Escritora amapaense Alcinéa Cavalcante lança obra “Paisagem Antiga”, na Bienal Internacional do Livro, em São Paulo


A jornalista e escritora amapaense, Alcinéa Cavalcante, lança hoje (17), das 14h às 16h, na Bienal Internacional do Livro,  o livro “Paisagem Antiga” .

Informações: 

Editado pelo Grupo Editorial Scortecci, com prefácio de Paulo Tarso Barros (presidente da Associação Amapaense de Escritores), o livro tem cem páginas  e é dividido em duas partes: poemas e crônicas. A ilustração da capa, que retrata a minha rua nos anos 70,  foi feita pela desenhista amapaense Ana Maria Vidal Barbosa.O lançamento será no estande da Editora Scortecci e Rede Brasileira de Escritoras (Rebra).

O prefácio de Paisagem Antiga

O que dizer dos textos de Alcinéa – os poéticos e os que, não sendo necessariamente poesias, mas crônicas, ou “cronipoemas”, estão recheados de cores (a primazia do azul infinito), sabores, ternuras, estrelas, flores, pássaros, borboletas, amores e até camaleão – ou seria iguana?

Leio tudo, como se dizia antigamente, de um fôlego, e percebo que os poemas e os “cronipoemas” estão com as palavras exatas, sem aqueles esquadrões de adjetivos.

Parece que sua mão de poeta e mente treinada nos textos claros, objetivos e sintéticos do jornalismo, ao juntar a alquimia verbal que o seu estilo poético inato tão bem o demonstra, surgem imagens plenas de ternura, sensibilidade e aquela saudade e nostalgia dos tempos da infância que ficou cristalizada na memória poética – que tem o dom de captar o sentido do belo como se plantasse em um jardim flores multicoloridas que desabrochariam ao nascer do sol e continuariam a embelezar a noite, o orvalho e as estrelas – principalmente as azuis da sua Via Láctea setentrional.

Alcinéa Cavalcante teve o privilégio de desenvolver seu próprio estilo, de uma leveza admirável, cheio de nuances, de frases sintéticas que atingem a essência da poesia lírica. São versos que fluem no texto como a leve e cálida brisa equatorial que nos afaga nas noites de poesia, a impulsionar suavemente os seres angelicais tão presentes na sua vida e obra.

Não é só um jogo de palavras quando ela confessa: “Vivo do ato de escrever”. E escrevendo registra seus sentimentos de forma a nos seduzir, a nos convidar a percorrer, de mãos dadas, pelos poemas que escolheu para consolidar seu lugar de destaque na poesia brasileira contemporânea.

A bela e comovente crônica que revisita a memória sagrada da professora Delzuite Cavalcante, sua mãe, a traz de volta, a coloca mais uma vez no plano existencial e familiar como se ela estivesse em viagem, ou mesmo dando aulas ou fazendo um café na cozinha para servir à família numa manhã morna e calma da Macapá territorial. É um texto construído com sentimento, da sua história de vida, mas que atinge a dimensão universal do amor filial, do infinito amor que tece os sustentáculos da nossa existência e nos torna mais fraternos.

Paulo Tarso Barros

Lançamento do livro “Caminho da Economia do Brasil com o resto do Mundo”

Serviço:

Evento: Lançamento do livro “Caminho da Economia do Brasil com o resto do Mundo”.
Autor: Altair Martel. 
Data: 10/08/2012
Hora: 19h
Local: Biblioteca Pública Estadual Elcy Lacerda – Rua São José, 1800 – Centro
Altair Martel é Economista e bacharel em Direito, amapaense, nasceu em 1959.
Mais informações no Blog da Associação de Escritores: http://escritoresap.blogspot.com/

Galeria Alcy Araújo será inaugurada nesta sexta-feira, na Biblioteca Elcy Lacerda


Será inaugurada nesta sexta-feira, 3, às 18h, na Biblioteca Pública Elcy Lacerda, a Galeria Alcy Araújo. Um espaço dedicado a exposições, lançamentos de livros e encontros literários num cantinho especial, cujo nome homenageia um dos mais conhecidos e respeitados poetas que escolheu o Amapá para viver. Na Galeria ficarão expostos manuscritos, cinzeiro, livros, fotos, escrivaninha, a primeira máquina datilográfica do poeta, caneta, entre outros objetos pessoais de Alcy Araújo.

