Final de semana. Iuhuu!

                                                           Imagem: http://www.activismodesofa.net

Tenham todos um ótimo findi!

Anotem…

“O conceito de estratégia, em grego strateegia, em latim strategi, em francês stratégie, em inglês strategy, em alemão strategie, em italiano strategia, em espanhol estrategia… Os senhores estão anotando?”

Post roubado do blog do André:  http://onecaresss.tumblr.com/

Mensagem de adeus do blog De Rocha

De acordo com a Family Stations, emissora que transmite programas religiosos para estações de rádio nos EUA e do mundo, o fim do mundo está previsto para hoje, às 19h.

Como não sou santo, encontro os brothers na filona para as chamas, iremos queimar por lá e escutar rock durante toda a eternidade. Aos que irão para o grande campo de golfe, onde todos estão vestidos de branco, bom tédio para vocês.

Nos vemos no juízo final. Adios amigos!
Ah, se o mundo não acabar, amanhã o blog volta à sua programação normal.

Equipe do De Rocha
 
O Último Dia – Composição : Paulinho Moska e Billy Brandão

Meu amor
O que você faria se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Ia manter sua agenda
De almoço, hora, apatia
Ou esperar os seus amigos
Na sua sala vazia
Meu amor
O que você faria se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Corria prum shopping center
Ou para uma academia
Pra se esquecer que não dá tempo
Pro tempo que já se perdia
Meu amor
O que você faria se só te restasse esse dia
Se o mundo fosse acabar
Me diz, o que você faria
Andava pelado na chuva
Corria no meio da rua
Entrava de roupa no mar
Trepava sem camisinha
Meu amor
O que você faria?
O que você faria?
Abria a porta do hospício
Trancava a da delegacia
Dinamitava o meu carro
Parava o tráfego e ria
Meu amor
O que você faria se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria

Meu amor
O que você faria se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Me diz o que você faria
Me diz o que você faria…

Mônica e Eduardo

                                                              Por Adolar Gangorra – 18/05/01

Esse texto é uma análise comportamental crítica sobre Eduardo e Mônica (aquela música que todo mundo tem obrigação de tocar em churrascos, ao lado de Wish You Were Here, Stairway to Heaven, etc ….) A música Eduardo e Monica da banda Legião Urbana esconderia uma implicância com o sexo masculino? É o que garante Adolar Gangorra. Leia e confira.

O falecido Renato Russo era, sem dúvida, um ótimo músico e um excelente letrista. Escreveu verdadeiras obras de arte cheias de originalidade e sentimento. Como artista engajado que era, defendia veementemente seus pontos de vista nas letras que criava. E por isso mesmo, talvez algumas delas excedam a lógica e o bom senso.

Como no caso da música Eduardo e Monica, do álbum Dois da Legião Urbana, de 1986, onde a figura masculina (Eduardo) é tratada sempre como alienada e inconsciente enquanto a feminina (Monica) é a portadora de uma sabedoria e um estilo de vida evoluidíssimos.

Analisemos o que diz a letra. Logo na segunda estrofe, o autor insinua que Eduardo seja preguiçoso e indolente (“Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar; Ficou deitado e viu que horas eram”) ao mesmo tempo que tentar dar uma imagem forte e charmosa à Monica (“enquanto Monica tomava um conhaque noutro canto da cidade como eles disseram”). Ora, se esta cena tiver se passado de manhã, como é provável, Eduardo só estaria fazendo sua obrigação: acordar. Já Mônica revelaria-se uma cachaceira profissional, pois virar um conhaque antes do almoço é só para quem conhece muito bem o ofício.

Mais à frente, vemos Russo desenhar injustamente a personalidade de Eduardo de maneira frágil e imatura (“Festa estranha, com gente esquisita…”). Bom, “Festa Estranha” significa uma reunião de porra-loucas atrás de qualquer bagulho para poder fugir da realidade com a desculpa esfarrapada de que são contra o sistema. “Gente esquisita” é, basicamente, um bando de sujeitos que têm o hábito gozado de dar a bunda após cinco minutos de conversa. Também são as garotas mais horrorosas da Via-Láctea. Enfim, esta era a tal “festa legal” em que Eduardo estava. O que mais ele podia fazer? Teve que encher a cara pra agüentar aquele pesadelo, como veremos a seguir.

