A TORRE E O DRAGÃO DA CONTEMPORANEIDADE

Texto de Fernando Canto publicado em “O Liberal Amapá” – Edição de 07.10.2001, incluido no livro “Adoradores do Sol”, Ed. Scortecci, 2010.

“Quando o Terror chegar (e ninguém nega que ele chegará)/ degradando, exaltando/ quando a terra tremer/ e as montanhas se desmoronarem/ convertidas em pó disperso,/ então serás três grupos – Companheiros da Direita, Companheiros da Esquerda e os Vencedores (“Alcorão”. LVI, 1-55).
Por certo os prédios do World Trade Center não foram inspirados nos zigurates mesopotâmicos, que por sua vez inspiraram a torre de Babel. Os zigurates eram construções que simbolizavam a pretensão dos homens em igualar-se aos deuses, e que se imaginavam capazes de subir ao céu por meios materiais. Algumas dessas construções chegavam a cem metros de altura, elevando-se em até sete patamares cada vez mais estreitos. Elas facilitariam tanto a descida dos deuses à terra como a subida dos homens ao Céu. O simbolismo do zigurate tem relação com a montanha onde o peregrino que nela sobe busca a purificação espiritual gradual até encontrar a luz.
A torre de Babel foi construída com betume e tijolo cozido, mas apesar da aparente fragilidade sua fundação prolongava-se solo adentro, representando ainda a união de três “mundos”: Céu, Terra e Mundo Subterrâneo. Babel é a “Porta do Céu”, talvez a maior entre as tantas torres que dominavam as cidades babilônicas. Como eram sinais de politeísmo foram condenadas pelo monoteísmo hebraico. E foi Jeová, que a partir daí acabou com a uniformidade universal da língua dos homens, para confundi-los e dispersa-los no espaço, formando o caos da comunicação entre eles.
A Nova Iorque cosmopolita que abrigava o World Trade Center absorvia diariamente milhões de frases em centenas de idiomas, embora nas famosas torres gêmeas a linguagem prevalecedora tenha sido sempre a dos computadores vorazes, a do dinheiro e a do poder.
Nessa ótica, Babel existia na modernidade substituindo a necessidade de buscar o divino pela procura do poder incomensurável, aquele que decide a vida de milhões de seres humanos do planeta, no simples digitar de códigos num teclado de computador.
Os tristes episódios que marcaram a vida americana pelo terrorismo em 11 de setembro não só representam uma assumida “morte” simbólica do capitalismo e do poder bélico universal, como também apontam para uma espécie de tentativa de “frear” ações heréticas do ocidente em que tentam “igualar-se” a Deus, quando o homem ocidental constrói para a infinitude do Céu.
Como cada moeda tem duas faces, o outro lado da destruição das torres é a arma que a destruiu: o avião. Para Jung, nos sonhos dos homens contemporâneos os aviões substituem os animais fabulosos e os monstros dos tempos remotos. O avião pode ser o Pégaso, o cavalo alado dos mitos gregos que está relacionado à água e cuja significação simbólica leva em conta no seu eixo interpretativo ser “a nuvem portadora da fonte fecunda”.
O avião, ao decolar (no sonho), conduz ao êxtase, à “la petite mort”, antiga expressão coloquial que as mulheres usavam para o “orgasmo total”. Entre tantos aspectos analíticos, digamos, bastante complexos, o avião elevando-se também se assemelha ao comportamento da vida, sua aventura iniciática, tendo ou não carga ou combustível e mesmo ao chocar-se com outro avião ou obstáculo.. Nesse caso a análise revela tendências opostas ou choque de contrários. É Dialética, é ideologia povoando o inconsciente e o significado do “sonho”, registrado na memória histórica dos homens.
O avião, por pertencer ao domínio do ar, pertence ao domínio das idéias, do espírito e do pensamento. Quem nele vai pertence a Terra (Matéria) e quer se lançar em sonho ao Céu (Espírito). Ele tem a força materializada no elemento ar.
O avião é um dragão.O dragão é o guardião dos tesouros ocultos.Como símbolo do mal e das tendências demoníacas identifica-se com a serpente. Na realidade é um símbolo ambivalente. Para a doutrina hindu ele é o Princípio. Produz o soma, que é a bebida da imortalidade. Para os chineses os dragões voadores são Montaria de Imortais, eles os elevam até o Céu. É, ainda, associado ao raio (cospe fogo) e à fertilidade (traz a chuva), trata das funções e ritmos da vida que garantem ordem e prosperidade. Enquanto relâmpago simboliza o espírito e o esclarecimento da inteligência: é a fonte da verdade. Quando é raio desencadeado representa a cólera de Deus, a punição, o castigo, a autoridade ultrajada: é o justiceiro.
Obviamente que o fato ocorrido nos EUA. proporcionou uma grande soma de interpretações. Não é demais juntar a elas mais uma informação para se somar aos motivos gerais que moveram os suicidas na destruição do WTC e do Pentágono. É bem verdade que o mundo ainda está atônito com o acontecimento. Quem sabe um dragão não está imbricado nessa história, posto que faz parte de todas as culturas e religiões conhecidas, aparecendo das mais variadas formas, inclusive no materialismo dialético, simbolizando a luta de classes.
A torre foi destruída, mas o dragão é feito do elemento ar. Pode ressurgir. Do mesmo modo a nação atingida e suas aliadas também ousarão quando vestirem a armadura e a lança de São Jorge na eterna luta do bem contra o mal.

