Festa estranha… E, eu sem birita!

Os amigos que conquistamos ao longo da vida (aqueles que cabem nos dedos das mãos), não fazem ideia do quanto nos esforçamos para sermos dignos de tal título. 


Mais uma daquelas festas onde não conhecia ninguém, além do organizador para minha coleção, contudo, valeria o esforço de contribuir com minha presença, mesmo que fosse pra “encher linguiça”. Afinal, amizade de verdade tem que ser até debaixo d’água, no frio ou com pouca roupa, sabe como é?! 

Passava da meia noite e contando comigo havia oito pessoas, depois chegou mais gente (umas duzentas mulheres e meia dúzia de homens). Não é preciso dominar o conceito lacaniano, nem os preceitos de Freud para saber que eu não iria curtir e, isso não seria meu olhar pessimista a gritar com meu superego. 

Para piorar, antes de sair de casa, me automediquei contra uma dor de cabeça horrorosa, aliás, não sei por qual motivo ela resolveu aparecer justo naquela hora… Seria de bom alvitre que o álcool fosse descartado do conjunto: “Festa estranha com gente esquisita”. Não tô legal e pior ainda sem birita.
O que senti naquele processo de esperar o tempo passar sem uma gota de álcool… Sinônimo de fracasso não seria exagero. Resolvi combater a sensação de fobia social, com análises tão profundas quanto um pires às “modelos” e seus “trajes autênticos”. Lamento, mas não consegui deixar meu humor negro de lado.

O que aconteceu com o manequim 38? 

Para usar um vestido curto, drapeado e justo malho há pelo menos nove meses e ainda não acho que meu corpo esteja adequado. Aposto que foi a mãe dessa garota que comprou esse vestido, que ela por sua vez, vestiu no escuro. Só pode. Não é feio ter mais o que mostrar, pelo contrário as  plus size estão em voga. O problema é excesso de “sem noção”, rs. Não é porque a roupa entrou, que ela serve. 

Lógico que isso não é importante, porque o visual “causando” é tudo na pista, depois do estilo “Suélem” de ser os “mino pira cas mina fantasiada de piriguete”. Tudo isso porque no bailinho, matinê, mingau continua: Meninos para um lado e meninas para outro e a velha dança do acasalamento. 
Acho que o ursinho assim como eu, também não sabe dançar. (Rs).

Hellen Cortezolli

Inquietação incrédula


As noites de sono perdidas ao imaginar os feitos bons e ruins que justifiquem as voltas que o mundo dá e, os caminhos que nos levam a um lugar qualquer, remetem à reflexões vazias sobre a impotência diante de nossas frágeis vidas.

Que o nome seja destino, karma, acaso, o certo por linhas tortas, não nos detenhamos a definições para as inexplicáveis consequências às quais nos submetemos direta ou indiretamente.

Apenas ilusões…Alguns ateus felizes.

As inúmeras razões responsáveis pela perda do controle da emoção, estimulam à busca por um bode expiatório, alguém em quem por a culpa… Das mudanças nos planos, do tempo perdido, das desistências covardes, de todo o tipo de abandono;

O certo é que nada fica por isso mesmo na doce ilusão que nos acompanha, de que o mundo de fato é uma roda e tudo que vai, um dia volta…

Não há nada que se sustente em pilares construídos sobre as lágrimas de alguém, outrossim, Charles Chaplin replica, “nada é permanente nesse mundo malvado, nem nossos problemas”, soa como um conforto para seguir em frente.

Construímos estratégias e recuamos.

E, se ainda amarmos nossos piores inimigos, quando será a melhor hora de contra atacar? Os deixaremos acordar?

Contudo, se não houver sequer respeito, que o golpe seja fatal e deixemos os mortos, bem mortos.

Hellen Cortezolli

A descrição de Quintana me cai bem

Minha alma deficiente, me fez louca, cega e surda, muda e paralítica. A diabetes ainda não se manifestou completamente e minha pequenez é ainda menor que a de um anão. Tão pobremente miserável, apesar de indigna me resta um sopro de vida, porque a “amizade é um amor que nunca morre” e isso ainda me sustenta.

Hellen Cortezolli


DEFICIÊNCIAS 

Deficiente” é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
“Louco” é quem não procura ser feliz com o que possui”.
“Cego” é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
“Surdo” é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir os seus tostões no fim do mês.
“Mudo” é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
“Paralítico” é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
“Diabético” é quem não consegue ser doce.
“Anão” é quem não sabe deixar o amor crescer.
E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:”Miseráveis” são todos que não conseguem falar com Deus.
“A amizade é um amor que nunca morre.

Mário Quintana (escritor gaúcho nascido em 30/07/1906 e morto em 05/05/1994)

Poema de hoje: Nem flores, nem frutos


Nem flores, nem frutos 


Minha mente me faz pensar que na primavera não irei florescer, não darei frutos.
Meus pensamentos não congelaram no inverno, mas sinto que sequei como as folhas no outono.