Assim temos (“- Eu não estou legal. Não agüento mais birita”). Percebe-se que o jovem Eduardo não está familiarizado com a rotina traiçoeira do álcool. É um garoto puro e inocente, com a mente e o corpo sadios. Bem ao contrário de Monica, uma notória bêbada sem-vergonha do underground. Adiante, ficamos conhecendo o momento em que os dois protagonistas se encontraram (“E a Monica riu e quis saber um pouco mais Sobre o boyzinho que tentava impressionar”). Vamos por partes: em “E a Monica riu” nota-se uma atitude de pseudo-superioridade desumana de Monica para com Eduardo. Ela, bêbada inveterada, ri de um bêbado inexperiente!

Mais à frente, é bom esclarecer o que o autor preferiu maquiar. Onde lê-se “quis saber um pouco mais” leia-se “quis dar para”! É muita hipocrisia tentar passar uma imagem sofisticada da tal Monica. A verdade é que ela se sentiu bastante atraída pelo “boyzinho que tentava impressionar”! É o máximo do preconceito leviano se referir ao singelo Eduardo como “boyzinho”… Não é verdade. Caso fosse realmente um playboy, ele não teria ido se encontrar com Monica de bicicleta, como consta na quarta estrofe (“Se encontraram então no parque da cidade A Monica de moto e o Eduardo de camelo”). A não ser que o Eduardo fosse um beduíno, e estivesse realmente de camelo, mas ainda nesse caso não seria um “boyzinho”. Se alguém aí age como boy, esta seria Monica, que vai ao encontro pilotando uma ameaçadora motocicleta. Como é sabido, aos 16 (“Ela era de Leão e ele tinha dezesseis”) todo boyzinho já costuma roubar o carro do pai, principalmente para impressionar uma maria-gasolina como Monica.

E tem mais: se Eduardo fosse mesmo um playboy, teria penetrado com sua galera na tal festa, quebraria tudo e ia encher de porrada o esquisitão mais fraquinho de todos na frente de todo mundo, valeu? Na ocasião do seu primeiro encontro, vemos Monica impor suas preferências, uma constante durante toda a letra, em oposição a uma humilde proposta do afável Eduardo (“O Eduardo sugeriu uma lanchonete, mas a Monica queria ver um filme do Godard”). Atitude esta nada democrática para quem se julga uma liberal. Na verdade, Monica é o que se convencionou chamar de P.I.M.B.A (Pseudo Intelectual Metido à Besta e Associados, ou seja, intelectuerdas, alternativos, cabeças e viadinhos vestidos de preto, em geral), que acham que todo filme americano é ruim e o que é bom mesmo é filme europeu, de preferência francês, preto e branco, arrastado pra caralho e com muitas cenas de baitolagem.

Em seguida Russo utiliza o eufemismo “menina” para se referir suavemente à Monica (“O Eduardo achou estranho e melhor não comentar, mas a menina tinha tinta no cabelo”). Menina? Pudim de cachaça seria mais adequado. À pouco vimos Monica virar um Dreher na goela logo no café da manhã e ele ainda a chama de menina? Note que Russo informa a idade de Eduardo, mas propositadamente omite a de Monica. Além disto, se Monica pinta o cabelo é porque é uma balzaca querendo fisgar um garotão viril ou porque é uma baranga escrota mesmo.

O autor insiste em retratar Monica como uma gênia sem par. (“Ela fazia Medicina e falava alemão”) e Eduardo como um idiota retardado (“E ele ainda nas aulinhas de inglês”). Note a comparação de intelecto entre o casal: ela domina o idioma germânico, sabidamente de difícil aprendizado, já tendo superado o vestibular altamente concorrido para medicina. Ele, miseravelmente, tem que tomar aulas para poder balbuciar “iéis”, “nou” e “mai neime is Eduardo”! Incomoda como são usadas as palavras “ainda” e “aulinhas”, para refletir idéias de atraso intelectual e coisa sem valor, respectivamente. Coitado do Eduardo, é um jumento mesmo…

Na seqüência, ficamos a par das opções culturais dos dois (“Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus, Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud”). Temos nesta lista um desfile de ícones dos P.I.M.B.As, muito usados por quem acha que pertence a uma falsa elite cultural. Por exemplo, é tamanha uma pretensa intimidade com o poeta Manuel de Souza Carneiro Bandeira Filho, que usou-se a expressão “do Bandeira”. Francamente, “Bandeira” é aquele juiz que fica apitando impedimento na lateral do campo. O sujeito mais normal dessa moçada aí, cortou a orelha por causa de uma sirigaita qualquer. Já viu o nível, né? Só porra-louca de primeira. Tem um outro peroba aí que tem coragem de rimar “Êta” com “Tiêta” e neguinho ainda diz que ele é gênio!