Agradável surpresa

                                                              Por Elton Tavares
Eu não costumo planejar, traçar planos ou tentar organizar minha vida anticonvencional. Sempre deixei rolar, a única coisa que levo a sério é o trabalho, sim, com o trampo eu me preocupo. Estou tentando ser um bom jornalista, um bom profissional e tals.

Mudando de assunto, há algumas semanas, me deparei com uma situação diferente, precisei fazer escolhas, ceder e arriscar. Sabem duma coisa? Eu acertei, pelo menos até aqui. Acho que é isso, uma agradável surpresa, uma mistura de sorte e diálogo.

Continuo sem planejar o futuro, vivendo um dia de cada vez e bem rápido. Mas agora, o presente está muito mais legal, beirando a perfeição. Para fechar este devaneio, deixo a tradução da música “What A Wonderful World”, que reflete o meu atual bem estar.

Que Mundo Maravilhoso – What A Wonderful World (George David Weiss)

Eu vejo as árvores verdes, rosas vermelhas também

Eu as vejo florescer para mim e você

E eu penso comigo… que mundo maravilhoso
Eu vejo os céus azuis e as nuvens tão brancas
O brilho abençoado do dia, e a escuridão sagrada da boa noite
E eu penso comigo… que mundo maravilhoso
As cores do arco-íris, tão bonitas nos céus
Estão também nos rostos das pessoas que se vão
Vejo amigos apertando as mãos, dizendo: “como você vai?”
Eles realmente dizem: “eu te amo!”
Eu ouço bebês chorando, eu os vejo crescer
Eles aprenderão muito mais que eu jamais saberei
E eu penso comigo… que mundo maravilhoso

Sim, eu penso comigo… que mundo maravilhoso

Santo Daime? Não, obrigado

                                           Por Elton Tavares
Eu costumo respeitar todo tipo de seguimento ou manifestação religiosa, pois cada um acredita no quem bem entender. Só não gosto da encheção de saco proporcionada por alguns membros delas, coisas do tipo: “você precisa aceitar Jesus”, “vives em pecado” e “você virá pelo amor ou pela dor”, entre outras.

Admito que não sou lá muito religioso, acredito e Deus, mas não freqüento igrejas ou templos de espécie alguma. Sobre os santos, não saco muito deles, mas sempre ouço falar sobre os maios famosos por aqui Expedito, que ajuda os caloteiros, Pedro, que segura as chuvas, José, nosso padroeiro, Thiago, que faz uma galera ir ao Mazagão e etecetera.

Costumo brincar dizendo que só fui batizado por que meus pais me levaram, eu não tive escolha, era um bêbê de colo. A religião que mais se aproxima das minhas idéias é o espiritismo, mas não me considero um espírita, pois eles são muito mais gente boa do que eu ou pelo menos deveriam.

Mas tem um figura que anda muito popular entre os malucos, o tal “Santo Daime”, que nomeia uma religião um pouco misteriosa, que ganhou visibilidade nacional após o assassinado do cartunista Glauco. Ah, é conhecida também como “Doutrina da Floresta”.

Prestem atenção, não estou julgando a religião, é só um comentário. Só acho que tomar um líquido indígena, feito de uma planta que não sabemos nem se “pega de galho”, como dizem os amantes de verde em casa, é uma boa pedida para encontrar a paz espiritual.