O acervo foi doado à Biblioteca pelos filhos do escritor, tendo à frente a jornalista e também escritora Alcinéa Cavalcante, que acompanha diretamente os trabalhos de estruturação da Galeria desde a reinauguração da Elcy Lacerda, em abril deste ano.

A solenidade contará com a presença de escritores, estudantes, autoridades locais, família e amigos de Alcy Araújo. A Biblioteca Estadual Elcy Lacerda é um órgão vinculado à Secretaria de Estado da Cultura (Secult).

Conheça a trajetória profissional e de vida de Alcy Araújo:


Alcy Araújo Cavalcante, paraense da Vila de Peixe-Boi, município de Igarapé-Açu, nasceu no dia 

7 de janeiro de 1924. Na capital paraense estudou na Escola de Aprendizes Artífices, tornandose marceneiro, mas sua vocação era mesmo para as letras e, a partir de 1941, trabalhou nos jornais Folha do Norte, O Liberal, Imparcial e O Estado do Pará. Chegou a Macapá em 1953 e logo ingressou no serviço público como redator do Gabinete do governador Janary Nunes.

Foi chefe de Gabinete do governador Amílcar Pereira, diretor da Imprensa Oficial, oficial de Gabinete, chefe de Expediente da Secretaria Geral do Governo, trabalhou como assessor administrativo na Câmara Municipal e foi diretor da Rádio Difusora.

Trabalhou em muitos jornais, revistas e rádio, sempre esteve envolvido com atividades culturais e intelectuais do Amapá, principalmente a literatura, adotou vários pseudônimos para publicar artigos na imprensa, visando driblar a vigilância dos governantes militares. 

Foi casado com a professora Delzuíte Maria Cavalcante, sua primeira esposa, com quem teve os filhos: Alcione Maria, Alcinéa Maria, Alcy Araújo Filho e Alcilene Maria. Com a segunda esposa, Maridalva Rodrigues dos Santos, teve cinco filhas: Astrid Maria, Aline Maria, Aldine Maria, Adriane Maria e Alice Maria.


Obras publicadas: 

Autogeografia (1965), Poemas do Homem do Cais (1983). Participou, em 1988, da Coletânea Amapaense. Em 1997, Alcinéa Cavalcante, em parceria com a Associação Amapaense de Escritores (Apes), publicou mais uma obra poética: Jardim Clonal. Por iniciativa de Alcinéa, seus poemas são constantemente publicados em antologias, como a Coletânea Contista do Meio do Mundo (2010). Deixou várias obras inéditas em prosa e verso. Alcy Araújo faleceu no dia 22 de abril de 1989.

Nas palavras de Hélio Pennafort, “Alcy foi um competente boêmio, sagaz jornalista, um incomparável versejador e um carnavalesco de escola, honrado com a malemolência do seu gingado o codinome ‘Nenê da Pedreira’, que trouxe de Belém. Titio Alcy foi um dos mais macapaenses de todos os paraenses que ajudaram a desenvolver e animar a cidade“.

Rita Torrinha/Secult

Hoje é o Dia do Escritor

Hoje (25), é o Dia do Escritor. O conceito diz: Escritor é o artista que se expressa através da arte da escrita, ou, tradicionalmente falando, da Literatura. É autor de livros publicados, embora existam escritores sem livros publicados (chamados, por alguns, de amadores).
Ser escritor, escrever um livro e tals é um sonho. Mas um dia eu chego lá. Parabenizo os escritores que conheço e sou fã: Fernando Canto, para mim o maior do Amapá, Paulo de Tarso e Fausto Suzuki. 


Também felicito os meus grandes e velhos amigos Vítor Hugo, Mário Quintana, Fiódor Dostoievski, José Saramago, Franz Kafka, Manuel Bandeira, Mário Prata, Machado de Assis, Luís Fernando Veríssimo, Charles Buchowisk, Friedrich Nietzsche, Carlos Drummond de Andrade, Nelson Rodrigues, entre outros tantos, que me ajudaram a melhorar a percepção das coisas.
Os exímios escritores, que com habilidade e criatividade usam as palavras e ajudaram a abrir cabeças e ensinaram pessoas a ler as entre linhas, são, como diz a minha amiga Juçara Menezes: “máquinas pensantes para outros começarem a pensar”, de fato!
Parabenizo ainda os jornalistas que escrevem crônicas e contos, a licença poética (da poesia marginal, claro) e liberdade de expressão me permitem dizer: o que vocês fazem é bom pra caralho!