Mais uma vez insinua-se que Eduardo seja um imbecil acéfalo (“E o Eduardo gostava de novela”) e crianção (“E jogava futebol de botão com seu avô”). A bem da verdade, Eduardo é um exemplo. Que adolescente de hoje costuma dar atenção a um idoso? Ele poderia estar jogando videogame com garotos de sua idade ou tentando espiar a empregada tomar banho pelo buraco da fechadura, mas não. Preferia a companhia do avô em um prosaico jogo de botões! É de tocar o coração. E como esse gesto magnânimo foi usado na letra? Foi só para passar a imagem de Eduardo como um paspalho energúmeno. É óbvio, para o autor, o homem não sabe de nada. Mulher sim, é maturidade pura.

Continuando, temos (“Ela falava coisas sobre o Planalto Central, também magia e meditação”). Falava merda, isso sim! Nesses assuntos esotéricos é onde se escondem os maiores picaretas do mundo. Qualquer chimpanzé lobotomizado pode grunhir qualquer absurdo que ninguém vai contestar. Por que? Porque não se pode provar absolutamente nada … Vale tudo! É o samba do crioulo doido. E quem foi cair nessa conversa mole jogada por Monica? Eduardo é claro, o bem intencionado de plantão. E ainda temos mais um achincalhe ao garoto (“E o Eduardo ainda estava no esquema “escola – cinema – clube – televisão”). O que o Sr. Russo queria? Que o esquema fosse “bar da esquina – terreiro de macumba – sauna gay – delegacia”?? E qual é o problema de se ir a escola, caramba?!?

Em seguida, já se nota que Eduardo está dominado pela cultura imposta por Monica (“Eduardo e Monica fizeram natação, fotografia, teatro, artesanato e foram viajar”). Por ordem: 1) Teatro e artesanato não costumam pagar muito imposto. 2) Teatro e artesanato não são lá as coisas mais úteis do mundo. 3) Quer saber? Teatro e artesanato é coisa de viado!!!

Agora temos os versos mais cretinos de toda a letra (“A Monica explicava pro Eduardo Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar”). Mais uma vez, aquela lengalenga esotérica que não leva a lugar algum. Vejamos: Monica trabalha na previsão do tempo? Não. Monica é geóloga? Não. Monica é professora de química? Não. Mônica é alguma aviadora? Também não. Então que diabos uma motoqueira transviada pode ensinar sobre céu, terra, água e ar que uma muriçoca não saiba? Novamente, Eduardo é retratado como um debilóide pueril capaz de comprar alegremente a Torre Eiffel após ser convencido deste grande negócio pelo caô mais furado do mundo. Santa inocência …

Ainda em “Ele aprendeu a beber”, não precisa ser muito esperto pra sacar com quem… é claro, com Monica, a campeã do alambique! Eduardo poderia ter aprendido coisas mais úteis como o código morse ou as capitais da Europa, mas não. Acharam melhor ensinar para o rapaz como encher a cara de pinga. Muito bem, Monica! Grande contribuição!

Depois, temos “deixou o cabelo crescer”. Pobre Eduardo. Àquela altura, estava crente que deixar crescer o cabelo o diferenciaria dos outros na sociedade. Isso sim é que é ativismo pessoal. Já dá pra ver aí o estrago causado por Monica na cabeça do iludido Eduardo. Sempre à frente em tudo, Monica se forma quando Eduardo, o eterno micróbio, consegue entrar na universidade (“E ela se formou no mesmo mês em que ele passou no vestibular”). Por esse ritmo, quando Eduardo conseguir o diploma, Monica deverá estar ganhando o seu prêmio Nobel. Outra prova da parcialidade do autor está em (“porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação”). É interessante notar que é o filho do Eduardo e não de Monica, que ficou de segunda época. Em suma, puxou ao pai e é burro que nem uma porta.

