Cinema, música, poesia e amor: as boas conversas de mesa de bar – Crônica de Elton Tavares

Como brincou o saudoso compositor Cazuza, na canção Ponto Fraco: “benzinho, eu ando pirado, rodando de bar em bar, jogando conversa fora…”. Sim, ontem (25), eu e dois velhos amigos tivemos um sábado boêmio itinerante, pois bebemos em três locais diferentes, por horas a fio que parecem ter passado muito rápido, de tão bom que foi.

Entre os assuntos de mesa de bar, literatura, dicas de livro, poesia, música, cinema, cagadas de cada um e, como sempre, amor (tema manjada em diálogos etílicos). Tudo regado a cerveja, boa música e aperitivos.

Começamos de tarde e entramos pela noite. Haja estórias, histórias e “causos”. Bobagens legais e temas sérios com uma perspectiva muito peculiar de cada narrador. Tudo com doses certas de humor e ironia.

O bar sempre é o “covil de piratas pirados”, como disse outro compositor, o falecido roqueiro Júlio Barroso. Sim, a filosofia de boteco é ampla, nem sempre clara ou coerente. Porém, ontem foi. Não teve teorias mirabolantes, embates religiosos ou políticos. O máximo de assunto pesado foi sobre família e preconceitos sociais, mas até nisso o papo foi leve.

O diálogo rodou ousadamente por nossas concepções e perceptivas, em esforço algum de convencer o outro sobre o tema discorrido. Teve momentos hilários, em sua maioria. Até chegarmos ao tal “amor”. Aquele lance que todos romantizamos, mas que é mó complicado em todas as suas vertentes, seja ela entre pessoas que se relacionam como um casal ou familiar.

Foram muitas garrafas verdes e entre um gole e outro, rimos sobre o amor e desamor, nossos e dois outros. Assim como suas neuroses e consequências dentro desse universo louco de afeto, doideiras e experiências marcantes relatadas.

O tal do amor. É sempre complexo descrevê-lo. “Que pode uma criatura senão amar e esquecer, amar e malamar...” (Drummond). Ou tipo o que dito pelo maluco beleza, sobre a falta de paz e leveza entre afetos: “você me tem todo dia, mas não sabe se é bom ou ruim“, frase da música “Gita”, do eterno Raul Seixas.

O encontro acabou depois da meia-noite, debaixo de uma tempestade cinematográfica. Isso ao som de Belchior e Raulzito, com direito a cantarmos juntos, pois já estávamos um tanto altos.

Em resumo, meus amigos são como eu: nada é pouco, é sempre muito, sejam cervejas, argumentos sólidos, comentários legais contextualizados com literatura ou música, sempre com risos. O sábado definitivamente entrou para meu banco de memória afetiva. Valeu, Anderson e Adriana!

Elton Tavares

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