Na internet, encontrei a definição: “O Santo Daime é uma manifestação religiosa surgida em plena região amazônica nas primeiras décadas do século XX. Consiste em uma doutrina espiritualista que tem como base o uso sacramental de uma bebida enteógena (para os psiquiatras), uma droga psicodélica), a ayahuasca, com o fim de catalisar processos interiores e espirituais sempre com o objetivo de cura e bem estar do indivíduo. A doutrina não possui proselitismo, sendo a pratica espiritual essencialmente individual, sendo o autoconhecimento e internalização os meios de obter sabedoria.Segundo seus adeptos, a doutrina do Santo Daime é uma missão espiritual cristã, que encaminha os seus praticantes ao perdão e a regeneração do seu ser. Isto acontece porque o daimista, ao participar dos cultos e ingerir o Santo Daime inicia um processo de auto conhecimento, que visa corrigir os defeitos e melhorar-se sempre, para que possa um dia alcançar a perfeição.”

Tááá, eu já fico cabreiro de tomar coquetéis sofisticados com vodcka. Todo esse papo é por causa de uma conversa que tive com um figura, no MSN. Saquem:

Ele: “Fale Elton! Tive minha experiência em Benevides (PA), achei bacana. tomei o chá do Santo Daime. Precisas experimentar.”

Eu: “Fale fulano. Bicho, não estou aberto a novas experiências como esta, deixa isso para lá, curta a sua nova onda, mas eu to fora”

Ele:”Mas é uma filtragem das impurezas mentais e psíquicas e olha que eu tava com medo”

Eu: “Não velho, eu passo”

Ele: “Tudo bem, mas indico, pois não vale com intuito de entorpecer e sim de purificar”

Fiquei offline e bloqueie o cidadão. Tédoidé? Se já não sou tão chegado com os santos tradicionais, ainda mais com os alternativos. Santo Daime? Não, obrigado.

Simplesmente, Dona Antonia

 Por Régis Sanches
Dona Antônia e Régis Sanches – Anos 90
Mãe é mãe. Dona Antonia, a minha, é mais que mãe: é amiga. Sim. Porque existem mães inimigas. Lembrança da infância. Meu pai trabalhava em Caiena, íamos, minha mãe e eu, marcar consulta no Hospital Geral para algum irmão ou parente doente. Era madrugada, morávamos na Avenida Pedro Lazarino, sem asfalto, em frente à Vacaria do “Seu” Barbosa, baiano brabo, marido da cândida Dona Bené. Hoje o bairro se chama Santa Inês.

A longa caminhada até o Hospital Geral era entrecortada por pontes capengas. Sob o frio, os cães vadios latiam e avançavam sobre a gente. Minha mãe dizia: – Não tenha medo, o cachorro não vai te morder. Basta colocar a língua no céu da boca que ele vai parar de latir.
Até hoje, quando um cachorro vadio se aproxima, instintivamente, coloco a língua no céu da boca. Nunca me morderam. Minha mãe é católica fervorosa. Com o tempo, virei ateu, graças a Deus. Meu pai queria ter um time de futebol. Minha mãe, apenas uma menina. Somos cinco filhos: Régis Beck, Roka, Charlinho, Shang e Dinho. Um time de basquete, guitarristas e roqueiros.

A menina, tão esperada, veio muitos anos depois: é Ana Luiza, minha única filha, mineira de BH. Ela vai completar 15 anos, justo em 13 de setembro, dia da criação do Território Federal do Amapá.

Dona Antonia foi tocando a vida. A mãe, ela perdeu cedo, vítima de uma febre misteriosa em Anajás, no Arquipélago do Marajó. Artesã criativa e habilidosa, em Macapá e Santana minha mãe teceu sonhos. O maior deles se concretizou: todos os seus filhos têm curso superior. Hoje, ao escrever este texto no teclado do computador lembro nitidamente: a primeira vez em que ela me entregou um caderno improvisado feito com folhas de papel de embrulhar pão. E um lápis bem curtinho, que ela me ensinou a apontar com Gillette.

Também nos incentivou a tocar um instrumento, a ler poesia, a acumular cultura. Assim é Dona Antonia. A mulher que abriu mão de seus sonhos para realizar os dos outros. Poderia ser canonizada, pois tem uma generosidade infinita e sempre demonstrou grande espírito de solidariedade. Eu, que não acredito em Céu ou Inferno, sei que o paraíso existe: fica em Vila Amazonas. É o jardim da minha mãe. Onde ela conversa com suas plantas e tira energia para seguir vivendo. Vida longa à Dona Antonia.

