Elton Tavares
Hoje é o Dia Nacional do Futebol
Elton Tavares
A exemplo das outras quatro vezes em que fui à Sampa para assistir shows de Rock and Roll, estive pela segunda no Festival Lollapalooza Brasil. Por conta da longa viagem de volta e expediente do trampo de ontem, só hoje tive tempo para escrever sobre os shows.
Na verdade, o festival deste ano contou com atrações mais dançantes do que pesadas, mas atingi meu objetivo: ver as apresentações das bandas Interpol e Smashing Pumpkins. Ambas com performances perfeitas.
Era um domingo frio e cinzento, aliás, o último de março, quando o Interpol subiu ao palco Skol, no Lollapalooza Brasil 2015. O grupo tocou de 15h30 às 17h debaixo da garoa dos paulistas, o nosso “chuvisco”. Logo a banda nova-iorquina aqueceu o coração e alma dos fãs que estavam no autódromo de Interlagos.
Eu não sabia se pulava, fotografava ou cantava (com meu pobre inglês) as canções da banda indie. A força do Rock and Roll fez aqueles caras levantarem a multidão de fãs. Foi lindo!
O Smashing Pumpkins fechou o festival no palco Onix do Lollapalooza Brasil 2015. Billy Corgan, compositor, líder, único membro da formação original do grupo e dono da bola mandou muito bem. Ele veio acompanhado do guitarrista Jeff Schroeder (na banda desde 2007), pelo baixista Mark Stoermer (The Killers) e baterista Brad Wilk (Rage Against the Machine).
Eu aguardava um show do Smashing Pumpkins desde os anos 90. Eles levaram sons como “Tonight, Tonight”, “Ava Adore, Bullet With Butterfly Wings”, “Disarm”, “Cherub Rock”, Today, 1979, a nova “Being Beige”.
O público estava hipnotizado com a apresentação, muita gente, como eu foi às lágrimas. Como não chorar? O careca antipático do rock cantou com o coração e a banda tocou de forma perfeita. Foi emocionante e entrou para a história rocker da minha vida.
Elton Tavares
Hoje é aniversário da neta dedicada, afetuosa e zelosa da Peró, sobrinha amorosa, irmã e filha perfeita, botafoguense, apreciadora de boa música e artes, exímia dançarina e genial acadêmica do curso de Arquitetura da Universidade Federal do Amapá (Unifap), além de minha prima preferida, Ana Paula Cunha Tavares. A nossa mais que maravilhosa “Aninha”.
Como diz a música do Kid Abelha: “Há vinte anos você nasceu, ainda guardo um retrato antigo…”. Na verdade, tenho várias fotos da Ana criança. Aliás, ela é um ser humano extraordinário desde gitinha.
Ana Paula é a melhor entre nós, netos da Peró. Sei que cada um tem uma forma de demonstrar amor, mas nenhum como ela. Dá gosto de ver o tratamento dela para com a vovó.
Aninha completa somente 20 anos, mas sua alma é velha, muito velha. Vou explicar. A linda mulher não possui só beleza física, também tem áurea brilhante de tão evoluída, coerente, justa e responsável. Apesar do porte de princesa, é discreta, tranquila e demais gente boa.
Uma das coisas que mais admiro na Ana é a total falta de arrogância, pois uma moça do seu padrão de vida teria tudo pra ser mais uma patricinha. Só que a nossa Aninha não, ela é porreta.
Como todos têm defeitos, Aninha é temperamental como toda a nossa família. Mas a personalidade forte não a torna antipática e muito menos grossa. Ela é uma dama, realmente uma mulher admirável.
Aninha era afilhada de batismo do meu pai e meu avô babava por ela. Ambos já viraram saudade, mas tenho certeza de que, onde estiverem, sentem muito orgulho dela, como todos nós.
Não tenho nenhuma dúvida que Ana ainda conquistará muitas coisas acima da média, pois ela é diferenciada. Enfim, Ana Paula Cunha Tavares é amada, admirada e respeitada por suas famílias materna, paterna, amigos e colegas. Ela é PHoda! (desculpem, palavrões são uma forma de licença poética). Difícil é escrever sobre alguém tão especial. Uma das pessoas mais paid’éguas que conheço.
Aninha, você é uma benção e nós te amamos. Desejo vida longa, próspera, saudável e feliz. E que tudo que você sonha se realize. Meus parabéns e feliz aniversário!
