Projeto fomenta cultura do marabaixo e batuque, no Amapá

Por Paula Monteiro, do Portal Amazônia

O marabaixo é uma das heranças culturais deixadas pelos escravos que chegavam ao Amapá nos navios negreiros da África. A manifestação reúne dança, música e cortejo que resultam em uma riqueza sonora e visual que pulsa nas veias das comunidades quilombolas do Estado, assim como o batuque. A força da tradição deu origem ao projeto ‘Banzeiro do Brilho-de-Fogo’ que vai dar a oportunidade de pessoas de todas as idades a criar os instrumentos de batuque e marabaixo, como tocá-los e confeccionar adereços relativos à expressão histórica.

O projeto ‘Banzeiro do Brilho-de-Fogo’ será dividido em etapas. A primeira delas corresponde às oficinas que acontecem nos meses de maio e de junho deste ano, aos sábados e domingos, no Centro Cultural Raízes do Bolão no Curiaú (a oito quilômetros da capital). As aulas serão gratuitas e ministradas por músicos e artesãos reconhecidos na cultura popular do segmento. “A ideia é aproximar a população amapaense da sua própria história. As oficinas são abertas para o público em geral, sem distinção. Nossa expectativa é capacitar 150 músicos, além de alcançar outros distritos da capital”, informou o diretor musical do projeto, Alan Gomes.

O instrutor Paulo Bolão, de 53 anos, faz parte do grupo que ensinará os segredos do marabaixo e do batuque nas oficinas. Desde os sete anos, ‘Bolão’ respira a cultura afrodescendente. Apesar do samba ter entrado em sua vida (ele chegou a ser diretor da escola de samba Boêmios do Laguinho), é no marabaixo que se sente mais ‘vivo’. O instrutor também integra o ‘Grupo Raízes do Bolão’, que representou o Amapá na edição 2013 do ‘Sonora Brasil’; projeto nacional que realiza intercâmbio cultural com grupos tradicionais de música popular de diferentes regiões do país. “Devemos lutar por nossa cultura e jamais perder a nossa identidade”, disse.

O jovem Diego Bolão, de 18 anos, é um bom exemplo da força do marabaixo e do batuque que transcende gerações. De aprendiz a professor, ele também será um dos instrutores do ‘Banzeiro do Brilho-de-Fogo’. Ainda pequeno, aos cinco anos de vida, ele já ensaiava os primeiros passos na música e arriscava tocar as ‘caixas de marabaixo’; instrumento de percussão. “Eu tentava copiar meu pai, tios e avô. Hoje, sei tocar todos os instrumentos de percussão e ensino nas escolas e nas comunidades envolvidas com a manifestação”, disse orgulhoso.

Na segunda etapa do projeto, as oficinas acontecerão nos meses de agosto e setembro deste ano, também aos fins de semana. A etapa seguinte corresponde aos ensaios fechados para pôr em prática o aprendizado e praticar nos ensaios abertos, onde os músicos irão percorrer as principais ruas da capital em grandes apresentações. Os ensaios abertos serão, ainda, intercalados com shows musicais de artistas regionais. O percurso e as datas serão definidos pela coordenação do projeto.

Sobre as oficinas

As oficinas estão abertas para quem quiser aprender a tocar e fabricar instrumentos musicais do marabaixo e batuque e fazer artesanato dos acessórios relacionados à manifestação cultural. As oficinas são gratuitas e acontecem aos fins de semana pela manhã. As inscrições serão realizadas no Centro Cultural Raízes do Bolão no Curiaú. Serão ofertadas 150 vagas, ao todo.

Instrumentos ecologicamente corretos

No marabaixo e batuque as músicas são reproduzidas a partir de tambores e outros instrumentos feitos com madeira. Para as oficinas, os instrumentos como ‘caixas de marabaixo’ e tambores, serão confeccionados a partir de caixotes usados para transportar alimentos encontrados normalmente em feiras e supermercados. O alumínio, necessário em alguns equipamentos, será reutilizado a partir de latões de tinta, por exemplo. Quem quiser fazer doações desses materiais, basta ir até o Centro Cultural Raízes do Bolão, no Curiaú.