O otário

Um conhecido “playboy” de Macapá, famoso por suas cagonices (e olha que o cara já tem quase 40 anos) pegou uma surra de um garoto, de mais ou menos 18 anos, em frente a loja de conveniência da capital amapaense. O motivo foi um “barato errado”, característico do “figurão”, que tem apelido de fruta, mas tem jeito de verme. Um típico otário.

Eu ainda consigo me surpreender como algumas coisas NUNCA mudam, este pateta já está careca, mas observo suas babaquices há umas duas décadas, desde a época do colégio. Quando será que o “empresário”, como ele mesmo se intitula (que na verdade é um vagabundo, testa de ferro de algum sacana maior), deixará de ser motivo de piada?

Suas peripécias são realmente admiráveis, o cara vive apanhando na rua, mas anda de peito estufado pagando de gato (eu juro que não tenho inveja, nem dele e nem de ninguém), prisões e dizem que já queimou dinheiro. Certa vez, o vi jogando notas de R$ 50, dentro de um bar local. Estes são apenas alguns exemplos da sapiência do indivíduo, pois são tantas que eu não conseguiria enumerar.

Ah, ele sempre ladeado de alguns fiéis escudeiros, puxa-sacos que o sugam, tipo aquele trecho da música do Cazuza: “o teu amor é uma mentira, que a minha vaidade quer” (risos). Ouvi dizer que o sacana curte bater em mulher, não sei se é fato, mas eu não duvido.

Tudo bem, confesso que eu nunca morri de amores pelo sujeito, somos desafetos antigos, mas ele marca demais e é difícil não comentar. O cara quer aparecer a todo custo, oras.

Estou evitando nomes, pois sou somente um jornalista e o ricaço poderia me processar. Mas fica a dica, ele tem apelido de fruta, é baixinho, tem uma careca e é meio cabeludo, tipo o “Mestre dos Magos” (risos). Talvez seja o maior cagão da história tucujú, afinal, suas preguices atravessam gerações.

Eu conheço muita gente que mudou com o tempo, conheço meninas danadas que aquietaram e deram certo com seus respectivos maridos, maluco que entrou nos trilhos e vadio que virou trabalhador, mas em alguns casos, como o que contei, uma vez babaca, sempre babaca.

Parabéns Igor e Dani

                                          Por Elton Tavares
A história está recheada de exemplos de gente muito inteligente que, por circunstâncias adversas e, ás vezes, até incompreensíveis, tem mais problemas do que as figuras tidas como “normais” (nem sou muito chegado a gente normal). Vou explicar:

Cursei jornalismo, na faculdade Seama, com muita gente “normal”, mas entre os colegas, estavam o Igor Reale e a Danielle Gonçalves. Os dois são figuras geniais, inteligentões mesmo. Por conta de um problema no Trabalho de Conclusão de Curso (o famigerado TCC), eles não colaram grau com a nossa turma.

E olha que o TCC deles é fantástico, trata-se de uma história em quadrinhos que conta a saga da família Magave, que foi assassinada no interior do Amapá. Eu li o material e afirmou que e coisa fina.

Ontem (12), os nobres amigos colaram grau e este post é para parabeniza-los. Igor e Dani, vocês são foda! Espero um dia trabalhar com vocês. Forte abraço e boa sorte!