Obs: mas falta o namorado vir a Macapá tomar uma conosco. Sabe como é…Pra gente sacar o cara, rs. Brincadeira, prima. Quero mesmo é que sejas feliz. Amo-te!
Elton Tavares
Ontem (13), ao chegar no Underground Rock Bar, reencontrei o roqueiro e brother das antigas, José Sebastião, o Black Sabbá ou Sabá da Barra. Eu não falava pessoalmente com o cara há 13 anos e foi legal pra caramba rever essa figuraça.
Conversei com o cara por horas na madrugada quente e regada a birita gelada. Lembramos das festas de rock, dos malucos da cidade, das nossas proezas juvenis e rimos pra caralho.
Conheci o Black na primeira metade dos anos 90. Ele tá com 43 e eu 38 anos, na época era mais um doidão porreta dos muitos que conheci na vida, um cara rock n’ roll demais. Sabbá ficará por alguns dias na terrinha, antes de voltar pra Icoaracy (PA) , onde reside. Parece que até cantará no Underground Rock Bar. E se rolar, vou divulgar e prestigiar.
O Black
O figura é conhecido na capital amapaense com Black Sabbá, uma alusão a banda inglesa Black Sabbath (tanto que ele também usas dois “Bs”). Nos anos 80, 90 e primeira metade dos anos 2000, ele agitou e muito, em Macapá.
Vascaíno fervoroso, um dia Black me disse que sua opção por torcer pelo clube cruzmaltino se deu depois que ele levou um cascudo de um cidadão que vestia a camisa do rival, Flamengo, na época que ele era garoto e trabalhava como engraxate.
Junto com Jony, Guri e Jessi, Black fundou banda “Prisioneiros do Lar”, nos anos 80. O grupo se apresentava em todo lugar da antiga Macapá. Era uma banda com muita atitude e energia, canalizada através de seu vocalista. Black era um cantor estiloso, performático e carismático. Sempre com um sorriso no rosto e bom humor invejável.
Elton Tavares
Por Rebecca Braga
Quando eu tinha doze anos, minha mãe chegou em casa entusiasmada com uma novidade pra mim.
-Filha, você vai fazer um teste de seleção pra estudar no Walkíria Lima.
O Walkíria Lima é uma escola de música tradicional na minha cidade, onde foram formados grandes músicos por gerações.
No exato momento em que ela me disse isso, eu fiquei me imaginando sentada à frente de um piano tocando, então perguntei, ainda mais entusiasmada do que minha mãe:
-Eu vou estudar piano?
-Não, você vai fazer o teste pra estudar violão popular.
Não acredito que ela sabia a diferença entre os cursos de violão popular e clássico que oferecia a escola, mas o porquê de ela ter feito aquela escolha pra mim foi ficando muito claro nos dias que se seguiram até o teste.
Também não sei se ela notou minha expressão de decepção quando me disse que eu ia tentar uma vaga pra estudar violão e não piano.
Disse-me ela que a idade ideal para começar a estudar piano era aos cinco anos e que portanto eu já estava velha. Também argumentou que uma mulher tocando violão era tão incomum e tão charmoso, que ela própria tinha começado a estudar violão quando jovem, mas como vinha de uma família muito cheia de limitações, precisou abandonar pra ajudar em casa com os irmãos.
Minha mãe lembrava do Bona, um método de aprendizado de música muito usado na época – que eu sinceramente não sei se alguém hoje ainda usa – e de como se sentia capaz de lembrar algum acorde ao violão se tivesse um nas mãos. O que realmente era verdade. Comprovei alguns meses depois quando comprei meu primeiro violão.
Apareciam ali os motivos da escolha de minha mãe. Vontades dela, frustrações dela.
Não a culpo. Eu sei bem o que é isso.
Fiz o teste de seleção. Passei e algumas poucas semanas depois estava estudando violão popular.
Fiquei dois anos e meio naquela escola. Metade desse tempo sem professor, como tantos outros alunos.
Meu professor era um jovem músico, guitarrista dos bons, bem intencionado mas sem nenhuma prática didática.