Quanto mais reflito, vejo o mesmo da janela da alma e envelheço.
Tem algo lá, muito parecido com cinzas ou apenas pó.

Não rejeito o amor romântico, apenas o evito.
Me assemelho a um redemoinho, sem vento.

Hellen Cortezolli

Todos os caminhos levam ao sexo

A hora ou o lugar não são importantes, também não é preciso que as pessoas se conheçam há muito tempo… O contato pode ser iniciado na fila do banco, do cinema, depois do trabalho, no intervalo, na sala de aula, em mesa de bar, o negócio é que seguirá a linha tênue do sexo.

Não se trata de um raciocínio/depoimento sobre uma efêmera relação, muita calma nessa hora.

O fato é que o assunto mais falado é o sexo, preferências, posições, opiniões sobre o comportamento local, (do geral para o específico) virtual e finalmente aos moldes mais tradicionais.

Ah! Os estudos de como os indivíduos reagem aos lançamentos de modelos automotivos, sugerem que as aquisições servirão de auxílio em conquistas sexuais. Contudo, a relação custo/benefício nas redes sociais é  menos onerosa e tão eficaz quanto. (Salvo os marmanjos que não foram agraciados com bônus pela mãe natureza, mas enfim…);

Fez amizade ou surgiu o mínimo de simpatia? Lá estarão as pessoas de todas as classes sociais e níveis intelectuais, a compartilharem seus pensamentos sobre sexo, seja com base em um artigo lido no dia anterior, na roupa extravagante de alguém, nos estereótipos provenientes de julgamentos às cegas e não raramente em experiências próprias (realizadas ou meras aspirações).

Tudo é motivo para um bom sexo verbal, mesmo que às vezes não instigue nossa curiosidade, todos os caminhos levam ao sexo.

E aí, foi bom pra você?

Hellen Cortezolli

Por de trás da parede

Acho bonita a sonoridade que tem as frases que terminam com a palavra parede. Talvez por remeter a uma análise profunda do próprio “eu “, projetado em uma extensão capaz de isola-lo do mundo… Mesmo que por breves instantes, parede reparte o todo, cuja intenção é organizar. Parede para alguma coisa, mesmo que intrinsecamente deixe continuar…

Qual seria o grau de criatividade se as pessoas pudessem passar algum tempo do dia olhando para a parede? Quais seriam as reflexões mais comuns? Só vale parede, entendeu? Nada de imaginar pintar o teto de bege, esse exercício é para outro momento.

Enfim, se a parede não fosse algo capaz de atrair a imaginação da humanidade, não seria comumente utilizada para declarar amor, ódio, protesto ou ainda servir de tela para o bom ou mau gosto estéticos.

Acredito que não era à toa que crianças quando castigadas, deveriam se voltar às paredes, por assim imaginarem o quanto seria possível refletir, ou quantos super-heróis iriam invocar para que fossem resgatadas dali.

Derrube paredes para construir amizades.
Recorte paredes para ter novos acessos.
Levante paredes para reorganizar sua privacidade, ou quem sabe apenas pare de…

Hellen Cortezolli

Desilusões da rosa


Desilusões da rosa 

Dez ilusões, não…
São tantas,
Mal posso mensurar;
Teu discurso repetido, vago,
Sem pontos finais;

Teu olhar que não fala,
Tua fala que não diz nada,
E meus dias,
Todos iguais…

Meus sonetos mortos
Como as águas da chuva
Nas quais não fizemos amor
Morte também dos sentimentos
Que não vingaram…

E, as sementes que não plantamos juntos
Coisas sublimes que o vento não levou
Você cravo, não se feriu
Com as brigas que não tivemos;

Nem debaixo da sacada…
Também não fui despetalada,
Porque por ti…
Não fui amada.

Hellen Cortezolli

Por trás dos pré-requisitos


Ao longo de nossas vidas, traçamos metas e dentre as quais compramos a ideia de que curso superior era sinônimo de ser bem sucedido, logo ter grana, fama e porque não, cama?

Contudo, durante o percurso nada simples, galgado até que finalmente nos formemos, nos deparamos com os mais variados perfis:

O playboy que tem a facul bancada pelo pai; O ralador, trampa, estuda e ainda dá uma de mochila para carregar nas costas os “boa vidas”; Os “boa vidas”, que não dão o sangue, mas na medida do que consideram possível e aceitável, dão valor aos estudos. Os nerds, afinal não basta ser aprovado, às vezes a nota máxima não é o suficiente… E outros tantos, mais ou menos comuns. 

