Hoje é o Dia Nacional do Futebol

Hoje (19) é o Dia do fudownloadtebol. No dia 19 de julho comemora-se o Dia Nacional do Futebol, uma data que foi escolhida em 1976 pela CBF, a Confederação Brasileira de Futebol (quando ainda se chamava Confederação Brasileira de Desportos).Eu e meu irmão, Emerson Tavares, começamos a gostar de futebol por causa de nosso saudoso pai, José Penha Tavares (papai foi goleiro dos times amapaenses São José e Ypiranga). O velho nos levava para assistir aos jogos no antigo Estádio Glicério Marques, no centro de Macapá. Falar nisso é uma verdadeira overdose nostálgica.
Também por influência do papai, nos tornamos flamenguistas. Graças a ele e a Deus, claro. Nunca fui bom de bola, batia muito, era perna de pau, mas sempre acompanhei o esporte e acompanho até hoje. Ah, eu ia esquecendo, aqui no Amapá, torço pelo Ypiranga, mas o futebol local ainda tem muito que melhorar.

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Meu irmão Emerson, o maior flamenguista que conheço.
 
Nas mesas dos bares, todos somos técnicos apaixonados, sempre temos uma desculpa, observação ou piada. O futebol não tem lógica, essa é a graça. Futebol é amor, paixão, sorrisos, lágrimas, encarnação, apostas, discussões, confraternização e, acima de tudo, emoção.
 
Há muito, o esporte deixou de ser uma preferência masculina, ainda bem, assitir aos jogos nos bares ficou muito mais convidativo (risos). Minha relação com o futebol é somente de torcedor, não jogo bola e não jogaria mesmo se não fosse gordo (risos). Gosto é de assistir e tomar cerveja.galera do mengão
 
Enfim, amo futebol, principalmente o Flamengo, mas independente de qual seja o seu time, viva o futebol, pois ele faz parte da nossa cultura.

Elton Tavares

Sobre os shows do Interpol e Smashing Pumpkins no Lollapalooza Brasil 2015 (só tive tempo de escrever hoje)

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A exemplo das outras quatro vezes em que fui à Sampa para assistir shows de Rock and Roll, estive pela segunda no Festival Lollapalooza Brasil. InterpolPor conta da longa viagem de volta e expediente do trampo de ontem, só hoje tive tempo para escrever sobre os shows.

Na verdade, o festival deste ano contou com atrações mais dançantes do que pesadas, mas atingi meu objetivo: ver as apresentações das bandas Interpol e Smashing Pumpkins. Ambas com performances perfeitas.

Era um domingo frio e cinzento, aliás, o último de março, quando o Interpol subiu ainterpol2o palco Skol, no Lollapalooza Brasil 2015. O grupo tocou de 15h30 às 17h debaixo da garoa dos paulistas, o nosso “chuvisco”. Logo a banda nova-iorquina aqueceu o coração e alma dos fãs que estavam no autódromo de Interlagos.

Eu não sabia se pulava, fotografava ou cantava (com meu pobre inglês) as canções da banda indie. A força do Rock and Roll fez aqueles caras levantarem a multidão de fãs. Foi lindo!

SPO Smashing Pumpkins fechou o festival no palco Onix do Lollapalooza Brasil 2015. Billy Corgan, compositor, líder, único membro da formação original do grupo e dono da bola mandou muito bem. Ele veio acompanhado do guitarrista Jeff Schroeder (na banda desde 2007), pelo baixista Mark Stoermer (The Killers) e baterista Brad Wilk (Rage Against the Machine).

Eu aguardava um show do Smashing Pumpkins desde os anos 90. Eles levaram sons como “Tonight, Tonight”, “Ava Adore, Bullet With Butterfly Wings”, “Disarm”, “Cherub Rock”, Today, 1979, a nova “Being Beige”.Smashing1

O público estava hipnotizado com a apresentação, muita gente, como eu foi às lágrimas. Como não chorar? O careca antipático do rock cantou com o coração e a banda tocou de forma perfeita. Foi emocionante e entrou para a história rocker da minha vida.

Elton Tavares

Feliz aniversário, Aninha!