O que realmente impressiona nesta letra é a presença constante de um sexismo estereotipado. O homem é retratado como sendo um simplório alienado que só é salvo de uma vida medíocre e previsível graças a uma mulher naturalmente evoluída e oriunda de uma cultura alternativa redentora. Nesta visão está incutida a idéia absurda que o feminino é superior e o masculino, inferior. Bem típico de algum recalque homossexual do autor, talvez magoado com a natureza masculina. É sabido que em todas culturas e povos existentes, o homem sempre oprimiu amulher. Porém, isso não significa, em hipótese alguma, que estas sejam melhores que os homens. São apenas diferentes. Se desde o começo dos tempos o sexo feminino fosse o dominador e o masculino o subjugado, os mesmos erros teriam sido cometidos de uma maneira ou de outra.

Por quê? Ora, porque tanto homens, mulheres e colunistas sociais fazem parte da famigerada raça humana. E é aí que sempre morou o perigo. Não importa que seja Eduardo, Mônica ou até… Renato!

Adolar Gangorra tem 71 anos, é editor do periódico humorístico Os Reis da Gambiarra e não perde um show sequer dos The Fevers.
Meu coment: Adoro Legião, é parte da trilha sonora da minha adolescência. Apesar do tamanho, gostei desse texto. Ninguém pode negar que o escrito é divertido e inteligente.

O Dia do Diplomata e um conto sobre Vinícius de Moraes

                                                         Por Elton Tavares

Opala Diplomata, arma sexual do playbas nos anos 90.
Hoje é o Dia do Diplomata. Não, não é aquele carango bacana dos anos 90, que bebia mais gasolina do que eu tomo cerveja. O diplomata mesmo, aquele figurão que conduz relações exteriores ou os negócios estrangeiros de um determinado país. A diplomacia é uma ferramenta dedicada a planejar e executar a política externa, por meio da atuação de diplomatas.

O mais famoso entre os diplomatas que nosso país teve foi, certamente, Vinícius de Moraes, como ele mesmo dizia: “poeta e diplomata, o branco mais preto do Brasil”. Falando no saudoso poetinha e como a Semana Santa se aproxima, lembrei de um conto, que ouvi em uma mesa de bar no ano passado.
O Vinícius sabia das coisas.

 

De acordo com o jornalista Régis Sanchez, Vinícius teria encontrado uma morena bonita na Lapa, zona boêmia do Rio de Janeiro na sexta-feira santa, entre papos e biritas, o artista investiu:

Vamos a um motel?” e a graciosa mulher teria retrucado: “que isso Vinícius, hoje é dia santo, é sexta-feira santa”.

O poeta, que não era bobo, finaliza a cantada com uma frase certeira: “que nada linda, já passamos da meia-noite, já é sábado de aleluia”. Resultado, Vinícius ganhou a gata.

Se é verdade eu não sei, mas que o velho diplomata não perdia viagem, ah não perdia mesmo (risos). Feliz Páscoa a todos!

A violência é tão fascinante e nossas vidas são tão normais

                                                                                       Por Elton Tavares

Imagem do filme “Clube da Luta”.
Ainda pouco, assistindo uma briga de vizinho, lembrei da frase de Renato Russo: “A violência é tão fascinante e nossas vidas são tão normais”. Eu adoro ver um porradal, pode parecer grotesco, burrice ou algo assim, mas no fundo, muita gente dá valor num pé de porrada “mano a mano”. Trata-se daquele tipo de briga sem armas, só tabefe, pontapé, bicuda, socos e etc.

Aí virão os chatérrimos politicamente corretos e dirão: “violência não leva a nada” ou “violência só gera violência”. Concordo, mas ver uma porradinha de vez em quando é bacana sim.

Lembro quando a minha lei era no braço, eu realmente não levava desaforo para casa. Mas nunca briguei sem um motivo relativamente justo. Quase sempre foi para defender amigos.

Imagem do filme “Laranja Mecânica”
Claro que houve momentos estúpidos como surtos de ciúme, mas faz parte da coisa, principalmente quando se é adolescente ou tem 20 e poucos anos. Ah, eu ganhei no mínimo 80% delas. É, eu era marrento (risos).

Hoje em dia, brigo mais com palavras e argumentos, mas não arrego se o bicho pegar. E não adianta se for jiujiteiro (é a moda), maromba, malaco ou playboy. Dá para cair dentro sem problema algum. Sabem por que penso assim? Porque em momentos extremos, um murro vale mais que mil palavras.

Resumindo o devaneio da madruga de domingo, “A violência é tão fascinante e nossas vidas são tão normais”. Mas a paz é sempre mais legal. Tenham todos um excelente domingo. Abraços na geral!