Por fim, mas não menos criativos, parabenizo os blogueiros, escritores do mundo virtual, que retratam de tudo um pouco.
Ah, aos malsucedidos escritores, que nunca conseguiram publicar seus livros, deixo o recado: continuem tentando, sempre!
Enfim, senhores escritores, meus parabéns por rabiscarem ou digitarem seus pontos de vista, estórias próprias ou de terceiros, causos, contos, devaneios, tudo com muita sagacidade, inteligência e humor.  A vocês, desejo um feliz Dia do Escritor.


Elton Tavares

LIVEIRA LANÇA “CAMINHOS DE RIO…”


O poeta Luiz Fernando Liveira lança hoje, às 19h00, no Restaurante Flora, localizado no Igarapé da Fortaleza, município de Santana, o seu primeiro livro, “Caminhos de Rio…”.  A obra traz o Apoio cultural da Secretaria de Cultura do Estado do Amapá, da Fundação Tancredo Neves, do Governo do Estado do Pará e de outras empresas. Tem quase 400 páginas e é ilustrada por diversos artistas. É apresentada por Nilson Chaves, Fernando César e Fernando Canto. Será comercializada em diversas bancas de jornal e livrarias de Macapá e Santana. A coluna deseja votos de sucesso ao autor.

MARINHEIRO-POETA

O marinheiro Luiz Fernando traz em seu navio-viajante o fado de ser poeta.

Seu livro de poemas abarca, antes de tudo, uma paixão inebriada pela Amazônia e pela sua geografia inconclusa de tantos lugares pelos quais aporta e cultiva um “Jardim do Coração”, local que diz ser “Ideal para a flor do amor.”

E esse amor não existe apenas na feitura dos versos, mas também na paixão que se espraia pela divulgação em seu site e agora por este trabalho da região amazônica, ainda tão desconhecida da maioria dos brasileiros. Nesse processo está contido o “Dever de proteger e declamar os encantos da Mãe-Hileia”, sendo esse o seu talento.

Liveira é um exímio observador da natureza da região. Muito do que diz nos seus textos advém de um olhar perscrutador que transfere para dentro de si, através das “Inexternitudes”, termo criado por ele para explicar metaforicamente seus sentimentos. Porém, é em função de suas inquietações que o autor encara a realidade como se fosse um cipoal de difícil penetração – o mundo a lhe provocar desafios, a sociedade a lhe instigar uma porfia, um duelo constante para que possa realizar seus sonhos e seus projetos sociais pela Amazônia.

Creio que sua preocupação serve de fulcro para tal aventura poética, pois sua poesia tem uma relação direta com a deidade, e sua fé pulsa constantemente ao meio dos versos.

Para um poeta-marinheiro como Liveira o jogo da angústia está em chegar. Chegar aos mais recônditos lugares: cidades, vilas, paragens com seus nomes de origem indígena ou não, e cheios de histórias características, onde está sempre presente o sentimento amor por ele experimentado.

Além disso, ao sentido da observação cabe o olhar ao alto, lá onde passam as constelações que guiavam os primeiros marinheiros exploradores. Além do sentimento telúrico expresso com nitidez, percebe-se em seus versos o orgulho patriótico e o respeito pelos ícones-criadores/retratadores da cultura regional que ele tanto admira.

Ao poeta cabem muitos olhares, dons e dádivas que lhes permite prever e crer. E neste trabalho o poeta não poderia esquecer-se de notar as mudanças que encontra nos lugares por onde andou e de ser incisivo com seus questionamentos, como em “Jari”, quando escreve: ”Caminhando teus curvos caminhos/ Vejo o progresso vir, imponente,/ Transportando riquezas e espinhos,/ O progresso vale a pena, realmente?”. Os poemas do marinheiro-poeta têm versos de um poeta-marinheiro experimentado que cumpre sua missão de educar pela poesia.