Como surgiu a ideia do projeto ‘Banzeiro do Brilho de Fogo’?

Inspirado no ‘Arraial da Pavulagem’, no Pará, que leva para as ruas músicas e características regionais, como o boi e o carimbo estilizado, o ‘Banzeiro do Brilho de Fogo’ visa valorizar e divulgar a cultura do marabaixo e do batuque. O Beija-flor-brilho-de-fogo (Topaza pella), pássaro de beleza exuberante encontrado nas florestas, foi escolhido como símbolo do projeto.

Neste primeiro ano do projeto, a Prefeitura de Macapá apoia a atividade, mas a intenção é torná-lo independente nas próximas edições.

Notas para Patrícia Bastos e Zulusa

Por Yurgel Caldas

Nos últimos dias, pelo Facebook, na divulgação e campanha por conta das indicações de Patrícia Bastos/Zulusa ao 25º Prêmio da Música Brasileira, não foram poucos os comentários em prol do orgulho do notável fato artístico em detrimento do novo achincalhe que o Estado do Amapá vem sofrendo em função de reiteradas denúncias de corrupção e imoralidades várias com o dinheiro público. Pois é, pelo menos ontem o orgulho tucuju transcendeu a vergonha dos nossos representantes legisladores e suas redes de muitos tráficos. 

Ontem, no 25º Prêmio da Música Brasileira, na categoria Regional, “Zulusa” venceu o prêmio de Melhor Álbum e Patrícia Bastos o de Melhor Cantora. “Zulusa” encontrou na direção musical e nos arranjos de Dante Ozzetti seu perfeito condutor, que ainda assina a produção do trabalho juntamente com Du Moreira. Se no disco anterior (“Eu sou Caboca”), o poeta Joãozinho Gomes “batiza” a sua musa, Zulusa é a crisma da cantora. Aliás, quem o faz é o mesmo poeta, a propósito João Batista Gomes. Pois é, lembre-se que a Caboca Patrícia já havia sido indicada em duas categorias, no mesmo Prêmio da Música Brasileira, em 2010. 

O poeta-profeta que escreve o que sai da voz da musa (“Eu sou caboca/ A minha voz não caduca/ Não fica rouca/ Dá troco a quem me cutuca/ Nunca fui oca/ Trago esse mundo na cuca/ Amo a maloca”) é o mesmo que confirma: “Cafuza sim, confusa não/ Nasci do plim… duma fusão/ Cumpre-se em mim uma missão/ Zulusa assim luze paixão”. 

Ainda o mesmo Joãozinho Gomes, numa postagem logo após o anúncio dos vencedores do referido Prêmio, publicou sua placa de final de campeonato: “EU JÁ SABIA!” Covardia para quem é p(r)o(f)eta! E no vagar desse banzeiro, digo que Patrícia encontrou um time de primeira em “Zulusa”, um time que joga afinado para o gol da musa. Senão, vejamos: na sólida defesa, Trio Manari, Du Moreira, Raízes do Bolão, Paola Bastos e Paulo Bastos – basta pro nosso time não ser vazado. No meio, para ditar os ritmos do jogo: Toninho Ferragutti, Marta Ozzetti, Marcelo Pretto, Zé Pitoco, Italo Peron, Ricardo Araújo, Luiz Amato, Manoel Cordeiro, Felipe Cordeiro, Floriano e Heloisa Fernandes. Na frente, enlouquecendo as defesas adversárias: Allan Carvalho, Ronaldo Silva, Joãozinho Gomes (sim, que também joga bola e se vê em Thiago Silva em ação) – por isso é o capitão da equipe –, Celso Viáfora, Leandro Dias, Carla Cabral, Jorge Andrade, Enrico Di Miceli, Vítor Ramil, Ricardo Corona, Luiz Tatit, Júnia Vale, Val Milhomem, Amadeu Cavalcante, Guinga e Paulo César Pinheiro. Como centroavante, ela, Patrícia Bastos, com a artilharia leve e precisa, que joga em qualquer terreno, das bandas do Elesbão aos campos do Laguinho, passando pela Síria com escala no Sudão. Não posso esquecer de mencionar que o técnico só pode ser Dante Ozzetti, que, se for preciso, entra no gramado e joga em várias posições.