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Um brinde pela saúde e sucesso da nossa Aninha

 

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Aninha e nossa Peró.

Hoje é aniversário da neta dedicada, afetuosa e zelosa da Peró, sobrinha amorosa, irmã e filha perfeita, botafoguense, apreciadora de boa música e artes, exímia dançarina e genial acadêmica do curso de Arquitetura da Universidade Federal do Amapá (Unifap), além de minha prima preferida, Ana Paula Cunha Tavares. A nossa mais que maravilhosa “Aninha”.

Como diz a música do Kid Abelha: “Há vinte anos você nasceu, ainda guardo um retrato antigo…”. Na verdade, tenho várias fotos da Ana criança. Aliás, ela é um ser humano extraordinário desde gitinha.

Ana Paula é a melhor entre nós, netos da Peró. Sei que cada um tem uma forma de demonstrar amor, mas nenhum como ela. Dá gosto de ver o tratamento dela para com a vovó.

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Eu e Aninha. Ela ainda criança e eu não tão gordo, mas sempre muito amor envolvido.

Aninha completa somente 20 anos, mas sua alma é velha, muito velha. Vou explicar. A linda mulher não possui só beleza física, também tem áurea brilhante de tão evoluída, coerente, justa e responsável. Apesar do porte de princesa, é discreta, tranquila e demais gente boa.

Uma das coisas que mais admiro na Ana é a total falta de arrogância, pois uma moça do seu padrão de vida teria tudo pra ser mais uma patricinha. Só que a nossa Aninha não, ela é porreta.

Como todos têm defeitos, Aninha é temperamental como toda a nossa família. Mas a personalidade forte não a torna antipática e muito menos grossa. Ela é uma dama, realmente uma mulher admirável.

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Ana, eu e minha ruiva.

Aninha era afilhada de batismo do meu pai e meu avô babava por ela. Ambos já viraram saudade, mas tenho certeza de que, onde estiverem, sentem muito orgulho dela, como todos nós.

Não tenho nenhuma dúvida que Ana ainda conquistará muitas coisas acima da média, pois ela é diferenciada. Enfim, Ana Paula Cunha Tavares é amada, admirada e respeitada por suas famílias materna, paterna, amigos e colegas. Ela é PHoda! (desculpem, palavrões são uma forma de licença poética). Difícil é escrever sobre alguém tão especial. Uma das pessoas mais paid’éguas que conheço.

Aninha, você é uma benção e nós te amamos. Desejo vida longa, próspera, saudável e feliz. E que tudo que você sonha se realize. Meus parabéns e feliz aniversário!

Obs: mas falta o namorado vir a Macapá tomar uma conosco. Sabe como é…Pra gente sacar o cara, rs. Brincadeira, prima. Quero mesmo é que sejas feliz. Amo-te!

Elton Tavares

Ontem encontrei o Black Sabbá, o velho maluco roqueiro de Macapá

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Eu e Black Sabbá – Foto: Fernando França

 

Ontem (13), ao chegar no Underground Rock Bar, reencontrei o roqueiro e brother das antigas, José Sebastião, o Black Sabbá ou Sabá da Barra. Eu não falava pessoalmente com o cara há 13 anos e foi legal pra caramba rever essa figuraça.

Conversei com o cara por horas na madrugada quente e regada a birita gelada. Lembramos das festas de rock, dos malucos da cidade, das nossas proezas juvenis e rimos pra caralho.

Conheci o Black na primeira metade dos anos 90. Ele tá com 43 e eu 38 anos, na época era mais um doidão porreta dos muitos que conheci na vida, um cara rock n’ roll demais. Sabbá ficará por alguns dias na terrinha, antes de voltar pra Icoaracy (PA) , onde reside. Parece que até cantará no Underground Rock Bar. E se rolar, vou divulgar e prestigiar.

O Black

O figura é conhecido na capital amapaense com Black Sabbá, uma alusão a banda inglesa Black Sabbath (tanto que ele também usas dois “Bs”). Nos anos 80, 90 e primeira metade dos anos 2000, ele agitou e muito, em Macapá.

