Hoje perdi um velho e querido amigo. O cantor, compositor e instrumentista, pai de dois caras (um deles muito meu brother, o Brunão), Lula Jerônimo, partiu para as estrelas. O “cabra da peste” bruto, muitas vezes ranzinza e sincero ao extremo e “Painho” dos malucos, boêmios e músicos de Macapá, descansou neste primeiro dia de setembro aos 74 anos.
O velho marinheiro tocador pintou aqui há mais de 30 anos, com a viola nas costas e música nas mãos. Logo conquistou a admiração e respeito do povo daqui. Mas somente este ano, no último dia 4 de fevereiro, ganhou o título de Cidadão Macapaense, concedido pela Câmara Municipal ao velho cancioneiro. Só que o Lula, que nasceu em Recife (PE), já era daqui do meio do mundo há tempos, em nossos corações.
Sempre guerreiro, Lula lutou muito pela vida. Em dezembro de 2018, ele foi vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). De lá pra cá, com a ajuda de sua família e amigos, fez tudo para se recuperar. Até teve uma melhora por um tempo, mas segundo o Brunão, seu filho, de uns tempos para cá, piorou bastante. E em decorrência dessa enfermidade, hoje pela manhã, virou saudade.
Lula era/é “cabra brabo” e muito gente boa. Humanista, militante de causas sociais e crítico visceral. Foi baita cara legal, trabalhador e guerreiro. Pernambucano de nascimento, ex-marinheiro e amapaense de coração, o artista escolheu Macapá como lar e por aqui viveu por décadas. E que vida!
Jerônimo foi também foi parceiro de boemia do meu falecido pai, José Penha Tavares. Papai nos apresentou em alguma farra do no início dos anos 90, quando comecei a frequentar a noite amapaense. Se duvidar, os caras formam lá do outro lado.
Me deu um certo arrependimento de não ter ido visitar o Lula em 2020. Mesmo antes da pandemia, não fui. Ele sempre me dava um esculacho por eu estar porrudo de gordo, mas depois voltava a ser o cara carinhoso que sempre foi comigo. A última vez que nos encontramos foi em 2019. E foi muito bom.
Ao Bruno e seu irmão Felipe, minhas condolências. Desejo que Deus conforte seus corações. Ao músico da velha guarda que subiu hoje, minha homenagem e agradecimento.
Mestre Lula, valeu pelas cervejas, pelas cantorias e tocadas. Pelos ralhos e pela amizade. Vamos sentir saudades. Eu e esse bando de doidos que te amam. Até a próxima vez, amigo!
Elton Tavares
5 Comentários para "Valeu, Lula. Até a próxima vez!"
Um tchau inspirado…valeu…e vale!
Descanse em.paz amigo Lula que sua passagem seja na luz, bonita homenagem de Elton Tavares, De rocha.
Valeu Lula! Seu carinho e sua amizade! Até breve.
Vai deixar saudades mesmo! Siga em paz! Obrigada por nós honrar com sua presença! ⭐
Vá cantar nas estrelas meu amigo. Daqui ouvirei as palmas dos anjos.