Patrícia Bastos venceu e causou. Agradeceu e partiu pro abraço. Pode vir Patrícia, todos os nossos abraços são seus, e que outros prêmios venham também, pois a música é o louvor da musa. Estamos aqui para aquecer sua bela voz, com muitos carinhos e um bom gole de gengibirra. Salve!

Yurgel Caldas é professor do Curso de Letras da Universidade Federal do Amapá (Unifap).

Banda Babilônia ganha projeção fora do Amapá

Com muita irreverência, estilosa e cheia de atitude, a Banda Babilônia vem construindo uma carreira sólida ao longo dos seus pouco mais de seis anos de formação. O resultado é a agenda de shows sempre preenchida, que agora ganha repercussão além Macapá. No dia 12 de junho a banda se apresentará no Hangar, em Belém (PA). O grupo foi convidado para cantar no réveillon de São Luís (MA) este ano, e no mês de abril fez o público brasiliense vibrar numa apresentação com o melhor da MPB, Bossa Nova e Flash Back.
No vocal, a camaleônica líder Taty Taylor se reinventa em incursões criativas, revestindo-se de personagens hilários, cheios de charme e cores, de acordo com a temática do show. Com esta atuação performática, aliada a qualidade musical indiscutível, a Babilônia chama atenção por onde passa, mantém uma agenda de show sempre ocupada e se divide em diferentes projetos.
O repertório é extenso, a leva vai do Flash Back (proposta original da banda), ao MPB, Bossa Nova, músicas autorais e um repertório só para crianças. Neste segmento tem um show específico para o público infantil, que renderá um álbum com canções autorais de Taty Taylor e outras já conhecidas.
A Banda Babilônia é uma das mais requisitadas para formaturas, casamentos, confraternizações, eventos em geral no Amapá. E as duas constantes: alegria e animação – são os diferenciais das apresentações. “É muito gratificante ver um trabalho levado a sério e feito com responsabilidade ganhar reconhecimento. Todos que compõem a banda gostam do que faz e por isso o resultado são shows de qualidade”, diz Taty Taylor.

Ainda este ano a banda pretende lançar o CD “E os embalos continuam…”, que reúne músicas que marcaram época, em especial a dos anos 80. Além disso, também para este ano, a banda lançará o site para os fãs acompanharem a agenda da Babilônia. São mais de 10 mil seguidores nas reges sociais e um fã clube oficial.
Com tantos projetos, Taty Taylor se prepara para realizar mais uma bela apresentação: o show acústico de duas horas, em homenagem ao Dia das Mães, com as marcantes canções do rei Roberto Carlos. Será no dia 10 (sábado), às 19h, no Amapá Garden.
Para contratar a Banda Babilônia os contatos são os números (96) 8100-2222/ 8142-3628/9125-9199, ou pelo e-mail [email protected].
Rita Torrinha – Jornalista

Coral do TJAP emociona e levanta o público no III Festival Internacional Três Fronteiras


Um espetáculo que arrancou aplausos, sorrisos e lágrimas. Uma apresentação emocionante. O Coral do Tribunal de Justiça do Amapá deu um show à parte no III Festival Internacional Três Fronteiras, realizado nas cidades de Foz do Iguaçu, Puerto Iguazú e Ciudad Del Este. 