Liveira dá aos seus leitores o bônus de se deleitarem com as viagens feitas por ele, nesse trabalho que considero pedagógico e eivado de amor pelo povo da Amazônia e seus encantos. (Fernando Canto)

Dicionário de Amapês – A língua falada no Estado do Amapá


por Paulo Tarso Barros

Cléo Farias de Araújo, em co-autoria com a sua irmã Maria Zenaide Farias de Araújo, está lançando a nova edição do seu Dicionário de Amapês – A Língua Falada no Estado do Amapá, uma compilação de mais de 2500 vocábulos que são predominantemente usados aqui no extremo norte, ou que aqui tenham um significado mais restrito e peculiar, daí a riqueza e importância desse trabalho que os autores vem desenvolvendo há bastante tempo.

Uma obra desse gênero, que registra o falar de uma determinada região, constitui-se em vasto manancial de consulta – e até de inspiração – para os amantes da linguagem, os pesquisadores, linguistas, compositores e estudantes. Mas de onde veio essa ideia de produzir um vocabulário dessa natureza?

“Quando éramos crianças, ficávamos escondidos atrás de uma cortina que havia em casa ouvindo nosso pai conversando com seus compadres que vinham do interior. Como criança não participava dessas reuniões de adultos, acendia uma curiosidade, pois desconhecíamos muitas palavras e expressões que eles utilizavam. Então começamos a anotar uma palavra aqui, outra ali e o resultado está aí, já na segunda edição” – relatou-me ele, ao visitar a Biblioteca Pública para divulgar sua obra, que se constitui em um vitorioso projeto familiar de produção independente de livro, pois reúne, além dos dois irmãos autores, os filhos do Cléo que colaboram na editoração gráfica.

A nova edição traz inovações e mais facilidades de consulta, como a etimologia, a classificação gramatical, vocábulos de origem indígena das etnias do Amapá, culinária, exemplos de uso etc, como diz o professor José Guilherme de Souza Côrte.

Serviço:

Data de lançamento: 6 de junho de 2012.
Local: Centro Franco-amapaense, ao lado da Escola Danielle Mitterrand.
Hora: a partir das 19h.
A obra será comercializada a R$ 25,00 e logo estará disponível nas bancas e livrarias.

Prof. Msc. Sidney lança livro ‘Amapá: experiências fronteiriças’


Ao longo de várias décadas, as terras do atual estado do Amapá foram disputadas por franceses e portugueses. Depois da independência do Brasil, a questão permaneceu sem solução. No final do século XIX, com a descoberta de ouro na região, esta histórica disputa foi intensificada. Por fim, a decisão de um tribunal internacional, sediado na Suíça, em 1900, deu ganho de causa ao Brasil. Estas e outras experiências são apresentadas no livro Amapá: experiências fronteiriças, do professor, mestre em História, Sidney da Silva Lobato, da Editora Estudos Amazônicos.

Dividida em sete capítulos, a obra vai tratar sobre a história amapaense desde antes do descobrimento do Brasil até as manifestações populares em favor da criação de um governo próprio para o Amapá, no início do século XX. O enfoque recai sobre os sujeitos históricos que voluntariamente ou não foram envolvidos nas disputas territoriais na região da foz do rio Amazonas. Os textos são acompanhados de fotografias, mapas e pinturas para favorecer a imaginação histórica, possibilitando que o leitor construa na sua mente uma imagem do passado.

“O leitor poderá, através da leitura destas páginas, conhecer e debater aspectos fundamentais da política de conquista e colonização do Brasil. Poderá também compreender como africanos escravizados e povos indígenas viviam e resistiam à exploração imposta pelos colonizadores europeus”, explica o historiador. “Todos os capítulos proporcionam discussões bastante atualizadas de seus respectivos temas. A numerosa e culturalmente diversificada presença dos indígenas na Amazônia, a atuação de governantes e religiosos, os construtores da Fortaleza de São José, os fundadores da Nova Mazagão e as rixas pelo ouro amapaense são alguns dos muitos assuntos que poderão ser debatidos dentro e fora da sala de aula, a partir da leitura deste livro”, completa.

