidade se seus administradores não se preocuparem com o seu funcionamento e embelezamento, com o seu asfaltamento e trânsito? 


Ora, sabe-se que Macapá é proporcionalmente uma das cidades mais violentas do país em relação ao trânsito; que a chuva a fustiga com austeridade grande parte do ano; que ela cresce desproporcional e irregularmente por causa da alta migração, das invasões e de leis limitadoras, e que precisa haver conscientização da população sobre as leis urbanas, a questão do lixo e, sobretudo de praticar ações para impedir o alastramento de doenças como o dengue e a malária.


Ao conversar com profissionais e amigos que atuam no setor turístico surge sempre a preocupação com o descaso de quem administra certas áreas a ele ligadas, seja à esfera estadual ou municipal. A falta de compromisso e de amor à terra são coisas sempre citadas. Não posso afirmar que isso possa contribuir com a retenção do crescimento, mas faz tempo que escuto essa conversa. Na realidade, a atividade turística requer mesmo é de criatividade e de novos projetos de impacto, que venham possibilitar novos investimentos


Mas é importante acreditar que para desenvolver o turismo deve-se promover um padrão de desenvolvimento humano e uma cultura da vida e das relações sociais integrais, pois o turismo, assim como a cultura, deve ser olhado como uma cadeia de sustentabilidade, e jamais dissociada da práxis democrática, porque é parte da mesma realidade. Daí a necessidade de produzir a diversidade de criação e pensamento e de respeitar novas idéias.

Muitas vezes temos ideias e não as tornamos públicas porque ou elas são grandes demais e achamos impossível de realizá-las ou porque não temos relações políticas que possam permitir executá-las no futuro. Se essas ideias forem transformadoras é necessário mostrá-las, principalmente se forem para beneficiar a população.


Muita coisa mudou no turismo amapaense. E há muito ainda a mudar. Por aqui nós vamos sonhando, abstraindo nossas utopias nos encontros e reencontros pela cidade. E pensamos e questionamos nessas conversas. Por que não construir um “Mirante Equinocial” no fim da Avenida Equatorial, na beira do Rio Amazonas com um píer para lanchas de passeio? E um “Mercado de Frutas Regional” e de produtos derivados, na capital, já que há tanto festival pelo interior do Estado? E um “Rally das Águas” com porfia de lanchas e de montarias regionais a remo sobre as ondas da baía de Macapá, aos domingos de maré cheia? Pensamos que se devem colocar novos desenhos e mais emoção regional na confecção do artesanato nessa constante busca de uma identidade amapaense; procurar novas formas e novas matérias-primas artesanais; pesquisar novos objetos e debater sobre o souvenir e o mercado e estudar perspectivas e políticas de comércio desses produtos. 


De uma hora para outra as ideias surgem e todo mundo viaja no seu sonho. Por que não fazer réplicas, livros ilustrados, filmes e canções do/sobre o dendrobata, espécie de sapo que mordeu o cientista Ruschi na Serra do Navio? Pensar em arte ao construir um “Parque de Esculturas” na orla da cidade, sempre reverenciando o rio Amazonas; montar “trilhas ecológicas no Curiaú e Curralinho” e os “Bailes da Lua Cheia”. Instituir o “Prêmio Anual de Turismo”, fazer voos panorâmicos sobre a floresta e o rio; incentivar a implantação de “restaurantes aquáticos”; promover cursos de graduação sobre Gestão de Turismo e Hotelaria na Universidade Estadual; realizar festival de esportes radicais como pára-quedismo na Base Aérea do Amapá e competições de windsurf no trecho Macapá-Fazendinha; montar um “Museu do Estuário Amazônico”; trabalhar uma iluminação submersa ao longo do Amazonas; incentivar campanhas populares do tipo “Plante uma flor no seu jardim” e projetos para adolescentes ambientalistas como camping para “Amanhecer no Cerrado”, por exemplo. 