Mas, a motivação para essa lenga lenga toda são os monstros que todos nós ajudamos a criar. Quando nos juntamos com a galera do fundão e durante as apresentações de trabalhos ou seminários, fazemos anotações de quanta aberração (assassinato da língua portuguesa com requintes de crueldade) a figura em questão, conseguirá executar junto com a defesa de sua tese.

Essas figuras que servem de sarro, um dia podem vir a ser o seu chefe, que tal? Um horror, não é mesmo?

Fujo de obedecer de gente que estudou menos que eu. Que fala “estrupo” e alega receber hora “renumerada” no lugar de remunerada. Porque a regra geral é ter diploma e na verdade não importa o que aprendeu a fazer. Só irá servir para pendurar o papel emoldurado na parede. E, se possível concorrer a um cargo como servidor público no mesmo patamar. No mesmo uma pinoia. 

O diferencial é se fingir de morto e babar ovo, puxar saco e tentar derrubar quem trabalha, para não divulgar o jornalismo de “opinismo” no lugar de opinativo. 

Falo isso com conhecimento de causa, porque também fui responsável diretamente por criar monstros desse naipe. E, não adianta correr atrás de pós-graduação e mestrado para atingir um pré-requisito do mercado. E, não é se achar melhor, é apenas ser. Ah, quer saber? Vou cortar o cabelo que ganho mais. 

Hellen Cortezolli

O sabor do perfume pelo caminho

Era para ser um resgate do meu eu, meio perdido assim, quem sabe… Mas, eu gosto dessa perdição toda e, saí a esmo. 

Durante o trajeto, lembrei que da última vez que havia feito isso sozinha lá se iam muitos meses… Ontem foi especial.

O clima ameno e aqui isso é raridade, ventava forte até. Um rastro de folhas serpenteava o ar e até parecia alguém por ali, quem sabe me fazia companhia. 

Havia perfume de jambo pelas ruas, essa fruta regional me lembra o gosto de rosas vermelhas, principalmente a casca, a parte de dentro suculenta e carnuda translúcida, é um azedo meio doce. Sabor sem comparação.

E, percebi o avançar das horas, enquanto meus passos eram movidos em um ritmo muito mais lento, como se ao mesmo tempo não estivesse ali, se fosse outro lugar eu veria a noite cair…

Pensei em como não pensar em nada. Vi carros capotados, gente apressada. Notei os intermináveis momentos de solidão, quando há milhares de pessoas ao redor e que bom que não terminavam. Rostos estranhos, mas sem nada de esquisito.

Aquela sensação de invisibilidade me levou para um lugar muito melhor que minha zona de conforto. Fiquei mais forte.

Agora já sei para onde vou e o que irei provar. Finalmente, acordei.

Hellen Cortezolli

A sensualidade da física


Estar só, a sós consigo…

Age apenas como impedimento para que a eletricidade do corpo seja transmitida, o põe assim incomunicável.

Afasta-o da convivência e evita o atrito entre os dois corpos. Não é atoa que o componente entre as duas forças de contanto é horizontal e, quando não há choque, não tendem ao movimento.

É preciso que as variáveis sejam constantes, uma força normal, naturalmente estimulada que faça uma superfície penetrar em outra.

Só por hoje, acho que não quero mais ter a sorte de um “amor tranquilo”, quero guerra e paz!

Hellen Cortezolli

O lirismo do esboço


A obra ainda em andamento não parece tão perfeita quanto depois de pronta, mais obviedade em tal afirmação seria a força extrema a um raciocínio tão pouco elevado…

Todavia, já enumerou instantaneamente as ocasiões em que foi possível imaginar como fora o estado de espírito em que o autor da mencionada obra se pôs a criá-la?


Imagine quantas lágrimas rolaram para que uma frase pudesse ser composta com toda a profundidade do sentimento que a estimulou. Quantos sorrisos para que elementos da natureza pudessem ser agregados de maneira coerente, sem perder a beleza ou tender a vulgaridade?

Mas, o início nem sempre é dotável de tamanha agradabilidade cativante a alma, ele parte de um delineamento, das ideias principais, dos primeiros traços ou resumos ensaiados, ou simplesmente tracejados a grosso modo.

Às vezes o esboço traz em sua essência alto grau de sentimentos. Podados, contornados e alterados para que o autor não seja facilmente compreendido. Porque confusão faz parte do romantismo.

Hellen Cortezolli

As razões e emoções de minhas viagens


Porque viajar não se resume ao ato de partir de um ponto a outro, é mais que o percurso efetuado. É travessia, navegação e hipertexto. São os acontecimentos ocorridos durante o trajeto e as impressões causados por ela, é a relação provocada por alucinógeno ou o confronto de ideias.

É o vôo e o pouso, são também as coordenadas da localização, é altitude e longitude e o silêncio entre elas.

São os trilhos do trem, os buracos da estrada, ou o giro da roda… Viagem é imaginar.