Mega-Sena de R$ 27 milhões

Com 27 milhas não terá puta pobre!
A Mega-Sena, que será sorteada amanhã (6), pagará R$ 27 milhões para o sortudo que acertar as seis dezenas. O concurso realiza sorteios duas vezes por semana, às quartas e aos sábados. As apostas deverão ser feitas até as 19h do dia do sorteio. A aposta mínima são seis números e custa só R$ 2,00.

Bora jogar, pois se eu ganhar será como diz o ditado: “não terá mais puta pobre” (risos). Tenham todos uma ótima terça-feira!

Elton Tavares

Os plásticos

                                                                                    Por Camila Karina

Se os sentimentos fossem plásticos eles levariam anos para deteriorar mesmo que fossem jogados no lixo debaixo da terra. Mas sentimentos são plantas, seres vivos. E cada espécie tem um modo diferente de sobreviver. Morrem, renascem, se transformam. A única coisa em comum é a maneira de cuidar. Atenção.

Tem planta dentro do saco plástico. Sem oxigênio. Morrendo. Tem planta no jardim, regada e crescendo.

50 anos do Régis Sanches

                                                                                      
Meu amigo Beck.
Hoje o Régis Sanches, meu amigo “Beck”, completa 50 anos. Como ele mesmo diz: “uma aventura existencialista no Planeta Terra”. O Régis é um dos loucos varridos mais inteligentes que eu conheço. Um ótimo redator e um jornalista nato. Além de um guitarrista foda! Gosto muito de conversar com o sacana e escutar suas sacadas sarcásticas. Feliz aniversário, meu amigo.


Elton Tavares

50 anos 

Por Régis Sanches

Aprendi a esperar, pois a grande lição do autoconhecimento é desenvolver o senso de disciplina e humildade. Viver é correr riscos. Nunca vi morrer de enfarto ou serem vitimados por AVC (Acidente Vascular Cerebral) mendigos de rua ou malucos de BR – como se autodenominam os pós-hippies. Digo isso porque vou abordar a trilogia ‘Sexo, Drogas e Rock’n’roll’, ainda considerada, por milhões de pessoas, um tabu em pleno século XXI.

Minha humilde opinião, lastreada na experiência inaugurada aos 13 anos: sexo não foi feito para procriar, mas para ter e compartilhar orgasmos. Ter filhos é uma escolha e não uma obrigação ou imposição da família, dos amigos ou de credo religioso. Homens e mulheres que habitavam as cavernas já sabiam disso. Os primitivos se multiplicavam para defender o seu território e enfrentar os clãs rivais – não para povoar o Jardim do Éden.

No quesito drogas, jamais farei apologia, sejam ilegais ou lícitas. Afinal, todos sabem que a maior causa mortis do planeta é o álcool em suas múltiplas fórmulas e embalagens difundidas à exaustão pela propaganda. Quem nunca se imaginou numa orgia com loiras, ruivas, mulatas e negras após assistir comerciais machistas de cerveja ou uísque? A mensagem subliminar implica em que o primeiro trago vai abrir o portal da libido das mulheres e, a cada nova dose, tudo se transformará num bacanal romano.

Há também o cigarro, cuja propaganda foi banida da Fórmula 1, e sua carga tributária continua a mais alta do planeta em qualquer país. No quesito tabaco, tenho dois comentários: comecei a fumar Há 18 meses e conheço os benefícios da nicotina para blindar os meus neurônios contra os males de Parkinson e Alzheimer. Do mesmo modo como tenho plena consciência de que o alcatrão e outras mais de 4 mil substâncias tóxicas irão minar os meus pulmões. Portanto, na antevéspera de completar meio século de existência, afirmo com toda a fumaça azulada dos meus dois maços de cigarros diários que fumar é uma convicção. Pois não há nada comparável àquela baforada pós-orgasmo.

Quanto às chamadas substâncias psicoativas – entre as quais incluo Ayahuasca, Cânhamo e as anfetaminas – não vale embarcar na máxima de que “fumei, mas não traguei”, cunhada por Bill Clinton e Fernando Henrique Cardoso. Se a pessoa experimentou e gostou é preciso saber que o uso continuado trará danos irreversíveis para a saúde, a família, o trabalho e, especialmente, para o bolso do usuário. Assim como o sexo, consumir drogas é uma escolha que pode levar o sujeito para um ou vários “buracos”.