Vascaíno fervoroso, um dia Black me disse que sua opção por torcer pelo clube cruzmaltino se deu depois que ele levou um cascudo de um cidadão que vestia a camisa do rival, Flamengo, na época que ele era garoto e trabalhava como engraxate.

Junto com Jony, Guri e Jessi, Black fundou banda “Prisioneiros do Lar”, nos anos 80. O grupo se apresentava em todo lugar da antiga Macapá. Era uma banda com muita atitude e energia, canalizada através de seu vocalista. Black era um cantor estiloso, performático e carismático. Sempre com um sorriso no rosto e bom humor invejável.

Elton Tavares

Cordas (por @rebeccabraga )

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Por Rebecca Braga

Quando eu tinha doze anos, minha mãe chegou em casa entusiasmada com uma novidade pra mim.

-Filha, você vai fazer um teste de seleção pra estudar no Walkíria Lima.

O Walkíria Lima é uma escola de música tradicional na minha cidade, onde foram formados grandes músicos por gerações.

No exato momento em que ela me disse isso, eu fiquei me imaginando sentada à frente de um piano tocando, então perguntei, ainda mais entusiasmada do que minha mãe:

-Eu vou estudar piano?

-Não, você vai fazer o teste pra estudar violão popular.

Não acredito que ela sabia a diferença entre os cursos de violão popular e clássico que oferecia a escola, mas o porquê de ela ter feito aquela escolha pra mim foi ficando muito claro nos dias que se seguiram até o teste.

Também não sei se ela notou minha expressão de decepção quando me disse que eu ia tentar uma vaga pra estudar violão e não piano.unnamed (4)

Disse-me ela que a idade ideal para começar a estudar piano era aos cinco anos e que portanto eu já estava velha. Também argumentou que uma mulher tocando violão era tão incomum e tão charmoso, que ela própria tinha começado a estudar violão quando jovem, mas como vinha de uma família muito cheia de limitações, precisou abandonar pra ajudar em casa com os irmãos.

Minha mãe lembrava do Bona, um método de aprendizado de música muito usado na época – que eu sinceramente não sei se alguém hoje ainda usa – e de como se sentia capaz de lembrar algum acorde ao violão se tivesse um nas mãos. O que realmente era verdade. Comprovei alguns meses depois quando comprei meu primeiro violão.

Apareciam ali os motivos da escolha de minha mãe. Vontades dela, frustrações dela.

Não a culpo. Eu sei bem o que é isso.

Fiz o teste de seleção. Passei e algumas poucas semanas depois estava estudando violão popular.

Fiquei dois anos e meio naquela escola. Metade desse tempo sem professor, como tantos outros alunos.

Meu professor era uunnamed (5)m jovem músico, guitarrista dos bons, bem intencionado mas sem nenhuma prática didática.

Aprendi alguns dedilhados e meia dúzia de acordes. Mas foi ele quem descobriu que eu sabia cantar. Começou me fazendo levar canções que ouvia na rádio gravadas em fita K-7. Ficava ali na minha frente ouvindo e fazendo alguns acordes até que me dizia:

-Já tirei. Vamos tocar. Você canta!

E foi assim por meses. Meses esses que nunca me viram faltar uma aula. Eu chegava uma, duas horas antes do meu horário. Meu professor havia me mostrado uma sala que não servia para aulas mas que guardava um piano muito antigo já não usado.

Lá eu costumava sentar e ficar olhando as teclas brancas e pretas sem ter a mínima ideia do que fazer com aquele instrumento que habitou meu imaginário de maneira tão delicada por toda a minha infância.

Lembro de passar pelo corredor e ver aquelas meninas sentadas ao piano tocando clássicos. Ficava com essa impressão de que elas eram meninas que nasceram pra ser princesas.

Do tipo que estudam balé, piano, francês.10629741_10152231766686537_3142293064858119215_n

Tivesse eu talento talvez até tivesse aprendido sozinha. Mas não foi o caso. Como também não sei tocar violão até hoje. Sei uns acordes, faço umas batidas e algumas canções simples aparecem.

Mas é só isso.