A obra integra uma coleção de livros paradidáticos lançada pela Editora Estudos Amazônicos, que visa oferecer a estudantes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental um material que aborde a história da Amazônia e do Brasil. “Podemos perceber facilmente que os livros didáticos que chegam às escolas dos estados da região Norte não trazem muitas informações sobre o passado desta mesma região. Ter um livro como este à mão pode ajudar a minimizar este problema”, ressalta Sidney Lobato.

O AUTOR

Sidney da Silva Lobato é mestre em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e doutorando em História Social na Universidade de São Paulo. Atualmente é professor da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) e desenvolve pesquisas sobre o processo de urbanização e as políticas de colonização que ocorreram na Amazônia a partir da segunda metade do século XX.

Serviço: Amapá: experiências fronteiriças, do Prof. Msc. Sidney da Silva Lobato, está à venda na Editora Estudos Amazônicos, localizada na Av. Senador Lemos, 135 – Umarizal. Informações: (91) 3212-7308.

TEXTO: Renata Fernandes – Assessoria de Comunicação da Editora Estudos Amazônicos.

O SUBTERRÂNEO DE DOSTOIÉVSKI

Por Mariana Keller 

Ele colocou a própria vida nos livros. Viveu numa Rússia Czarista de autoridades sem limite, enfrentou os obstáculos da epilepsia e de uma infância traumática, mas foi exatamente por toda a sua trajetória que Fiódor Dostoiévski desvendou a alma humana como nenhum outro escritor jamais conseguiu.

A vida de Fiódor Dostoiévski por si só já daria um livro tão bom quanto os escritos por ele. Os problemas familiares, o espírito revolucionário durante a juventude, o tempo em que ficou preso, a epilepsia, o vício em jogos, a descoberta da fé. São muitos os acontecimentos que marcaram a vida do escritor russo e que influenciaram muito suas obras.

Nasceu em São Petersburgo em 1821. Teve uma infância humilde, perdeu a mãe muito cedo e o pai foi assassinado pelos próprios criados devido as suas atitudes violentas causadas pela bebida. Foi quando soube deste fato, que Dostoievski, com apenas 17 anos, sofreu sua primeira crise de epilepsia. Estudou engenharia e sua primeira produção literária foi tardia, com 23 anos.

Em 1849, foi condenado à morte por participar de um grupo socialista durante o regime czarista. No último momento, quando estava prestes a morrer, sua pena foi trocada por quatro anos de trabalhos forçados na Sibéria. Essa experiência foi tão marcante na vida do escritor, que o fez firmar os laços com a religião e a fé. Inspirado pelo cristianismo passou a pregar a solidariedade como seu principal valor.

Grande parte do que é relatado nos livros foi vivido pelo próprio autor. Em “Recordação da Casa dos Mortos”, ele transforma em ficção o tempo em que passou na cadeia através de um personagem que narra a dura rotina de se viver encarcerado. Em “O Jogador”, outra particularidade da sua vida também é exposta, a paixão pelos jogos. O livro conta a história de um jovem íntegro, mas sem muitos objetivos na vida e que faz dos jogos uma maneira de ganhar dinheiro.

Dostoiévski era completamente fascinado pelos jogos de roleta. Atormentado pela vida que levava, por todos os conflitos internos e pelos transtornos causados pela epilepsia, os jogos serviam como válvula de escape de sua própria mente. Além disso, a busca por lucro também se tornou uma obsessão.

Ainda em “O Jogador”, ele retrata sua paixão pela estudante Polina Suslova, com quem teve caso amoroso durante seu casamento conturbado com Maria Dmitrievna Issaiev. Em 1864, quando Maria faleceu, ele acabou terminando com Polina e três anos depois casou-se com a estenógrafa Anna Snitkina, que, inclusive, o ajudou a cumprir o prazo de entrega do livro em questão quando Dostoiévski estava afogado em dívidas.

Mas o livro considerado a obra prima de todo o seu trabalho é “Irmãos Karamazov”. Escrito em 1879 e tido como um resumo de toda a sua obra, ele narra a vida da família Karamazov com foco em Dimitri, que é acusado de parricídio. Vemos aí novamente um tom biográfico, já que a relação do escritor com o pai nunca foi das melhores.

O livro se tornou um dos mais importantes da literatura mundial e foi destacado por Sigmund Freud como um dos três mais importantes livros a respeito do embate entre pai e filho ao lado de “Hamlet” e “Édipo Rei”. Além disso, o pai da psicanálise também fez um estudo baseado nas obras do russo chamado “Dostoiévski e o Parricídio”.