Por fim, quero falar de Rock and Roll, minha eterna paixão. Vou resumir numa frase: quando tiro da minha guitarra flamejante uns acordes delirantes tenho a sensação de orgasmos múltiplos. Assim, todo guitarrista deve fumar cigarros e fazer sexo regularmente, seguindo uma receita, como bula de remédio. Até meus próximos 50 anos.

Você planeja o futuro? Eu não.

                                                                                Por Elton Tavares

Hoje, após conversar com uma amiga, me toquei que não planejo o futuro. Sério, no máximo uma viagem a curto prazo ou as próximas férias. Mas aquele papo de juntar grana para comprar alguma coisa porrada ou programar ações para o ano que vem e etc, não.


Ela ainda disse que o meu “discurso” é semelhante ao de um personagem de novela global. Ainda bem que eu não assisto novela e esse lance de viver um dia de cada vez é uma forma que adotei há anos.

Procuro não fazer mal a ninguém, bem aos meus e trabalhar direito. Acho que o resto é conseqüência. A ação e reação dos seus atos.

Costumo brincar dizendo que não tenho um pinto para dar água e que sou um cara livre, claro que não é bem assim. Nossas obrigações profissionais e pessoais nos impedem sim.
 

Outra coisa, conheço poucas pessoas auto-suficientes, seja financeira ou emocionalmente. Posso afirmar que sou muito apegado ao meu povo para cometer certas doidices.


Meu falecido pai dizia que o importante era ser feliz e não politicamente correto. E como aquele cara foi feliz em sua curta e fervorosa vida.

É por isso que gosto de gente inteligente e maluca. Mas ó, os doidos responsas, que seguram suas ondas. Melhor do que os que têm sua própria bula pronta e repetem como se fosse um mantra da auto-afirmação. “Eu sou isso e aquilo e não preciso de ninguém”. Doce ilusão.

Claro que quero, como todos nós, ter um futuro legal. Mas não é algo que tira o meu sono. Quem sabe um dia ser “exímio escritor” ou um bom profissional, como me disse uma colega de trabalho no ano passado (nem sei por onde anda aquela figura).

Até aí beleza. Mas esse papo todo é para dizer que, nem sempre o “planejamento de vida” funciona e para ser feliz é melhor aceitar algumas coisas que não podemos mudar (não, não to plagiando aquela oração) e viver, sim, um dia de cada vez. Sem planos, simples assim.

Promessas vazias ou falta de atitude?

                                                                                       Por Enzo Ballarini 

Hoje eu começo a me exercitar. Hoje eu termino de ler aquele livro que está esquecido na minha cabeceira. Hoje eu corto o cabelo e faço a barba. Hoje eu sou outra pessoa. Essas e outras promessas que vão caindo no esquecimento ao final do dia. E então outro dia recomeça e… Lá vamos nós de novo.


Nós somos tão desenvolvidos, tão avançados, mas às vezes me pergunto se somos os mais aptos.

Claro, muitos animais também caem no conformismo e vivem na mesma situação por muito tempo, mas acho que eles não são lá muito racionais. E quanto a raça humana, que sabe o que é melhor pra si, que distingue perfeitamente o bem, o mal, o socialmente aceito, as regras e morais, e tem perfeito conhecimento do que está a sua volta?

Nós somos extremamente conformistas e relaxados. Afinal, pra que melhorar? Pra que ser mais inteligente? Nos apegamos tanto ao material que vivemos em função do mesmo. A grande maioria prefere comprar a TV dos sonhos a uma enciclopédia completa.

Continuamos comprando a melhor geladeira e o melhor fogão pra continuar comendo a mesma porcaria de sempre, os mesmos fast-foods, nossas tão queridas “junkie foods”. Nem vou começar a entrar no âmbito “junkie”, senão vamos ter uma overdose de drogas de informação. Ou desinformação.

Todos os dias eu me proponho a mudar drasticamente. Mudar quem eu sou e como eu me relaciono com a sociedade e comigo mesmo. Ao menos dessa vez eu fiz algo, escrevi um texto. Próxima vez talvez não ocorra o mesmo. Quem sabe esse não é o começo de um extenso período do que nossos antigos filósofos gostavam de chamar de “ócio produtivo”. E quanto a você, já arrumou uma produção nesse ócio?