Sexta-feria 13

                               Por Elton Tavares
Jason Voorhees, hoje ele deve retalhar uma galera (risos).
Tem muita gente que fica “noiada” (pensativa, amendrontada ou cabreira) com o dia de hoje, uma sexta-feira 13. Eu não ligo para todo esse papo furado, mas pensando sobre a besteira popular, resolvi procurar o porquê de tudo isso na internet. Vejam o que encontrei:
A Sexta-feira no dia 13 de qualquer mês, é considerada popularmente como um dia de azar.O número 13 é considerado de má sorte. Na numerologia o número 12 é considerado de algo completo, como por exemplo: 12 meses no ano, 12 tribos de Israel, 12 apóstolos de Jesus ou 12 signos do zodíaco. Já o 13 é considerado um número irregular, sinal de infortúnio. A sexta-feira foi o dia em que Jesus foi crucificado e também é considerado um dia de azar. Somando o dia da semana de azar (sexta) com o número de azar (13) tem-se o mais azarado dos dias.
Triscaidecafobia é um medo irracional e incomum do número 13. O medo específico da sexta-feira 13 (fobia) é chamado de parascavedecatriafobia ou frigatriscaidecafobia.
A superstição foi relatada em diversas culturas remontadas muito antes de cristo. Para se ter uma idéia, o Código de Hamurabi, criado 1700 a.C. vai até 282, mas a cláusula 13 foi excluída por superstições.
Existem histórias remontadas também pela mitologia nórdica. Na primeira delas, conta-se que houve um banquete e 12 deuses foram convidados. Loki, espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga que terminou com a morte de Balder, o favorito dos deuses. Daí veio a crendice de que convidar 13 pessoas para um jantar era desgraça. Há também quem acredite que convidar 13 pessoas para um jantar é uma desgraça, simplesmente porque os conjuntos de mesa são constituidos, regra geral, por 12 copos, 12 talheres e 12 pratos.
Segundo outra versão, a deusa do amor e da beleza era Friga . Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, Friga foi transformada em bruxa. Como vingança, ela passou a se reunir todas as sextas com outras 11 bruxas e o demônio, os 13 ficavam rogando pragas aos humanos. Da Escandinava a superstição espalhou-se pela Europa.
No cristianismo é relatado um evento de má sorte em 13 de Outubro de 1307, sexta-feira, quando a Ordem dos Templários foi declarada ilegal pelo rei Filipe IV de França. Os seus membros foram presos simultaneamente em todo o país e alguns torturados e, mais tarde, executados por heresia.Outra possibilidade para esta crença está no fato de que Jesus Cristo provavelmente foi morto numa sexta-feira 13, uma vez que a Páscoa judaica é celebrada no dia 14 do mês de Nissan, no calendário hebraico.
Recorde-se ainda que na Santa Ceia sentaram-se à mesa treze pessoas, sendo que duas delas, Jesus e Judas Iscariotes, morreram em seguida, por mortes trágicas, Jesus por crucificação e Judas provavelmente por suicídio.

Note-se também que, no Tarô, a carta de número 13 representa a Morte.
Tudo isso é surreal, pura coincidência e coisa de filmes onde um cara, que usa uma máscara de hóquei, anda a passos largos e alcança todas as suas vítimas (que sempre correm muito, muito mesmo) e corta todo mundo ao meio com um terçado, ou facão, sei lá. É, o Jason Voorhees é foda! (risos).
Claro que não vamos sair por aí dando mole para o azar né? O importante mesmo é que hoje é sexta-feira, dia internacional da cerveja. Vamos beber, ver os amigos, escutar músicas legais e desencanar dessa paranóia de azar. Tenham um ótimo findi, abraços na geral!

O valentão que se ferra no final

Por Elton Tavares
É incrível como falsos “fodões” sempre tentam estragar alguma história legal. No findi passado, vi um paspalho desse de perto, bem de perto. Eu nunca fui um exemplo, nunca fui bom rapaz ou bom aluno, muito menos tranquilo, mas nunca fui um babaca. Aquele tipo de canalha que faz de tudo para aparecer.É o típico valentão que sempre se ferra no final.  

Nada justifica alguns atos que tomamos quando estamos com raiva, que me desculpem os pacifistas de plantão, mas que é legal dar uma lição para tais patetas, ah isso é. Afinal, quem me conhece sabe que não sou anjo, não procuro confusão, mas não corro dela, nunca.

Vou explicar o perfil do cagão: São figuras que falam besteiras demais, costumam dizer que são endinheirados ou que são filhos de algum cara importante (leia-se um pateta mais velho, que não soube educá-los). Fazem pose de “bad boy”, cara de mau, bagunçam aulas, reuniões, festinhas, enfim qualquer tipo de coisa produtiva, além de faltarem com o respeito com todos ao seu redor, tudo para aparecer, putz!

Mas e na hora de assumir o rabo? De segurar a onda? De repente nos deparamos com covardes, idiotas completos que pintam a própria vida com cores falsas. Aí é legal ver este tipo de doido correr, gritando: “Tu vás ver” (risos).

É difícil determinar o que pauta a vida de uma pessoa. Mas quando vejo gente sorvendo energia, força, idéias e inspiração para executarem coisas legais e às vezes extraordinárias, não admito que vermes, como o tipo de cara que descrevi, estraguem tudo.

Os críticos podem até dizer que exagero em minhas ações e pontos de vista, não acho. Quando o imprestável não quer escutar e nem rever seus atos, tem é que levar porrada mesmo. Bom, alguns podem ficar voando, mas a maioria sabe do que falo.

Sem pauta é osso!