Hoje eu já não desejo mais, já não me frustro mais. Eu gosto de ser cantora. Gosto de ter gente talentosa me acompanhando. Adoro as mãos que tocam as cordas pra mim, que tocam piano pra mim.

E gosto mais ainda quando as mãos tocam em mim.

P.S: Não consegui escolher uma trilha pra esse texto, sintam -se à vontade pra fazê -lo.

P.S do P.S: Texto dedicado a todos aqueles que me ajudaram a me achar musicalmente e que tocaram pra mim e em mim.

Fonte: Blog Girassol e Catavento.

Os Poetas Azuis (textaço de @rebeccabraga)

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Eu não lembro ao certo como a poesia ganhou lugar na minha vida. Mas uma das lembranças mais antigas que eu tenho é ter encontrado uns livros em casa. Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Castro Alves. Mas confesso que parecia complexo demais pra mim.

Há uns anos, conheci os saraus. Música, poesia, vinil, cerveja gelada e gente bacana. Mas não sei ao certo se entendia a medida dessa poesia feita na mesa de bar. Por vezes eu queria mais, outras, menos.

Lembro da Patrícia Andrade recitando Martha Medeiros mas sobretudo já dizendo seus poemas. Lembro-me do Dinho Araújo e seu ‘O ralho’ certeiro, da Andreia Lopes com Mário Quintana e Adélia Prado. Acho que minha formação de apreciadora da poesia começou com eles.

Depois disso, acompanhei uma geração de poetas. Homens e mulheres tão apaixonados e comprometidos com a poesia que me sentia comovida

De repente a cidade se encheu de declamadores, de grupos de estudo, de grupos de performance. Os bares também se encheram de poesia. E eu gostei disso.

CABEÇALHO AQUI

Mas ainda tinha dúvida sobre a medida. Até que entendi que não há medida na poesia e aconteceu quando vi Os Poetas Azuis pela primeira vez. De cara amei o nome. Azul é minha cor preferida. Azul da cor do céu, do mar, dos olhos do rapaz, até o amor, já diz a canção de Djavan, “o amor é azulzin. “

Pra mim os Poetas Azuis revolucionaram o jeito de fazer poesia. Juntaram com música, mas não de um jeito convencional. É um diálogo entre os poetas, o músico e o público.

É poesia musicalizada? Música poetizada? É alguma coisa assim. Chamaram de stand up poético.

Os artistas dividempoetasazuis2 a performance. Mas no fundo penso que eles somam talentos e multiplicam as sensações na gente.

Atualmente, os Poetas Azuis estão em cartaz todo sábado no Chocolate com tapioca. Nos sábados de Poesia ao vinho, escolhem um poeta e sua poesia e para o nosso deleite derramam na gente. Mas não somente reproduzem o trabalho de outros. Fazem também com o próprio trabalho. Escorregam como peixes nos nossos sentidos e nos provocam prazeres dionísicos. Recomendo.

Rebecca Braga – Acadêmica da Unifap, cantora, musicista, militante da cultura, mãe da Sofia e amiga deste jornalista.

*Pedi pra Bel escrever sobre os Poetas Azuis após ver um show deles na companhia dela. Rebequinha fez melhor do que a encomenda. Valeu!

Ah, assistam a um vídeo de uma apresentação dos Poetas Azuis:

O carroceiro (relato bacana sobre a antiga Macapá) – Por Floriano Lima

Os mais antigos como eu, lembram o apogeu desses veículos em nossa Macapá. Transportando a madeira, o cimento e até mesmo fazendo “mudança”…ficavam em seus pontos de frete, na feira central, no Buritizal e outros locais. Mas nunca um carroceiro foi tão folclórico como o “Mucura”, que o conheci e conversei pessoalmente com ele. 
 
Era um “galego magro dos olhos claros” com voz rouca e “metido” a galanteador, que sempre que as moças passavam, ele “jogava” todo o seu charme, até que aconteceu o fato que ele veio a entrar no imaginário popular. Ele “deu” a sua tradicional “cantada”, sendo que a mesma era casada e participou ao “digníssimo”, que tomando as “dores” da amada partiu ao seu encontro. 
 