São muitas as idéias que podem se tornar projetos lucrativos e referenciais turísticos do nosso Estado. Mas não basta só inventar, deve-se continuar inventando e cavando a possibilidade de realizar. Depois disso seria importante pensar num poético banco de sonhos, de projetos e de idéias que tivesse a contribuição de todos os cidadãos que pensam um futuro mais digno para o Amapá. Isso faria a diferença.

Patricia Bastos e Zulusa: a essência das raízes do Amapá num disco “muito moderno”

Se o Brasil fosse gente, o Amapá era a sua cabeça. No meio do extremo norte do país, tendo mais à esquerda Roraima e abaixo, de “ombro a ombro” o Amazonas, o Pará, o Maranhão, o Piauí, o Ceará e o Rio Grande do Norte.

E por cima outros países de culturas distintas: a Guiana Francesa e o Suriname. Pois é do Amapá que nos chegam uma voz e um disco premiados este ano: melhor cantora regional e melhor álbum regional no 25.º Prémio da Música Brasileira 2014. Falamos de Patricia Bastos e de Zuluza, o seu quinto disco, em estreia absoluta no Misty Fest, esta quinta-feira no CCB, em Lisboa, pelas 21h.

Nascida em Macapá, capital do Amapá, a 18 de Abril de 1970, Patricia Bastos diz que sempre viveu cantarolando. “Acho que desde a barriga da minha mãe, que é também cantora [Oneide Bastos, com 37 anos de carreira e vários discos gravados]. O meu pai era músico, tocava percussão, e a gente vivia nesse ambiente musical. Os meus irmãos já cantavam, já tocavam e quando o meu pai trazia músicos para acompanhar a minha mãe a gente ficava por ali e ela já me chamava para cantar para cantar a minha música.”

A música chegava também através da rádio e da televisão. “Chegavam as da fronteira, da Guiana Francesa, o cacicó, o zouk. Ouvíamos também música portuguesa e, através dos LP que o meu pai comprava, vinham as novidades. Na época era o samba, o choro, as serestas.” Ora se aos 5 anos Patricia já cantava com acerto, aos 9 já integrava um grupo que actuava em festivais e aos 18 já cantava profissionalmente, na banda Brindes. Depois fez violão e voz, em bares, e finalmente gravou um disco em Belo Horizonte. Mas não a satisfez plenamente, era ainda uma mescla de pop e música regional. Só mais tarde, quando foi até São Paulo, começou realmente a trabalhar a música como queria.

“Uma cultura viva”

Em São Paulo conheceu, através de uma fita gravada, Ná Ozetti. E teve curiosidade em saber quem teria feito “aqueles arranjos lindos”. Foi assim que conheceu o irmão da cantora, Dante Ozetti, que agora produziu (com Du Moreira) o seu disco Zulusa, título que mistura zulus e lusitanos que, junto com os índios, estão na origem dos amapaenses. Patricia fez muita pesquisa e, desta vez, pôde incluir os sons mais genuínos da sua terra natal. Sons que tiveram, aqui e ali, acrescentos electrónicos que não os minimizam, pelo contrário. “É uma cultura viva”, diz Dante Ozetti. “Agora transformá-la em canções actuais levou-nos a vários compositores: o Joãozinho Gomes, o Enrico Di Miceli, que sempre fazem um marabaixo, um batuque, ou Amadeu Cavalcante.” Mais há mais, entre os compositores presentes, alguns já bem conhecidos do público português, como Vitor Ramil, Guinga, Celso Viáfora ou Luiz Tatit, além do próprio Dante Ozetti.

O disco”, diz Dante, “nasceu de um desejo de fazer um trabalho em cima das raízes da Patricia, das suas influências. Então foram seleccionados logo os ritmos marabaixo e batuque. O que havia mais? O cacicó, o zouk, de influência da Guiana Francesa…” “Ou a cúmbia”, acrescenta Patrícia. “A música Zuluza foi a primeira a ser feita e balizou o disco como um todo”, diz Dante. “Como não havia ainda um batuque, resolvi compor um em cima das inflexões rítmicas do batuque e o Joãozinho faz a letra em linguagem de corruptela. E fala dos instrumentos-base do batuque: o amassador e o dobrador.”