                                                                                                            Por Elton Tavares
A pior coisa para um jornalista, seja de impresso, rádio, TV, Web ou assessoria, é não ter pauta. Isso é mais corriqueiro do que se imagina, todos os profissionais da comunicação passam por isso. Claro que uns com mais freqüência que os outros.

O pior é quando não é só você que passa por isso na redação, quando vê todo mundo na pressão, ligando, apurando, enchendo o saco de Deus e o mundo para executar o trabalho diário. É a maior onda!

Hoje foi mais um dia em que até tentei até psicografar um texto, sorte que um colega me passou uma pauta. Eu ouvi até uma história de um amigo, que ouviu de um chefe de redação, no seu antigo trampo, a seguinte pérola:

“Cara, eu não quero nem saber se o pato é macho, quero saber dos ovos”. É, ossos do ofício, quem mandou ser jornalista (risos). Mas no final, nós damos um jeito e tudo acaba bem.

Diversão

                                     Por Elton Tavares
Latas vitimadas – Foto: Elton Tavares

Tem dias que, como diz a letra da música “Diversão”, dos Titãs, “a vida até parece uma festa”. Para alguns que conheço, ela é mesmo, mas não é o meu caso. Hoje é sexta e não quero nem pensar em escrever mais um texto, de nenhum tipo, seja institucional ou besteirol como este. Talvez amanhã.

Como dizia Chico Sciense: “Essa noite sairei e vou beber com os meus amigos, rá! Hoje quero tomar um monte de cervas, escutar som e conversar. 

Talvez nem seja só porque é sexta, talvez para mascarar pequenas frustrações (risos). Que porra nenhuma, é porque é sexta mesmo e sexta é dia de encher a lata, ou secar, como queiram.

Como tô com uma puta preguiça e com pouca criatividade, fica aí a música que falei lá em cima. Afinal, na sexta, o que vale é DIVERSÃO. Tenham um ótimo findi, abraços na geral.

Diversão – Titãs (Composição: Sérgio Britto/ Nando Reis)

A vida até parece uma festa
Em certas horas isso é o que nos resta
Não se esquece o preço que ela cobra
(é meu irmão se a gente não quer!?)
Em certas horas isso é o que nos sobra.

Ficar frágil feito uma criança
Só por medo ou por insegurança
Ficar bem ou mal acompanhado
Não importa se der tudo errado

Às vezes qualquer um
Faz qualquer coisa
Por sexo, drogas e diversão
Tudo isso (tudo isso)
Às vezes só aumenta
A angústia e a insatisfação

Às vezes qualquer um enche a cabeça de álcool
Atrás de distração, mas eu digo:
Nada disso (nada disso)
Às vezes diminui a dor e a solidão

Tudo isso, ás vezes tudo é fútil
Ficar fébrio atrás de diversão
Nada disso, às vezes nada importa
Ficar sóbrio não é solução

Tudo isso, ás vezes tudo é fútil
Ficar fébrio atrás de diversão
Nada disso, às vezes nada importa
Ficar sóbrio não é solução

Diversão; solução sim
Diversão; solução prá mim
Diversão; solução sim
Diversão; solução prá mim
Diversão; solução sim

Diversão; solução prá mim
Diverssão

A vida até parece uma festa
Em certas horas isso é o que nos resta
Não se esquece o preço que ela cobra
As vezes é muito caro…
Em certas horas isso é o que nos sobra

Ficar frágil feito uma criança
Só por medo ou por insegurança
Ficar bem ou mal acompanhado
Não importa se der tudo errado

Às vezes qualquer um
Faz qualquer coisa
Por sexo, drogas e um pouco de diversão
Tudo isso (tudo isso)
Às vezes só aumenta meu irmão
A angústia e a insatisfação

Às vezes qualquer um enche a cabeça de álcool
Atrás de distração, mas eu digo:
Nada disso (nada disso)
Às vezes diminui a dor e a solidão