E muitos admiraram e se influenciaram pela obra de Dostoiévski. Hermann Hesse, Marcel Proust, Albert Camus, Fraz Kafka, Gabriel Garcia Marques, Clarice Lispector, Ernest Hemingway, Nietzsche, entre outros. Até mesmo no cinema essa influência pode ser vista. O filme “Match Point” de Woody Allen, por exemplo, é visto como a versão contemporânea do livro “Crime e Castigo”. Além disso, o livro “Memórias do Subsolo” é considerado o precursor do existencialismo.

A Rússia do caos, o pecado, a redenção, a solidão, tudo isso é retratado nas obras do autor. Seus personagens vivem em uma crise contínua e estão sempre divididos entre o bem e o mal. Os protagonistas são geralmente criminais, doentes, angustiados e que, de certa forma, sentem prazer em sua própria decadência. Tudo reflexo da própria alma do autor. Assim, Dostoiévski só prova a teoria de que o sofrimento é mesmo uma das fórmulas para se tornar um bom escritor.

Fonte: http://lounge.obviousmag.org/memorias_do_subsolo/2012/04/o-subterraneo-de-dostoievski.html

Adeus, Millor Fernandes


O escritor carioca Millôr Fernandes morreu aos 88 anos, às 21h de terça-feira (27), em casa, em Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro. De acordo com o filho do escritor, Ivan Fernandes, sofreu falência múltipla dos órgãos e parada cardíaca.

Escritor, jornalista, desenhista, dramaturgo e artista autodidata, Millôr começou a colaborar com a revista O Cruzeiro aos 14 anos, conciliando as tarefas de tradutor, jornalista e autor de teatro.

No final dos anos 1960, tornou-se um dos fundadores do jornal O Pasquim, reconhecido por seu papel de oposição ao regime militar.

Escreveu nos anos seguintes diversos tipos de peças e se tornou o principal tradutor das obras de William Shakespeare no país.

Atualmente ele mantinha um site pessoal em que escrevia textos de humor e cartuns, além de reunir seus trabalhos dos últimos 50 anos.

Publiquei neste blog alguns escritos e frases de Millor Fernandes. O único livro do escritor que li por inteiro foi “A Bíblia do Caos”, além de dezenas de artigos. Infelizmente, o Brasil perde mais um de seus gênios. Adeus, Millor.     


Se

Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudade, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!

Millor Fernandes

SESC inicia atividades 2012 do Projeto Feira de Livros


O Projeto Feira de Livros é realizado todos os anos pelo SESC-AP, através do Departamento de Cultura, com o intuito de aumentar a acessibilidade à informação através do universo da literatura e estimular o hábito da leitura, aguçando a criatividade e expandindo a capacidade interpretativa.

Em 2012, a ação deu vida ao tema: “Acesso à Informação: Da Informação à Formação da Cidadania”, que buscará despertar a necessidade de ler das pessoas, incentivando a leitura e a difusão da literatura regional e nacional.

Além da disponibilização de um rico acervo da literatura regional e nacional, o Projeto promoverá palestras/debates; oficinas de literatura, artes visuais e teatro; exibições de filmes; apresentações de teatro, música e saraus.

A atividade terá o seguinte cronograma:
Macapá – 26 a 28 de março;
Mazagão – 25 a 27 de abril;
Amapá – 22 a 24 de agosto;
Oiapoque – 19 a 21 de setembro;
Laranjal do Jari – 17 a 19 de outubro.

Ascom/Sesc/AP

A volta do Pequenas Setenças, que estava “Fechado”

O amigo Fausto Suzuki manda avisar que voltou a atualizar seu blog, o  “Pequenas Sentenças, no endereço: http://para-grafos.blogspot.com/

Fausto é um velho amigo. Aliás, já publicou um livro. Suzuki também é um exímio escritor, já li uma série de estórias dele ou de terceiros, causos, contos, devaneios no seu blog. Tudo redigido com muita habilidade, criatividade sagacidade, inteligência e humor.

A página estava parada há meses, mas possui contos e historias bem interessantes. Vale a pena conferir. 