O Coral do TJAP apresentou ao público as canções Uirapuru, Pérola Azulada, Cuando Calienta El Sol e Tricô. O grupo emocionou, encantou e levantou o público.

Na primeira noite do evento, nove Corais se apresentaram no Teatro Elias Hauagge, em Foz do Iguaçú. O Coral do Tribunal de Justiça do Amapá foi o oitavo a se apresentar.

A entrada do grupo no palco, vestido com trajes que representam o marabaixo amapaense, causou surpresa e arrancou aplausos do público.

Ao soltar a voz, o Coral mais uma vez levou à plateia ao delírio. Foi difícil segurar a emoção.

Na segunda apresentação do Coral do TJAP, no Centro de Eventos y Convenciones Del Iguazu, na Argentina, o grupo mais uma vez não deixou ninguém ficar parado.

Brasileiros, paraguaios e argentinos numa mesma sintonia. A música do Amapá contagiou.

Um dos momentos atípicos do encontro entre Corais foi a belíssima e calorosa homenagem ao Coral do TJAP, feita pelo Coral do Rio Grande do Sul.

O Coral do Tribunal de Justiça do Amapá retribuiu a homenagem e cantou a música Meu Endereço, de Zé Miguel. A confraternização de amizade foi selada com a distribuição de bombons de cupuaçu e uma mostra da gengibirra, peculiaridades da nossa terra.

Ainda durante o Festival o Coral do Rio de Janeiro reconheceu a grandiosidade do trabalho do Coral do TJAP. “Temos muito a aprender com vocês. A forma como vocês cantam, a alegria que transmitem e que contagiam todos que os assistem cantando as músicas da terra de vocês é maravilhoso”, disse o regente do RJ.

O III Festival Internacional Três Fronteiras, que reúne Corais do Brasil, Paraguai e Argentina, teve duração de três dias. A tradição musical do mês de abril na Tríplice Fronteira se consolidou em 2014.

As cidades de Foz do Iguaçu, Puerto Iguazu e Ciudad Del Este receberam, este ano, 18 corais de diversas regiões do Brasil e de outros países. Participaram corais de empresas públicas e privadas, corais religiosos, de escolas e universidades e também iniciativas independentes.

Cerca de 750 cantores compareceram ao Festival durante os três dias de evento. Homens e mulheres das mais diferentes gerações, que apresentaram canções de diversos estilos e em várias línguas.

O evento, que acontece há 3 anos, além de produzir uma mostra de música vocal, tem contribuído para com o calendário cultural da região, e tem se firmado a cada ano.

Texto e fotos: Bernadeth Farias
Comuicação Tjap

Aposentado encontra urnas arqueológicas no quintal de casa, em Macapá


Duas urnas arqueológicas foram encontradas no bairro Marabaixo IV, zona Oeste de Macapá. O aposentado Agil Costa Vilhena, de 39 anos, descobriu o material enquanto escavava o terreno da residência para a construção de uma fossa, na última quinta-feira (24). Vilhena acionou o Centro de Pesquisas Arqueológicas (CPArq) do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa) e nesta terça-feira (29) realizou a remoção das urnas. O material será analisado e levará de seis meses a um ano para a conclusão das investigações.

O aposentado informou ao Portal Amazônia que descobriu as urnas por acaso, durante obras que realizava no terreno da sua casa. “Quando vi o material logo percebi que era algo diferente de qualquer outro tipo de objeto que poderia estar no local devido aos aterramentos. No mesmo dia, a minha esposa procurou o Iepa para comunicar sobre a situação”, relatou.

Mas antes desse episódio, o aposentado já havia realizado outra descoberta- mesmo sem saber. Há três anos, quando construía a primeira fossa da casa, ele encontrou uma urna, mas acabou quebrando e deixando de comunicar aos órgãos competentes. “Eu não tinha certeza que a peça tinha algum valor histórico ou cultural. Mas na dúvida, acabei guardando alguns fragmentos da peça. Fui informado pelos técnicos do Centro de que o material pertencia a uma urna como as outras escavadas hoje”, disse.