Porque não gosto do Twitter

                            Por Silvio Carneiro
Ontem, li este texto do meu amigo Silvio Carneiro. Eu também não gosto de Twitter, aquele negócio tipo “msn grupal”. Mas tenho um, entro lá vez ou outra, para divulgar textos. Enfim, concordo com o texto, leiam:
Porque não gosto do Twitter
Sempre fui antenado em novas tecnologias. Nunca fui nerd, mas sempre gostei de acompanhar a evolução tecnológica. Do Atari ao PS3; da máquina de escrever para o notebook; do videocassete para o Blue Ray; assim como o nascimento e crescimento das redes sociais.
Uso e-mail desde 1997; fui adepto do ICQ; vivo com o MSN ligado direto; acesso o Orkut desde 2005; tenho blog, etc. Mas o tal do Twitter não me agrada. Não tem jeito! Já tentei. Mas não curto mesmo.
Já tentaram argumentar comigo que é divertido, útil pra minha profissão de jornalista… blá-blá-blá…
Pra começar, a gente já se depara com aquela pergunta idiota: “O que está acontecendo?” – Dãh… Não tá acontecendo nada! E daí?!
Aí vem uns idiotas achando que são “foda” e começam a falar baboseiras sobre suas vidinhas medíocres e ainda acham que estão contribuindo com alguma informação importante…
“Bom dia twt! Estou com uma dor de barriga desgraçada. Acho que vou ao banheiro passar um faz…”. “Boa tarde, twt. estou ouvindo o mais novo som do ‘Fresco’ Fresno”. “Boa noite twt. Vou mimi…”. Ah, PUTAQUEPARÉO!!! Assim não dá!
E todos aqueles “jornaleiros” que sempre tem o rabo preso com alguém e ficam tentando falar as coisas por enigma, para não se comprometer?
“Oi twt. Um passarinho me contou que um certo verde, almoçou hj com um certo roxo. Novas alianças à vista!”. “Oi twt. Tem gente de bigode tentando intimidar quem usa barba. Mas é dos carecas que elas gostam mais…”. PQP de novo! Palhaçada!
E aqueles que juram que são os melhores amigos de infância da última semana de algumas celebridades que mandam seus aspones passarem o dia twittando no lugar deles?
Cara. Na boa: Dou um doce (opa!) para quem me convencer que a merda do TWT vale de alguma coisa na vida!
Acho que o TWT é mais uma ferramente de estímulo à burrice e à preguiça, com o seu pseudo-dinamismo de 140 caracteres. Papo furado! Não me sigam. Posso estar perdido!

O amigo das mulheres

                                                     Por Igor Reale
Sou amigo das mulheres. Amigo mesmo. Não, esse texto não vai ter uma reviravolta sacana e eu não contarei que depois de ser amigo, eu como as minhas amigas. Isso não acontece e jamais vai acontecer. Sou tão perigoso para uma mulher quanto uma rosa. Se bem que as rosas podem espetar as moças desprevenidas. Eu não espeto nada.

Parem de me julgar. Explicarei a minha origem. Uma vez, eu vi um documentário sobre um homem que matou duas mulheres. O documentário explicava a infância difícil do rapaz. Nossa, como ele sofreu. A mãe obrigava o pobre menino a carregar pedras coisas do tipo. É natural que ele sinta vontade de estuprar, degolar, esquartejar e emparedar pessoas. A origem explica tudo.

A minha origem é a de qualquer viadinho chorão. Meu pai deixou a nossa casa bem cedo. Eu tinha quatro anos e a minha irmã tinha dois. Ao invés de fazer algo saudável, como virar lésbica e cantar MPB, a minha mãe treinou eu e a minha irmã para odiarmos o nosso pai e, a longo prazo, os homens. Ela foi bem sucedida nessa parte. Pelo menos comigo.

A nossa casa estava sempre cheia de mulheres deixadas. Elas conversavam a noite toda sobre os seus ex-maridos, namorados e coisas do tipo. Ao som de Roberta Miranda. Uma delas, fazia perucas. Como eu tinha pouco cabelo, as perucas eram sempre testadas em mim. Às vezes, esse teste exigia um pouco de interpretação teatral da minha parte. Então, eu era lindamente maquiado e me tornava a rainha do baile de inverno por alguns minutos e todos os rapazes iriam querer sair comigo.

Meu pai odiava essa interação. Um dia, ele me flagrou caracterizado e teve uma crise de raiva, rasgou o vestido que eu usava e jogo um copo de água no meu rosto para tirar a maquiagem. ”eu odeio o senhor, papai”, eu disse e ele me bateu. Não pela ultima vez. No entanto, eu parei de me vestir de forma feminina.

Esta é a minha origem. Ela explica algo?

Cresci me tornei amigo de muitas mulheres. Elas trocam de roupa na minha frente, falam dos seus relacionamentos, falam de outras mulheres e coisas do tipo. Eu, no meu papel de eunuco obeso engraçado, ouço tudo, aconselho e procuro soluções para as vidas complicadas delas. Tenho alguns amigos homens. Mas não consigo falar sobre coisas de homem. Entedia-me muito.