Aprendi alguns dedilhados e meia dúzia de acordes. Mas foi ele quem descobriu que eu sabia cantar. Começou me fazendo levar canções que ouvia na rádio gravadas em fita K-7. Ficava ali na minha frente ouvindo e fazendo alguns acordes até que me dizia:
-Já tirei. Vamos tocar. Você canta!
E foi assim por meses. Meses esses que nunca me viram faltar uma aula. Eu chegava uma, duas horas antes do meu horário. Meu professor havia me mostrado uma sala que não servia para aulas mas que guardava um piano muito antigo já não usado.
Lá eu costumava sentar e ficar olhando as teclas brancas e pretas sem ter a mínima ideia do que fazer com aquele instrumento que habitou meu imaginário de maneira tão delicada por toda a minha infância.
Lembro de passar pelo corredor e ver aquelas meninas sentadas ao piano tocando clássicos. Ficava com essa impressão de que elas eram meninas que nasceram pra ser princesas.
Do tipo que estudam balé, piano, francês.
Tivesse eu talento talvez até tivesse aprendido sozinha. Mas não foi o caso. Como também não sei tocar violão até hoje. Sei uns acordes, faço umas batidas e algumas canções simples aparecem.
Mas é só isso.
Hoje eu já não desejo mais, já não me frustro mais. Eu gosto de ser cantora. Gosto de ter gente talentosa me acompanhando. Adoro as mãos que tocam as cordas pra mim, que tocam piano pra mim.
E gosto mais ainda quando as mãos tocam em mim.
P.S: Não consegui escolher uma trilha pra esse texto, sintam -se à vontade pra fazê -lo.
P.S do P.S: Texto dedicado a todos aqueles que me ajudaram a me achar musicalmente e que tocaram pra mim e em mim.
Fonte: Blog Girassol e Catavento.
Eu não lembro ao certo como a poesia ganhou lugar na minha vida. Mas uma das lembranças mais antigas que eu tenho é ter encontrado uns livros em casa. Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Castro Alves. Mas confesso que parecia complexo demais pra mim.
Há uns anos, conheci os saraus. Música, poesia, vinil, cerveja gelada e gente bacana. Mas não sei ao certo se entendia a medida dessa poesia feita na mesa de bar. Por vezes eu queria mais, outras, menos.
Lembro da Patrícia Andrade recitando Martha Medeiros mas sobretudo já dizendo seus poemas. Lembro-me do Dinho Araújo e seu ‘O ralho’ certeiro, da Andreia Lopes com Mário Quintana e Adélia Prado. Acho que minha formação de apreciadora da poesia começou com eles.
Depois disso, acompanhei uma geração de poetas. Homens e mulheres tão apaixonados e comprometidos com a poesia que me sentia comovida
De repente a cidade se encheu de declamadores, de grupos de estudo, de grupos de performance. Os bares também se encheram de poesia. E eu gostei disso.
Mas ainda tinha dúvida sobre a medida. Até que entendi que não há medida na poesia e aconteceu quando vi Os Poetas Azuis pela primeira vez. De cara amei o nome. Azul é minha cor preferida. Azul da cor do céu, do mar, dos olhos do rapaz, até o amor, já diz a canção de Djavan, “o amor é azulzin. “
Pra mim os Poetas Azuis revolucionaram o jeito de fazer poesia. Juntaram com música, mas não de um jeito convencional. É um diálogo entre os poetas, o músico e o público.
É poesia musicalizada? Música poetizada? É alguma coisa assim. Chamaram de stand up poético.
Os artistas dividem a performance. Mas no fundo penso que eles somam talentos e multiplicam as sensações na gente.
Atualmente, os Poetas Azuis estão em cartaz todo sábado no Chocolate com tapioca. Nos sábados de Poesia ao vinho, escolhem um poeta e sua poesia e para o nosso deleite derramam na gente. Mas não somente reproduzem o trabalho de outros. Fazem também com o próprio trabalho. Escorregam como peixes nos nossos sentidos e nos provocam prazeres dionísicos. Recomendo.
Rebecca Braga – Acadêmica da Unifap, cantora, musicista, militante da cultura, mãe da Sofia e amiga deste jornalista.
*Pedi pra Bel escrever sobre os Poetas Azuis após ver um show deles na companhia dela. Rebequinha fez melhor do que a encomenda. Valeu!
Ah, assistam a um vídeo de uma apresentação dos Poetas Azuis:
Foto: Elton Tavares
Por Régis Sanches