Sítios arqueológicos

Desde 2009, cerca de dez sítios arqueológicos foram encontrados na região. Entretanto, este é o primeiro caso registrado no bairro. De acordo com o arqueólogo, Kleber de Oliveira Souza, a expectativa é encontrar mais urnas. A procedência dos objetos, data e de qual tipo se trata ainda será estudado por técnicos do Centro de Pesquisas Arqueológicas. “Ainda não podemos precisar detalhes das urnas encontradas. A princípio iremos fazer a remoção e higienizá-las para analisar a morfologia, entre outros procedimentos, para depois divulgar as informações”, afirmou.

Em dezembro de 2013, três urnas funerárias foram encontradas por operários que trabalham na construção de um residencial particular, localizado na Rodovia Juscelino Kubitschek, via que liga Macapá à Santana (distante oito quilômetros da capital).

Texto e fotos: Paula Monteiro, do Portal Amazônia.

Amapaense conquista 1º lugar em concurso nacional de redação (via blog da Alcinéa)


É do Amapá a vencedora da etapa nacional do concurso de cartas promovido em todo mundo pela União Postal Universal (UPU) e realizado no Brasil pelos Correios.

Fernanda de Souza Valente, de apenas 14 anos, disputando com centenas de jovens de todo o Brasil conquistou o primeiro lugar. Ela cursa o 1º ano do ensino médio no Colégio Conexão Aquarela e vai  representar o Brasil na etapa internacional, que será realizada em outubro em Berna (Suíça).

“Fernanda escreveu um texto sobre o aprendizado de um mestre que a fez perceber os sons da vida, dando asas à sua alma e contou a experiência de ter se sentado em um banco de uma praça e simplesmente parado para escutar e sentir os sons ao seu redor“, explicou a jornalista Natália Campos, assessora de comunicação dos Correios.

O resultado foi divulgado ontem, 22, no site dos Correios.

Para ler o texto de Fernanda clique aqui. 

Amapaense fica em quarto lugar no Festival Nacional de Capoeira e Cultura


O Festival reuniu mais de 200 capoeiristas dos estados do Amapá, Pará, Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Goiás, Distrito Federal e Ceará, na cidade de Crateús, no Ceará, promovido Centro Cultural de Capoeira Raízes do Brasil

Os representantes do Amapá Jefferson Passarinho (Macapá) e Márcio Porto (Porto Grande) participaram na categoria absoluto, e disputaram ponto a ponto nos ritmos de Angola, Benguela e São Bento Grande, o mais esperado, com golpes velozes que empolgaram o público que lotou o ginásio do Sesc-CE. O Instrutor Jefferson Passarinho (Escola Conexão Aquarela) ficou em 4º lugar com 47,80 pontos.

Família de Mestre Julião Ramos prepara festejos do Ciclo do Marabaixo


No bairro do Laguinho os preparativos para o Ciclo do Marabaixo continuam, e até o início dos festejos, a Associação Cultural Raimundo Ladislau, promete deixar tudo organizado para a temporada deste ano. O Ciclo inicia no dia 20 de abril, domingo de Páscoa, e segue até 22 de junho, Dia de Corpus Christi, e uma programação, onde estão incluídas rodadas de marabaixo, bailes, novenas e missas, será realizada em devoção à Santíssima Trindade e Divino Espírito Santo.  

A Associação existe desde 1988 e é formada por familiares e amigos da família de Mestre Julião Ramos, que foi um dos precursores do marabaixo no Amapá, e, junto com sua família, veio do centro da cidade para povoar o Laguinho, em meados dos anos 40 e trouxe junto a tradição. Tia Biló, única filha viva de Julião Ramos, é a matriarca da festa, que mistura o religioso com o lúdico, e ainda participa da programação. Este ano os festeiros são Iury Soledade e Raimundo Ramos, bisneto e filho de Tia Biló.