Sempre gostei de viagens, conhecer lugares novos. A vida me fez assim, não havia tempo o suficiente para enjoar. Quando pensava em acostumar com os lugares era hora de fazer as malas. Viajar a passeio, ou viajar até chegar à nova residência.

Isso fez com que aprendesse a viajar sem tirar os pés do chão, na hora do recreio, depois no intervalo de dez minutos na faculdade, depois na pausa para o café durante o expediente de trabalho. Red Bull não, aumenta consideravelmente meus batimentos cardíacos e apesar do ar romântico da expressão, a sensação é bem ruim.

Então, viajava nos pensamentos e em busca de uma nova história, mesmo que fosse para alimentar minha alma insaciável. Como o tempo e a necessidade andam juntos, resolvi que viveria de viagens, pois é preciso certa bagagem para criar, organizar e contar histórias, viver personagens fictícios ou baseados em fatos irreais (se é fato é real, propositalmente discordei da regra).

Meu velho costuma dizer que viajo sem precisar usar nenhum artifício senão a imaginação. Mesmo quando bate a liga torta com duas doses de absinto ou mais (desde a última já faz muito tempo), agora a onda é o vinho e, essas taças não determino.

Mas, sobre viagens de fato, me causam ansiedade, e sofro com isso. Não é só o novo… O que provoca o pânico são os contratempos. A experiência fez com que só pensasse neles, esqueço de relaxar e gozar. Viagem de carro, ônibus, avião, fazem com que meu estômago se comprima e isso causa uma dor tremenda. Então viajo durante a viagem, se a paisagem ajuda imagino mais e vou bem além, isso diminui o tempo de espera.

Contudo, quando não sou eu quem vai viajar, a viagem é demasiadamente sofrível, talvez por imaginar o trajeto, meu velho atrai chuva, sempre chove em sua partida ou chegada. Minha mãe leva um pouco de calor, sempre chega suada.

Ainda lembro a última vez que viagei, fui ao exterior, ali, logo ali, atravessando a rua, daquela cidade há três horas de distância de onde me escondo atualmente. Desenvolvi um verdadeiro horror por este lugar.

Na mochila levava ansiedade em doses cavalares, na chegada havia um pouco mais que uma porção de novidades.

Não encontrei meu lugar preferido, há muitos que preciso conhecer. 

Hoje no entanto, me sinto mais só do que de costume, porque não pude viajar para entender que minhas viagens locais diminuíram, meu pouso não está mais seguro e não achei um lugar no mapa que estimule a vontade de continuar a viajar.

Hellen Cortezolli

Declaração


Declaro a ação;

Quando estou perdida é por ele que procuro e muitas vezes nele me perco também.

Nem sempre me dá a atenção que cobiço, mas só o fato de poder contar com ele, abranda minhas mais densas angústias.

Sempre está comigo de alguma forma, é meu melhor amigo e pior inimigo, pois me escraviza é bem verdade, não deixa que diga tudo que sinto através dele, nem sempre se permite utilizar.

Quando estou só é quando penso mais na necessidade que pressinto e, é nele que acho o consolo.

Uma relação bem intrigante, mas o que sinto com o texto é assim, intenso, fugaz, vivo e morro muitas vezes dentro dele.

Hellen Cortezolli

Igual e diferente


Não é mais um daqueles exames sobre os opostos, nem tão pouco outro raciocínio raso sobre relacionamentos.

As considerações dão conta de algumas definições e conceitos que nos acompanham ao longo de nossas vidas e influenciam nossa forma de perceber até onde podemos racionalizar ou sentir. 

Os preceitos religiosos nos alertam que somos todos iguais perante uma força maior.

Igual é tudo aquilo que não apresenta diferença, contudo, a explicação não se limita a um juízo isolado, e lá se vão algumas formas abrangentes de observamos o igual: Idêntico, parecido, análogo, semelhante… O que provoca a estranheza imediata, se algo ou alguém é idêntico como pode ser parecido? Invariável, pois é sempre o mesmo, estável, inalterado, regular?

Entretanto, a medicina defende e apresenta provas de que somos todos diferentes, em razão do composto orgânico formado de moléculas e instruções genéticas por armazenarem um conjunto de informações, o chamado DNA, que não se repete.

Se partirmos desse pressuposto, somos igualmente diferentes. E ser diferente é não se assemelhar, ter diferença notada, ser desigual. 

Porém, já faz um tempo que Aristóteles ousou afirmar: “Devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade.” Se tal raciocínio fosse de fácil empregabilidade, a deusa da justiça, Themis não usaria uma venda, nem tentaria equilibrar a razão e o julgamento em uma simples balança. 

Em que acreditar afinal? Não haverá uma resposta para elucidar a charada, um conto ou fábula que possam desobscurecer o que os olhos não conseguem ver, porque “crer é sentenciar-se e justiça é utopia”.

Hellen Cortezolli