“Este é o disco que eu realmente queria”, diz Patrícia. “Estou muito feliz com este trabalho, porque além de ser um disco muito moderno, ele traz a essência da minha terra, das minhas raízes. Os prémios mostram que a gente está no caminho certo.”

Cantora amapaense Patrícia Bastos vai se apresentar em Portugal

Por Fabiana Figueiredo, do G1 Amapá

A cantora amapaense Patrícia Bastos está em turnê na Europa, se apresentando em três cidades de Portugal. Dois shows fazem parte de um festival e um será em uma casa de shows brasileira. As apresentações com músicas do CD ‘Zulusa’ vão acontecer entre os dias 6 e 8 de novembro, em Lisboa, Coimbra e Espinho. O convite aconteceu no mesmo ano em que a artista ganhou duas vezes no 25º Prêmio da Música Brasileira.

Segundo Patrícia Bastos, o convite para as apresentações surgiu antes do esperado. “O convite apareceu depois da divulgação feita depois do prêmio que recebi. Um produtor ouviu meu trabalho e decidimos assinar o contrato com ele em 2015, mas tivemos a oportunidade de já iniciar os trabalhos antes”, comentou a cantora.

O trabalho amapaense e a cantora foram premiados em maio de 2014, no 25º Prêmio da Música Brasileira, como melhores disco regional e cantora regional, respectivamente. Para a amapaense, a premiação deu visibilidade à cultura do Amapá. A artista já se apresenta pelo sudeste e norte do país e agora vai se apresentar internacionalmente.

Zulusa

Patrícia lançou “Zulusa” em 2013, após um ano de pesquisas e gravações. “Apesar de ter um pouco de música eletrônica, é um CD para o mundo, mas que tem a essência amapaense. É uma mistura do batuque e do marabaixo e que desperta curiosidade em quem não conhece esse som”, disse. Os ritmos cacicó, cúmbia e zoulk também compõem o disco.

O nome foi neologismo criado pelos compositores Celso Viáfra e Joãozinho Gomes, significando “zulus”, do povo negro, “lusitanos”, do povo português, que somado ao índio, é a origem ancestral dos amapaenses.

Ela acredita que o disco “vai durar por muito tempo por ter esse apelo tradicional, e ser a nova música popular brasileira”. O produto é composto de 14 canções de compositores do Amapá, Pará e São Paulo, e contou com a parceria do produtor musical Dante Ozzetti.

As canções “U Amassu I U Dubrasú”, baseada na linguagem ribeirinha, e “Incantu”, baseada na língua indígena, são as que mais fazem sucesso nos shows da cantora. “Zulusa” é o quinto CD de Patrícia Bastos.

Patrícia Bastos

Formada em administração, a macapaense começou a se dedicar à música aos 18 anos, quando entrou para a Banda Brinds. Filha do educador Sena Bastos e da cantora Oneide Bastos, Patrícia cresceu rodeada de músicos que fazem parte da história do Amapá.

Acho que todo mundo tem uma missão e eu tenho essa de divulgar a cultura do nosso estado. Antes eu via muito preconceito por sermos índios, mas nós temos essa mistura que deu tão certo. Temos muitas coisas bonitas para se falar daqui e eu quero divulgar esse outro Brasil que o país não conhece. É o meu desafio maior“, comentou a cantora.

Na década de 90, Patrícia começou a carreira solo, cantando em bares de Macapá. Depois começou a participar de festivais editais do governo federal para realizar shows pelo país. Patrícia Bastos já gravou cinco discos voltados para a música regional.

Shows em Portugal

Dia: 6 de novembro
Local: Centro Cultural Belém (Lisboa) – Misty Fest 2014
Dia: 7 de novembro
Local: Salão Brazil (Coimbra)
Dia: 8 de novembro
Local: Auditório da Academia de Música (Espinho) – Misty Fest 2014

Arte indígena da etnia Wajãpi, do Amapá, estampa selo dos Correios

Por Paula Monteiro, do Portal Amazônia

A partir de novembro deste ano, a Arte Kusiwa da população indígena Wajãpi, do Amapá, vai estampar selos dos Correios. O lançamento do ‘Selo Postal Arte Indígena Kusiwa Wajãpi’ aconteceu na última segunda-feira (3), na sede do Iphan, em Brasília, e também apresentado na Fortaleza de São José de Macapá, na capital. O selo ficará em circulação até 31 de dezembro de 2017.