Elton Tavares

II Seminário Construindo o Programa de Literatura do Amapá


O Governo do Amapá, por meio da Escola de Administração Pública do Estado (EAP), realiza nesta sexta-feira, 16, em horário integral, no auditório da Escola, o II Seminário “Construindo o Programa de Literatura do Amapá”. O encontro com representantes da classe literária tem como objetivo criar uma unidade que integre as ações literárias do Estado.

A diretora da EAP, Izabel Cambraia, destaca a importância da presença e participação de escritores, produtores culturais, livreiros e leitores. “Convidamos todos para o II Encontro Literário, a fim de darmos continuidade à formulação do Programa de Literatura para o Estado por meio do diálogo e da troca de experiência”, informa.

Nesta atividade será feito um resgate do processo, relatando os avanços já realizados, expondo o cenário nacional e local, agregando novos atores e pactuando a agenda das demais atividades para a continuidade do processo.

“Queremos sensibilizar para a importância da democratização do acesso ao livro e o fomento à leitura, tanto como condição para a inclusão social e o exercício pleno da cidadania quanto para melhorar os indicadores de desenvolvimento humano de nossa população”, ressalta a diretora.

O I Seminário ocorreu em dezembro de 2011, na Escola de Administração Pública, com a participação de 53 representantes do movimento literário do Estado que, na oportunidade, teve como objetivo realizar um diagnóstico do setor.

Programação

8h – Credenciamento

8h30 – Expressão Cultural

9h – Mesa de abertura

10h – Mesa Redonda

* Panorama de Literatura Amapaense – Paulo Tarso (poeta amapaense)

* O Movimento Literário Extremo Norte – Rui do Carmo (poeta paraense)

* O Imaginário Amazônico na Poesia – Eliakim Rufino (poeta roraimense)

11h – Plenária

12h – Intervalo

14h30 – Rede Institucional de Literatura

15h – Apresentação de propostas para continuidade do processo

16h3 – Plenária

17h45 – Expressão Cultural

18h – Coquetel de encerramento

Crisler Samara/EAP

Sebrae apoia lançamento do livro ‘Amazônia – As Raízes do Atraso’


O livro destaca as razões do atraso na Amazônia numa perspectiva histórica apresentando propostas de um modelo para a exploração sustentável de florestas certificadas, e a produção de biomassa apontando o caminho certo empregando tecnologia que concilia à defesa ao meio ambiente

O lançamento do livro ‘Amazônia – As Raízes do Atraso’, acontece no dia 23 de março, às 20 h, no hall de entrada do Sebrae. A obra é de autoria de Cristóvão Lins, engenheiro agrônomo, que participou de três fases do Projeto Jari. Durante 30 anos de trabalho no projeto, exerceu várias funções, entre elas, na pesquisa florestal, pecuária, mineração e agricultura, inclusive como diretor executivo da Jari Energética.

Natural de Monte Alegre (PA), Cristóvão Lins é autor de obras sobre a região amazônica, como Jari: 70 anos de História; Amazônia: História, Lendas e Crônicas de monte Alegre; A Jari e a Amazônia. As pesquisas do autor se misturam com o relato de sua própria vivência pessoal e profissional.

Para o diretor de administração e finanças do Sebrae, Waldeir Ribeiro, neste ano em que o Brasil estará realizando a Rio+20, certamente a Amazônia será tema de notícias nos meios de comunicação de massa com denúncias de queimadas, desmatamento, protestos, madeireiras ilegais e mineração predatória. “A Instituição apoia uma obra que dá um mergulho nas raízes históricas da formação socioeconômica da região, mostrando as origens do atraso que penaliza o seu povo no momento em que lhe são negadas as oportunidades de desenvolvimento diante da imensidão de recursos naturais que se pretende manter intocada”, disse o diretor do Sebrae, Waldeir Ribeiro.

O autor, Cristóvão Lins, deixa claro em seu livro que a região Amazônica é uma das mais ricas do planeta, oferecendo amplas condições para o desenvolvimento sustentável, “algo muito diferente da destruição irresponsável e gananciosa a que temos assistido, entretanto, o povo amazônida é mantido na pobreza e na ignorância, entregue à própria sorte na luta pela subsistência, enfrentando mazelas como o analfabetismo e as doenças tropicais”, finaliza.

Denyse Quintas