A programação começa com o Marabaixo da Ressurreição, e tem um intervalo até dia 24 de maio, quando os preparativos para o louvor a Santíssima Trindade e Divino Espírito Santo reiniciam com a retirada dos mastros no Quilombo do Curiaú. Para cada homenageado, dois mastros, que são levantados ao amanhecer, após uma noite inteira de marabaixo, seguindo a tradição secular. Intercalados com o marabaixo, os devotos rezam, fazem e pagam promessas e participam de festas dançantes, que rememoram os Bailes dos Sócios da Santíssima e do Divino.

As rodadas de marabaixo, novenas e bailes acontecem na casa da Tia Biló, na avenida Eliezer Levy, entre Mãe Luzia e José Tupinambá.

Texto: Mariléia Maciel
Fotos: Márcia do Carmo
Assessoria de Comunicação
*Clique nas fotos para melhor visualização 

Os quatro anos do blog “PORTA-RETRATO – MACAPA /AMAPÁ DE OUTRORA”


Completam-se, nesta terça-feira – 1º de abril de 2014 – QUATRO ANOS de existência do Blog “PORTA-RETRATO – MACAPÁ/AMAPÁ DE OUTRORA” .

Como registrei naquele primeiro post – numa quinta-feira, 1º de abril de 2010 – estava sendo concretizado um Projeto antigo, pois há algum tempo vinha arquitetando lançar um blog com fotos históricas e raras de Macapá.

Parece que foi ontem! Mas vencemos, crescemos juntos. Mais de 400 mil visitantes deixaram registradas suas passagens. Graças, primeiramente, a Deus, que nos deu vida, saúde e perseverança até aqui!

Um agradecimento especial à minha esposa Marina Mels, companheira de todos os momentos, sempre disposta a somar esforços para levarmos avante essa partilha de informações, garimpadas nas mais diversas fontes, junto às famílias e descendentes de Pioneiros do Amapá, que entenderam a grandeza de nosso trabalho e disponibilizaram seus acervos e arquivos de fotos e documentos, das pessoas que lhes são caras. 

Graças a imprescindível ajuda de todos vocês, nossos amigos colaboradores, que nos enviaram e/ou compartilharam fotos, apresentaram críticas, sugestões, com comentários e opiniões que complementaram muitas legendas de fotos que foram postadas no blog.

A ajuda que tenho recebido – pelas quais agradeço de coração – tem sido de grande valia para concretização da proposta de nosso trabalho.

O nosso Porta-Retrato, está aí, firme e forte!

Espero, com as bênçãos de Deus, poder ainda comemorar esta data por muitos e muitos anos.

Obrigado mesmo!

João Lázaro-Editor

Meu comentário: Adoro esse blog e o resgate da história amapaense que ele faz. Entro na página quase todos os dias. Meus parabéns ao João Lázaro e vida longa ao Porta-Retrato! 



Maurício de Paiva lança livro “Rufar dos Tambores: Imagens e Encontros Afroamapaenses”

Por Rita Torrinha 

Apaixonado pela bacia Amazônica, apurando e registrando a região há mais de dez anos, Maurício de Paiva é premiado colaborador da National Geographic Brasil e referência em fotografia documental. No dia 3 de abril ele lança em Macapá seu terceiro livro – Rufar dos Tambores: imagens e encontros afroamapaenses, uma imersão ao XIX Encontro dos Tambores, realizado em 2013, um recorte além da estética do negro, que sob a ótica antropológica aborda a ancestralidade das relações intracomunidades e seus grupos de Marabaixo, Batuque, Zimba e Sayrê, e dos quilombos afrodescendentes.

A história do Amapá, no extremo norte do Brasil, é apresentada ao mundo pela amapaense Piedade Lino Videira, autora do prefácio do livro, dando-lhe ainda mais cunho documentário. Mulher afroamapaense, dançadeira de Marabaixo e Batuque e professora doutora, ela discorre com maestria sobre as singulares geográficas, históricas e culturais do estado, imprimindo do decorrer da narrativa o papel essencial do negro na formação territorial e nas tradições locais.