A estampa para o selo postal foi proposta pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e eleita pela Comissão Filatélica Nacional (CFN) em reunião realizada no mês de julho de 2013, para compor o Programa Anual de Selos Comemorativos e Especiais de 2014. Os Wajãpi concordaram com a proposta e foram os responsáveis pela escolha da arte. “O selo é uma forma de valorizar e divulgar a cultura indígena do Amapá para o Brasil, já que ele circulará nas cartas e objetos que passarem pelos Correios”, explicou o assessor técnico dos Correios no Amapá, Benedito Vieira.

Os Wajãpi do Amapá constituem um grupo remanescente de um povo que já foi muito mais numeroso, subdividido em vários grupos independentes e que a população total foi estimada em cerca de seis mil pessoas no começo do século XIX.

A etnia tem origem em um complexo cultural maior, de tradição e língua tupi-guarani, hoje representado por diversos povos, distribuídos entre vários estados do Brasil e países adjacentes. Até o século XVII, os Wajãpi viviam ao sul do rio Amazonas, numa região próxima da área até hoje ocupada pelos Asurini, Araweté e outros, todos falantes de variantes dessa mesma família linguística.

A Terra onde vivem os Wajãpi, no Amapá, foi demarcada e homologada em 1996, e é uma área muito preservada, onde vivem cerca de 1,1 mil indígenas, em 48 aldeias.

A arte nas tribos

A Arte Kusiwa está vinculada à organização social, com uso adequado da terra indígena e o conhecimento tradicional. Os indígenas usam composições de padrões kusiwa nas costas, outros na face, outros nos braços. A pintura é cotidiana.

Os grafismos também podem ter como suporte cestos, cuias, tecelagem, bordunas e objetos de madeira. Os padrões Kusiwa representam animais, partes do corpo ou objetos e estão carregados de significados e simbolismo. Constituem um sistema de comunicação e uma linguagem gráfica que remete à cosmologia e visão de mundo dos Wajãpi. Para a elaboração das tintas, são utilizadas sementes de urucum, gordura de macaco, suco de jenipapo e resinas perfumadas.

Através dos séculos, os Wajãpi desenvolveram uma linguagem única, formada por componentes gráficos e orais, que reflete sua visão de mundo e constitui um conhecimento específico sobre a vida em comunidade. A Arte Kusiwa faz também referência à criação da humanidade e a diversos mitos Wajãpi.

Os múltiplos significados nos níveis sociológico, cultural, estético, religioso e metafísico indicam que a importância da Arte Kusiwa extrapola o seu lugar de arte gráfica e, efetivamente, engloba o vasto e complexo sistema que envolve sua maneira específica de compreender, perceber e interagir com o universo.

A Arte Kusiwa

Pintura Corporal e Arte Gráfica Wajãpi foi inscrita no Livro de Registro das Formas de Expressão, em 20 de dezembro de 2002, como Patrimônio Cultural do Brasil. No ano seguinte, recebeu da Unesco o título de Obra-prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade.

Artistas do Amapá descortinam a Amazônia

Nesta sexta-feira, 07, o Instituto de Poéticas Visuais da Amazônia (Imazônia) fará sua primeira exposição como grupo consolidado juridicamente. A abertura da exposição denominada “Fragmentos da Amazônia”, é baseada na Ecoarte, que utiliza materiais alternativos (industrializados ou naturais) como sucatas e outros resíduos descartáveis. O evento, que ressalta a preocupação ecológica e suas consequências sociais, acontece às 19 horas na Galeria Antônio Munhoz Lopes, no Sesc Araxá.