Chegando entre os carroceiros perguntou: Quem é o “Mucura” aqui? Ele, pensando que era um “gordo” frete, respondeu: Quantas carradas patrão ? O sujeito respondeu: só duas e desceu o braço no Mucura. Desde esse dia, quando se aproximavam dele, diziam…quantas carradas patrão ? São histórias de uma Macapá que não existe mais…
 
Floriano Lima

A M Ô R (por Floriano Lima)

A M Ô R – Ontem, passando pela orla, me deparei com essa cena que me comoveu, porque fazia desta maneira com os meus pais, cuidando até a hora da “partida”. 

Me aproximei após fotografar e reconheci que era a minha professora do primário, do Grupo Escolar Barão do Rio Branco (72,73), Aspásia Marinho e o seu filho Roberto. 

Beijei sua mão, beijei a sua fronte, sentir o aroma do leite de rosas na sua pele, contive a emoção para não preocupá-la, falei quem eu era…ela já distante pela senilidade dos seus 91 anos, concordava. Parabenizei o filho pelo tratamento que a dispensava e fui embora, deixando as lágrimas para correrem no meu rosto, longe da vista deles….

Floriano Lima

Quando eu era criança…

                                                                                   Por Darth J. Vader
Anakin Skywalker ainda molequinho.
O que você quer ser quando crescer é uma pergunta realmente pertinente, se você já tem mais de 15 anos. Quando criança, quis ser muita coisa e um pouco de tudo. Mudar o mundo com uma atitude minha era uma das favoritas.
Por exemplo: Quando criança, queria ser ambientalista. Queria que todos entendessem que a água é um recurso findável e quanto menos a gente gastar, mais tempo viveremos na Terra. Não deu, mas estou vingada: hoje todo mundo sabe disso (se fazem algo ou não é outra história) e tem até ongs diversas em todo o globo.
Também quis ser pianista. Não porque ganharia dinheiro com música – nessa País é complicado, saca? -, mas as pessoas pagariam para me ver dedilhar aquelas incríveis e complicadas notas de Bach. Desisti porque além de não saber onde arranjar aulas de piano na época, um instrumento daquele tamanho não caberia na minha sala.
Pensei também na Fórmula 1. A primeira mulher a pilotar um carro de corrida na categoria mais importante do mundo da velocidade. Não por causa do dinheiro ou pela glória, e sim por saber que milhões de brasileiros acordariam no domingo e ligariam a TV para torcer por mim. Eu seria um grande exemplo de superação. “Oras, se ela pode, por que não eu?!”, e o povo seria menos apático e mais tentado a realizar seus sonhos… Essa idéia também foi por água abaixo: até hoje não sei dirigir.
Outra coisa que me passou pela cabeça era fazer parte de uma banda mundialmente famosa. Todos me conheceriam, meu rosto estaria em outdoors e peças publicitárias, e eu ainda ia ser rica! Bom… Cancela: tenho medo de avião e a comida a bordo nem sempre é boa.
Por fim, pensei em me aventurar pelo mundo da literatura. Escrever romances policiais do tipo que só se descobre o assassino nas últimas páginas. Ou ficção científica falando dos venusianos como um povo ardil e cruel, mas que se sensibiliza ao conhecer os lunáticos terráqueos, acabando por nos deixar em paz. Esta nem precisa de muita explicação. É óbvio que a Terra não foi invadida (será?) e que o culpado é sempre o mordomo.
Percebi então que o único modo de ser escritora seria ser jornalista (quem não tem cão…) e hoje sou feliz na profissão que escolhi. É pena que o STJ não compartilhe do meu orgulho, mas deixa pra lá.
Ainda não cresci, continuo jogando feito louca e escrevo neste blog de vez em quando. Aliás, este espaço é uma boa maneira de me manter com 7 anos de novo…

Cobertura de posto de gasolina vira com o vento

                                                                  Foto: Elton Tavares
 

Aqui, na capital amapaense, acontece cada coisa. Hoje, por volta de meio- dia, passei de carro pela Avenida Feliciano Coelho, esquina com a Rua Jovino Dinoá, no bairro do Trem, zona Sul de Macapá, e me deparei com essa cena aí em cima. A cobertura de um movimentado posto de gasolina virada. Putz!!