A escolha por Piedade não ocorreu ao acaso. “O texto da Piedade (a sua formação, pertinência e gabarito, sua pessoa, corroboraram para minha escolha em convidá-la! Acredito ser ela a “artista”, a detentora do saber sobre Tambores e Negros no Amapá, eu apenas fiz uma conexão) no livro é de valor intelectual e modelar em que agregar ao leitor, soma no conjunto imagens – texto – temática – narrativa, e dá maior e polar comunicação, abrindo ritmo/cadência num conteúdo. O convite para ela surgiu por pura intuição minha…”, diz Maurício Paiva.

Rufar dos Tambores: imagens e encontros afroamapaenses é um projeto pessoal do fotógrafo, um registro para presentear as comunidades, que teve o apoio do Governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e seu lançamento conta com a parceria do Amapá Garden Shopping, local do evento. Na noite de autógrafos também será aberta a exposição com 30 fotografias reunidas do livro, a maioria em preto e branco, que ficará à disposição do público até o final do primeiro semestre de abril.

Sobre o autor

A Amazônia (ou o Amapá) a mim, não é mais uma busca para captação de imagens, e sim e já, há 10 anos: Uma veia aberta! O motivo é inerente ao desejo, sempre. Um livro é e precisa ser valorado em qualquer nível e em qualquer região cultural” (Maurício de Paiva).

Ele é fotógrafo documental, paulistano, tem na bacia Amazônica seu cenário em antropologia-visual, socioambientalismo e arqueologia. É autor dos livros “Amazônia Antiga – Arqueologia no entorno” (2009) e “Futebol na Amazônia, Imagem e Alarido (DBA 2012). Em 2011, recebeu o Prêmio Abril pela reportagem Amazônia ano 1000. Como freelancer, atualmente é colaborador regular premiado na revista National Geographic Brasil, desde 2004 (com mais de 13 artigos publicados).

Seus ensaios e reportagens autorais são vividos em longas permanências em campo, são autênticos e se legitimam em testemunhar socioambientalismo e extrativismo, história/arqueologia e os modos de vida tradicionais na Amazônia atlântica e ocidental, dos atuais desafios em sua franca transformação.

Serviço:

Lançamento do Livro: Rufar dos Tambores: imagens e encontros afroamapaenses
Data: 3 de abril (quinta-feira)
Hora: 19h
Local: Amapá Garden Shopping

Jornalista expõe fotos da tradição afro-amapaense em Rufar dos Tambores

Texto: Rita Torrinha

Singularidades culturais e religiosas afroamapenses no repertório artístico do fotodocumentarista e jornalista Maurício de Paiva. Ele é fotógrafo da National Geographic Brasil, e lança livro em Macapá no dia 3 de abril, com a participação de nossas comunidades.

Imergi em uma nova história para com um meu repertório, o XIX ENCONTRO DOS TAMBORES. Pude sentir de perto as relações intracomunidades e seus grupos manifestantes de Marabaixo, Batuque, Zimba e Sayrê, dos quilombos afrodescendentes, e principalmente, o quanto o trabalho documental no Amapá (desde 2005) me apraz de forma contundente sobre e através das relações humanas que vivo na

construção dos ensaios e narrativas visuais. MESMO SOLITÁRIO! Sinto-me revigorado – apesar da estafa física – e mais reflexivo sobre a afro-religião, os cantos e danças, a música afro-amapaense na periferia da Bacia Amazônica, os santíssimos, o rufar das caixas de tambores etc. Enfim, grande experiência frutífera e profícua neste extremo norte linha do Equador, dando-me mais norte… dando-me rufar mais contento no ideário interno, compondo mais o amianto do arquivo!


Maurício de Paiva