O grupo foi formado pelos ex-professores da Escola de Artes Cândido Portinari Isaias Brito, Josué Rodrigues, Ronne Dias, Roque Brandão e Adalto Pinheiro, que sem formação acadêmica acabaram perdendo o emprego pela necessidade de diploma exigido para ministrar as aulas. “E como nos vimos sem um espaço que garantisse as nossas pesquisas históricas e técnicas, tivemos que buscar outros meios de sobrevivência sem deixar de lado a criação artística que trazemos. Assim surgiu o nosso grupo de forma independente”, contou Isaias Brito, um dos fundadores do Imazônia.

Nascia assim no dia 16 de outubro de 2010 o grupo Imazônia, que faz alusão às imagens da Amazônia criadas pelos artistas que baseiam suas obras nas paisagens e traços das florestas e do Amapá histórico. “Logo vimos que o grupo poderia vingar. Então começamos uma nova etapa. Passamos a ministrar aulas para pessoas interessadas, garantindo assim a disseminação das técnicas e o crescimento do nosso grupo, que hoje conta com 20 artistas. Todos têm participação nessa exposição”, acrescentou Isaias.

Para o grupo a realização dessa exposição é um marco na história do Imazônia, que pela primeira vez vai expor como um grupo consolidado juridicamente. “Durante anos tivemos de buscar espaços alternativos para expor nossas obras, que vão desde imagens históricas de Macapá até o retrato da natureza amazônica. Hoje temos respaldo jurídico para buscarmos editais locais e nacionais e assim podermos levar nosso trabalho para fora do Estado”, concluiu o artista.

Pesquisadora do AP lança livro sobre relação jurídica e cultural do Curiaú

Por Fabiana Figueiredo, do G1 Amapá
Uma pesquisa sobre o convívio das pessoas e dos espaços de Macapá com a Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Curiaú foi publicada e transformada em livro. A obra “APA do Rio Curiaú e a cidade de Macapá: relações sociais, jurídicas e ambientais” será lançada e disponibilizada para o público nesta quarta-feira (5). A noite de autógrafos será com a autora da obra, a pesquisadora Eliane Cantuária, que fez o estudo para a dissertação de mestrado em direito ambiental e políticas públicas em 2011.

De acordo com a Eliane, a proposta é que o livro ajude a sociedade a conhecer mais sobre o lugar em que vive. “Nesse estudo busco mostrar a importância da preservação da APA para a cidade. Penso que a gente só defende o que conhece. Então, o conhecimento da influência social, ambiental, cultural, econômica e especialmente jurídica é necessário para que a gente possa lutar para proteger esta terra”, explicou.

A escritora aborda no livro questões territoriais administradas pelo poder público e pelos moradores desde a criação da APA. Ela também fala do respeito com as comunidades quilombolas e ribeirinhas que integram a área, também cita a influência das mudanças na cidade urbana sobre o cotidiano das comunidades dessa região, seja ambientais e de moradia.

A APA do Rio Curiaú, localizada a 8 quilômetros ao Norte de Macapá, abrange vários núcleos populacionais, como as comunidades quilombolas Curiaú e Curralinho, além de comunidades ribeirinhas de difícil acesso. A área foi protegida para a preservação dos recursos naturais e ambientais da região.

“Além de eu ser moradora da Zona Norte [de Macapá] e ter descendência negra, me encanta aquela paisagem ainda inexplorada. Descobri que dentro da Universidade Federal do Amapá há muitas pesquisas sobre a biologia e a antropologia da região, mas não tinha nenhum estudo jurídico da APA”, comentou a autora.

Eliane Cantuária tem 43 anos, é amapaense, formada em publicidade, jornalismo e direito, e mestre em direito ambiental e políticas públicas pela Universidade Federal do Amapá (Unifap).

O livro “APA do Rio Curiaú e a cidade de Macapá: relações sociais, jurídicas e ambientais” foi publicado em 2014 pela editora da Unifap. A obra será lançada em uma noite de autógrafos com a autora nesta quarta-feira (5), às 21h, durante a programação do VI Seminário de Direito Ambiental e Políticas Publicas do Amapá, no Plenário do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP). A obra será vendida ao preço de R$ 10 e será disponibilizada em livrarias de Macapá e na sede da editora, localizada na Unifap.