Dizem que foi uma ventania. Já pensou se você estivesse abastecendo na hora? Eu hein. Égua do ventinho!!

A Carta do Cacique Seattle, em 1855

Em 1855, o cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou esta carta ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), depois de o Governo haver dado a entender que pretendia comprar o território ocupado por aqueles índios. Faz mais de um século e meio. Mas o desabafo do cacique tem uma incrível atualidade. A carta:
“O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra. O grande chefe assegurou-nos também da sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Nós vamos pensar na sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra. O grande chefe de Washington pode acreditar no que o chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na mudança das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas, elas não empalidecem.
Como pode-se comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode então comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre as coisas do nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na crença do meu povo.
Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual ao outro. Porque ele é um estranho, que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, nem sua amiga, e depois de exaurí-la ele vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu pai sem remorsos. Rouba a terra de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos. Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende.
Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o zunir das asas dos insetos. Talvez por ser um selvagem que nada entende, o barulho das cidades é terrível para os meus ouvidos. E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo à noite? Um índio prefere o suave sussurro do vento sobre o espelho d’água e o próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de pinho. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar, animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo, ele é insensível ao mau cheiro.
Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo que possa ser de outra forma. Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais valioso que um bisão, que nós, peles vermelhas matamos apenas para sustentar a nossa própria vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens. Tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra.
Os nossos filhos viram os pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio e envenenam seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias. Eles não são muitos. Mais algumas horas ou até mesmo alguns invernos e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nestas terras ou que tem vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar, sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.
De uma coisa sabemos, que o homem branco talvez venha a um dia descobrir: o nosso Deus é o mesmo Deus. Julga, talvez, que pode ser dono Dele da mesma maneira como deseja possuir a nossa terra. Mas não pode. Ele é Deus de todos. E quer bem da mesma maneira ao homem vermelho como ao branco. A terra é amada por Ele. Causar dano à terra é demonstrar desprezo pelo Criador. O homem branco também vai desaparecer, talvez mais depressa do que as outras raças. Continua sujando a sua própria cama e há de morrer, uma noite, sufocado nos seus próprios dejetos. Depois de abatido o último bisão e domados todos os cavalos selvagens, quando as matas misteriosas federem à gente, quando as colinas escarpadas se encherem de fios que falam, onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águias? Terão ido embora. Restará dar adeus à andorinha da torre e à caça; o fim da vida e o começo pela luta pela sobrevivência.
Talvez compreendêssemos com que sonha o homem branco se soubéssemos quais as esperanças transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais visões do futuro oferecem para que possam ser formados os desejos do dia de amanhã. Mas nós somos selvagens.
Os sonhos do homem branco são ocultos para nós. E por serem ocultos temos que escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos na venda é para garantir as reservas que nos prometeste. Lá talvez possamos viver os nossos últimos dias como desejamos.
Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos.
Nunca esqueça como era a terra quando dela tomou posse. E com toda a sua força, o seu poder, e todo o seu coração, conserva-a para os seus filhos, e ama-a como Deus nos ama a todos. Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum.”

Fim do blog Eu sou do Norte

O blog “Eu sou do Norte” encerrou hoje (22) suas atividades. Durante meses, eu e os jornalistas Camila Karina e Igor Reale, escrevemos sobre lugares, eventos culturais, bandas, filmes e outras coisinhas.

Por conta de nossas atribuições profissionais e nossos blogs pessoais, não sobrou tempo para o Eu sou do Norte. Os papos continuam por aqui e nos blogs de meus queridos amigos da antiga equipe.

É importante dizer que o blog fez muito sucesso e ajudou muitos eventos. Também foi odiado por alguns, principalmente nas resenhas sobre bandas do genial Igor Reale. Encerramos hoje, mas saímos por cima, sem brigas internas, com muitos seguidores e acessos. É só uma questão de disponibilidade mesmo.