Um dia, resolvi tentar e narrei esse texto inteiro para outro homem. Ele perguntou do meu pau. Fiquei constrangido, mas respondi que apesar de dormimos juntos, comermos juntos, irmos aos mesmos lugares e tal. Meu pau e eu somos completamente estranhos.

Cagadas

Devaneiando aqui com os meus botões, sobre fatos inusitados do cotidiano, cheguei a óbvia conclusão: “ninguém está imune ao fator “cagada”. Às vezes tudo é planejado nos mínimos detalhes, mas na hora que você vai executar o plano, dá merda. Você fica invocadaço ou triste e vem logo o velho palavrão: “putaqueparéu!”.

Imprevistos acontecem em todo tipo de situação, seja você rico, pobre, negro, branco, idiota ou inteligente. É um tal de “se eu tivesse feito diferente” para cá, um tal de “foi má sorte para lá”, mas cagada não se explica, só se lamenta.

Claro que existem os casos em que você comete um vacilo e aquilo é o bastante para desorganizar o resto, uma espécie de efeito dominó. Quando a cagada é grande, até os caras mais cascudos esmurecem, o jeito é rir da própria desgraça (risos).

Já pensaram se o Buddy Holly, Ritchie Valens e Big Bopper, três grandes nomes da primeira fase do rock, não tivessem entrado naquele avião, em 1959? Se David Ames não tivesse entrado no carro da Julie Gianni, após sair da casa de Sofia Serrano, no filme Vanilla Sky? Se o Felipe Melo não tivesse sido convocado? O nome disso é cagada grande.

As imprevisíveis e inesplicáveis cagadas podem ser simples, frustrantes, malévolas, irreparáveis ou somente superáveis, depende do problema e da pessoa. Eu prefiro ficar puto com tais fatos inusitados, pior mesmo é ficar triste. É, cagadas acontecem, só precisamos de um banho de sal grosso, dicernimento e bom humor para lidar com elas (risos).

Meus heróis morreram de overdose

                                            Por Jackeline Carvalho
Ainda sob os efeitos do último dia 13(alcoolicamente falando), dia mundial do rock, sentei na beira da cama pra tirar o tênis e ver o que passava de interessante na TV em plena 3 da manhã. Zappiando e já desistindo, vi a chamada do ArquivoN, do canal Globo News. Ia passar um especial da Janis Joplin. Uma vida curta, mas intensa, extrema, no limite. Hum, esse filme você já viu, não é?

Sim, várias vezes. Essa receita intensidade+inconsequência+talento, já está mais que conhecida. Cazuza, Elis Regina, Janis Joplin, Kurt Cobain, Jim Morrison, Renato Russo, Jimi Hendrix, Brian Jones, cultivaram a tríplice aliança perfeitamente. Em uma discussão acalorada, eu e minha amiga Cybelle, chegamos na seguinte pergunta: eles tinham que morrer ou não?

No meu ponto de vista, eu achei que a morte era inevitável. Com o ritmo de vida, as drogas, o álcool, o sexo, noites mal dormidas, um dia a pilha acabaria. Mas vendo pelo lado meio místico da coisa, pra mim eles são como cometas que passaram por nós, tão brilhantes que se chegássemos perto, nos queimariam ou perderíamos a nossa visão. Todos eram autênticos, verdadeiros, espinhosos. Foram fulminantes, bombásticos, carismáticos até. Aí pergunto: e se eles não tivessem morrido, seria a mesma coisa? Teriam revolucionado o rock do mesmo jeito? Teriam seus nomes na história?

Lembra daquele ditado “depois da tempestade, a bonança”? Pois é, todos eles, em suas respectivas épocas, foram a salvação de uma geração perdida e sem heróis. Eles trouxeram verdade pra onde não tinha, fizeram com que as pessoas acreditassem em si mesmas. Criaram a identidade de toda uma juventude. Alimentaram-nos de força, inconseqüência e paixão. E morreram com a imagem que até hoje guardamos em nossa memória. Não aquela coisa sem vida (Caetano e Gil perderam o seu brilho ao longo dos anos), sem rumo, vendida para o mercado das gravadoras.

Não! Ficamos com os gritos rasgados, com as entrevistas apimentadas, com os fricotes, com as gargalhadas, com os chiliques de quarto de hotel. E com a esperança de que outros cometas virão, depois dessa tempestade que parece que nunca vai cessar.