O endereço do Eu sou do Norte é: http://nortesou.blogspot.com/, ele ficará no ar como arquivo. Nosso muito obrigado á todos que leram a página. Valeu praca! Abraços na geral!
Elton Tavares

Setembro Negro

                                                                                               Por Régis Sanches

Existem dias que as pessoas gostariam de riscar do calendário. Porém, este setembro está saindo pior que agosto, considerado o mês de azar por excelência. Vamos começar pela fatídica data de 11 de setembro, do nem tão longínquo 2001, quando as Torres Gêmeas de Nova Iorque foram varridas do mapa da cidade sob as ordens de Osama Bin Laden.

Em 11 de setembro de 2010 nenhuma torre explodiu a mando da Al-Qaeda. Mas o dia anterior será sempre de péssima lembrança para os amapaenses. Não vou citar nomes, pois o enredo da história é, deveras, conhecido.

Um toque de magia marcou o 13 de setembro. Aniversário triplo: do ex-Território Federal do Amapá e os 38 anos do meu irmão caçula, Wander Sanches, o Dinho, economista, ex-aluno de Simão Jatene, que vai aplicar uma surra eleitoral sonora na inoperante Ana Júlia Carepa, no vizinho Estado do Pará; e, finalmente, os 15 anos de Ana Luiza Sanches, mineira de BH, minha única filha.

A felicidade completou-se na noite de ontem, 14, quando comemoramos o aniversário, no Bar do Francês, do Elton Tavares, titular deste blog, no qual terceirizo os meus escritos. Vida longa: saúde e sorte, com doses exageradas de equilíbrio e sabedoria aos aniversariantes do Setembro Negro.

No mais, estamos curtindo a vida, adoidado, sem neurose ou psicose nem pesadelos medonhos. Que eu saiba, não há sonâmbulos entre nós, perambulando pelas ruas de Macapá. Estava à mesa uma jornalista que, além do excelente texto, também tem potente jabs de direita e esquerda. E também uma enfermeira, que zela pela sua profissão. Até o francês, dono do bar homônimo, meteu a sua colher no tacacá da política amapaense.

Temos vivido dias de intensas emoções. Uma semana tensa e intensa. Enfim, para resumir: QUEM VIVE DE PASSADO É MUSEU; O FUTURO A DEUS PERTENCER (PARA QUEM ACREDITA); E O MELHOR LUGAR DO MUNDO É AQUI E AGORA. Fui…

13 de setembro

                                         Por Elton Tavares
João Espíndola, meu avô, um dos pioneiros do antigo Teritório Federal do Amapá.
Salve queridos leitores. Hoje, 13 de setembro é feriri, coisa boa numa segunda calorenta. A data comemora a criação do antigo “Território Federal do Amapá”. Eu amo o Amapá, sou natural daqui, minha família é pioneira e tals. Meu saudoso avô, João Espíndola Tavares, foi um dos grandes homens do antigo Território e do Estado do Amapá, tenho orgulho disso. Tive diversas oportunidades de ir embora para Belém (PA) e uma para Manaus (AM), mas eu gosto é daqui.

De acordo com a história: “O Território Federal do Amapá era o território federal equivalente ao atual estado do Amapá. Graças à brilhante defesa da diplomacia do Barão do Rio Branco, a Comissão de Arbitragem em Genebra, na Suíça, concedeu a posse do território disputado ao Brasil (1 de maio de 1900), incorporado ao Estado do Pará com o nome de Araguari.


Em plena Segunda Guerra Mundial, visando a fatores estratégicos e de desenvolvimento econômico, a região foi desmembrada do estado do Pará pelo Decreto-lei n° 5.812, de 13 de setembro de 1943, constituindo o Território Federal do Amapá.


A descoberta de ricas jazidas de manganês na Serra do Navio, em 1945, revolucionou a economia local.


Com a promulgação da Constituição brasileira de 1988, a 5 de Outubro, o Amapá foi elevado à categoria de Estado”.

E lá se foram 67 anos. Amanhã (14), completarei 34 verões, já viajei um pouco, já vivi muitas coisas boas e ruins. Por isso, acredito que este Estado será grande, pois tem muita á oferecer e explorar. Basta trabalharmos para isso. Abraços na geral e viva o Amapá!